Débora Monteiro
«Para ser sensual não é preciso ser linda de morrer»

Começou na representação por acaso e fez muitos sacrifícios para vingar. Iniciou a sua carreira aos 14 anos como manequim e um casting para uma novela onde se inscreveu como figurante mudou-lhe a vida. Débora Monteiro também já fez teatro e cinema. Hoje, abraça um novo desafio na SIC como DJ num programa que aceitou de imediato, mas que a fez ultrapassar alguns medos. Arriscar tem sido o seu grande desafio. A atriz, apontada como uma das mais sensuais da sua geração, garante que não se deixa deslumbrar pela fama. É namorada de Miguel Mouzinho. Aos 35 anos, ainda não tem planos para casar, mas quer muito ser mãe. 

VIP – É a DJ do programa Lip Sync. É a primeira vez que trabalha como DJ?
Débora Monteiro – Na verdade eu não ponho música nem sou DJ. Foi o nome que me deram. A minha função é animar o pessoal e puxar pelas pessoas. Mas, sim, é a primeira vez que estou atrás de uma mesa de som.

Como surgiu o convite?
O convite surgiu da parte da SIC. Disseram-se que eu era a pessoa certa para fazer este papel. Nem pensei duas vezes. Disse logo que sim.

Está a gostar da experiência?
Estou a gostar muito da experiência. Nunca tinha feito um direto na vida. Senti uma adrenalina muito positiva. Tive de me levar ao meu limite, porque não estava preparada para o improviso e para as conversas que surgem com os apresentadores. O meu medo era falhar e dizer alguma calinada em direto. Mas está a correr bem. Pediram-me para ser eu própria.

Inspirou-se na modelo Chrissy Teigen, que é a DJ da edição norte-americana do programa?
Quando aceitei fazer o programa foi porque já conhecia a versão original do programa. Sim, acabei por me inspirar um pouco na loucura dela. 

É fácil ou difícil trabalhar com César Mourão e de João Manzarra? 
É fácil. Tenho de me adaptar como em qualquer trabalho. 

Esta dupla atrapalha ou facilita o seu trabalho?
Temos de nos respeitar uns aos outros. Eles é que são os apresentadores do programa e não queria nem quero de maneira nenhuma sobrepor-me a eles. 

No seu Instagram li duas frases onde falava do medo. Numa dizia: “Faz o que tens medo de fazer” e noutra dizia: “Não tenhas medo. Deixa-os ver a tua magia.” Estas frases estavam relacionadas com esta sua nova aventura televisiva?
Essas frases estavam relacionadas com o programa, sim. Mas estas frases aplicam-se à vida em geral. Todos temos medo de falhar, medo de arriscar e, às vezes, por causa do medo, não damos um passo em frente e acabamos por estagnar e deixamo-nos ficar agarrados ao que conhecemos, aquilo que consideramos ser o nosso porto seguro. Nesta altura de mudança na minha vida essas frases têm ainda mais sentido.

Teve medo de arriscar por este ser um desafio que não tem a ver com a representação?
Sim, tive muito medo, daí ter colocado aquelas frases. Esta não é a minha área. Nunca tinha feito nada em apresentação e fui logo convidada para um programa com dois nomes muito fortes da apresentação. Não queria, de maneira nenhuma, falhar. Era esse o meu medo.

Esta também não é a primeira vez que abraça um projeto paralelo à ficção. Abriu um restaurante com Miguel Mouzinho, o seu namorado…. É fã de cozinha?
Sou fã. De cozinhar não sou tão fã. O Miguel é, o que facilita muito a minha vida, mas sou fã de comer. Adoro. Na minha terra diz-se que sou uma “boquinha santa”, porque não sou esquisita. Sou uma boa apreciadora de comida.

A Débora é apontada como sendo uma das atrizes mais sensuais da sua geração. Gosta do elogio?
Gosto. 

O que é para si a sensualidade?
Depende. Para ser sensual não é preciso ter muitas curvas ou ser linda de morrer. A sensualidade vem de dentro, da energia que a pessoa transmite e da confiança. A confiança é o mais difícil de se ter. Quando estamos bem connosco, com a nossa vida e nos sentimos seguras, isso transparece. Essa é a verdadeira sensualidade, a mais bonita.

O seu namorado fica ciumento? Ou acha piada?
Acha piada. Ele conhece a verdadeira Débora. Ele conhece a minha verdadeira sensualidade (risos). Não falamos disso, sequer…

Namora há vários anos com a mesma pessoa. Casar e ser mãe está nos seus planos para 2019?
Não vou casar. Ser mãe? Quero muito ser! Não sei se vai ser este ano ou para o próximo. Isso eu não sei…

Sendo do Norte e uma vez que vive em Lisboa, longe da família, que peso tem para si a palavra saudade?
Tem um peso muito grande. É das palavras que mais mexe comigo. Às vezes, ao ouvir uma música, por exemplo, lembro-me logo da minha família. Sei que tenho de estar em Lisboa a trabalhar, mas às vezes também sei que não estou muito presente nos momentos mais importantes da minha família. 

Olhando para trás, começou a sua carreira como modelo, aos 14 anos. Fez publicidade, novelas e quatro filmes. Orgulha-se do seu currículo?
Orgulho-me muito do meu currículo. E quero orgulhar-me ainda mais. Acho que, aos poucos, as coisas vão acontecendo da melhor maneira. 

As novelas dão uma grande visibilidade à carreira de uma atriz. Quando conseguiu o seu primeiro papel , em 2006, na novela Tempo de Viver, o que pensou? Foi a concretização de um sonho?
Não foi a concretização de um sonho, porque quando fui fazer o casting não foi para ser atriz. Eu era manequim e precisavam de um manequim para fazer figuração especial. Por sorte, as coisas correram bem e passei a fazer parte do elenco principal da novela. Não foi um sonho. Foi um acaso. Também tive medo de arriscar, mas arrisquei. Podia ter corrido mal e não correu muito bem, é verdade, mas ainda bem que aceitei o papel, porque mudou a minha vida. 

Li que é uma mulher que não tem vergonha de ter pronúncia, que gosta de ser genuína e que explode com facilidade. Como é que se define?
Psyco (risos). Às vezes, acho que sou meia bipolar… Não, sou de sorriso fácil, sou muito observadora e quando não gosto não disfarço. Tento não ser mal-educada com as pessoas, mas tento ser o mais sincera e verdadeira possível. 

Já revelou que a sua vida não foi fácil. Que teve uma vida com vári os sacrifícios, como fazer limpezas, e que até passou fome para concretizar o seu sonho… Os sacrifícios fizeram-na crescer?
Como a toda a gente, não é? É normal, quando fazemos sacrifícios ficamos com uma bagagem maior sobre a vida. Os sacrifícios fazem-nos amadurecer. Acho que faz parte da vida de toda a gente. 

Hoje, deixa-se deslumbrar pela fama? Quando se apagam as luzes, e retira a maquilhagem, quem é a Débora Monteiro?
Não me deixo deslumbrar nada pela fama. Não gosto de egos muito elevados Sou show off. Sou uma pessoa normal. Gosto de estar no meu cantinho. Às vezes, sou um pouco bicho do mato, até. Não me sinto deslumbrada pelo brilho que as pessoas julgam que este mundo tem. 

Texto: Alberto Madeira Miranda; Fotos: Impala e DR  

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