Rebeca já enfrentou dois cancros: um na tiróide e mais recentemente um na mama. Nesta terça-feira, 6 de setembro, assinalam-se cinco anos desde que descobriu o segundo e a autora do êxito “O Meu Nome é Rebeca” recordou o momento em que a “sua vida mudou em segundos”.
“Faz hoje 5 anos que a minha vida mudou em segundos… quando a minha mão direita tocou sem querer na mama esquerda e senti um caroço duro, percebi logo de imediato que não era coisa boa. No dia seguinte, o meu Dr. confirmou que estava muito doente com um cancro muito agressivo na mama e que teria de ser operada com urgência…”, começou por escrever Rebeca, na legenda de uma imagem que partilhou no Instagram, em que surge sem cabelo, durante os tratamentos para o cancro na mama.
E prosseguiu: “Meu Deus o mundo caiu a meus pés, não queria acreditar… Hoje sinto orgulho de mim própria por ter conseguido ultrapassar a cirurgia, 6 meses de quimioterapia e de seguida radioterapia, imunoterapia, hormonoterapia, enfim tudo o que tinha direito. Nem sei como é possível o nosso corpo aguentar tanto, mas consegui sim, com todas as minhas forças.”
Rebeca mostrou-se agradecida pelo facto de “ainda cá estar para contar a história”. “Muitas colegas já cá não estão. Embora com muitas mazelas que ficam para o resto da vida, provocadas pelos efeitos secundários dos tratamentos um deles que ainda estou a fazer, muitas dores em vários sítios do corpo, mas obrigo-o a fazer a minha vida normal pois quero muito VIVER, TRABALHAR, SER FELIZ, PASSEAR, ESTAR COM AS PESSOAS QUE MAIS AMO, VIVER A VIDA o mais possível pois isto é uma passagem da qual temos de a aproveitar o mais possível”, acrescentou a cantora.
“Hoje tenho um sentimento agridoce, triste por vir as lembranças do sofrimento que eu e a minha família passámos e FELIZ por ainda estar viva. Espero que tudo continue a correr bem para poder continuar a ver o meu filho crescer e ser feliz. 6 setembro um dia que nunca esquecerei…”, findou.
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Rebeca: “O meu filho é o meu Deus, foi a ele que me agarrei”
Em 2019, Rebeca concedeu uma entrevista exclusiva à VIP em que falou sobre a luta contra o cancro, sobre a família e assumiu-se uma mulher “forte” e “orgulhosa” de si mesma.
VIP – Rebeca anunciou publicamente em fevereiro de 2018 que lutava contra um cancro na mama. Qual foi a primeira coisa que lhe passou pela cabeça quando descobriu?
Rebeca – Pensei que ia morrer. Foi a primeira coisa que me passou pela cabeça, de facto.
Já tinha lutado contra um cancro na tiroide anteriormente, mas nunca se está pronto para se ser confrontado com esta realidade não é?
Sim, é verdade. Eu já tinha tido um cancro na tiroide há muitos anos. Sabia que era maligno, mas não foi preciso fazer tratamento, foi só cirurgia. Quando descobri este segundo cancro pensei: “Isto não pode estar a acontecer comigo, com certeza”. Pensei que estava a sonhar, ou melhor, a ter um pesadelo. Eu faço uma alimentação saudável, tenho um estilo de vida quase perfeito, sou ativa, não fumo, não bebo. E depois acontecem estas coisas que não têm explicação porque, no meu caso, nem sequer é um problema genético. Por um lado, ainda bem. Já basta a minha situação. Mas pensei logo que ia morrer. Que era o fim.
A Rebeca tem um filho. Como é que se conta a um filho que se tem um cancro?
Não se conta. Eu não fui capaz. Tentei apaziguar a situação, queria dizer-lhe olhos nos olhos para o acalmar, para lhe explicar. Ele estava no carro à minha espera e eu, em vez de ir ter com ele, telefonei-lhe e contei-lhe. Não fui capaz de o confrontar. E mesmo pensando que ia morrer, disse-lhe que tudo se ia resolver.
Como é que o seu filho reagiu?
Mal. Muito mal. O meu filho berrou, gritou, chorou muito. Foi nessa altura que deixei de pensar em mim. Estava só a pensar nele, no sofrimento dele. Já não pensava que poderia perder a vida, só não queria que ele perdesse a mãe. Claro que isso não estava nas minhas mãos, mas nestes casos acredito que a nossa cabeça também comanda. Então, pelo meu filho, agarrei-me aos tratamentos, aos médicos e acreditei sempre que isso me iria salvar e que me iria “safar” de novo.
Qual foi a sua maior força nessa altura?
Eu não sou uma pessoa muito crente, não sou pessoa de me agarrar muito a Deus. Eu costumo dizer que o meu Deus é o meu filho e foi a ele que eu me agarrei durante o cancro.
Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Redes Sociais
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