Querida mãe,
Este ano resolveste pregar-me esta partida e não passar o Natal comigo… É a primeira vez que isto acontece, não achei graça nenhuma… É verdade que brincávamos muito uma com a outra mas, desta vez, não achei graça nenhuma.
No dia em que fez dois meses que resolveste tomar essa decisão de ir uns tempos para longe de mim, passei a tarde no Chiado sozinha, acendi uma vela na igreja pelo nosso amor e sentei-me numa pastelaria a beber um chocolate quente… Pensei como irias gostar de o tomar comigo.
Na mente sugiram-me imagens tristes da constatação deste distanciamento… chorei, chorei muito… E continuo a chorar… mas, sabes, que por alguns segundos consigo sorrir também?! Porque na verdade o tempo de alegria que passamos juntas foi muito, mas muito maior do que o de sofrimento.
Dizias-me sempre que não podia ser negativa e eu quero continuar a fazer o que tu me dizias tal como quando era pequenina. Sempre te tive como uma fada com uma sabedoria infinita. Adivinhavas sempre os meus pensamentos, não era?
Pode soar a clichê, mas tu realmente foste uma mulher incrível, foste a minha professora e de tantos outros, ensinaste-me a distinguir o bem do mal. Foste a minha melhor amiga, confidente…
Foste? És… Serás eternamente.
Volto a repetir: não achei graça nenhuma a esta tua viagem… Não… Mas se achaste que tinhas que fazer essa viagem, bem, vai custar, custar muito, mas eu vou esperar até que nos reencontremos. Até lá sei que vou chorar muito… Vou quase achar que nada mais vale a pena.
O presente de Natal que te peço? É que sejas a minha estrela guia e me continues a orientar nesta caminhada que ainda terei por aqui.
E eu o que te ofereço? A promessa de que vou tentar aguentar esta nossa separação fazendo coisas que eu sei que te deixariam orgulhosa.
Uma chuva de beijos daqueles que quase nos sufocam (não esquecer o nosso beijo à esquimó)
Da tua filhota, Teresa Catarina
Artigo elaborado por Teresa Celestino, blogger e especialista em Lifestyle
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