Tiger Woods
«Do céu ao inferno»: o percurso atribulado do golfista até regressar ao topo

Internacional

Tiger Woods tornou-se golfista profissional com apenas 20 anos, em 1996, mas a sua carreira de desportista foi muito atribulada.

Sex, 27/12/2019 - 18:40

Do céu ao inferno. A expressão costuma designar alguém que atingiu o topo [seja ele qual for] e que por um qualquer motivo, quase sempre resultado de más decisões, acaba por cair com estrondo na obscuridade. Tiger Woods é um dos nomes que encaixa na perfeição na definição. Tem, no entanto, algo que os distingue dos demais: regressou ao topo.

A carreira de Tiger Woods dava um excelente argumento para uma série. Tornou-se numa verdadeira lenda do golfe e do desporto em geral, estatuto que lhe garantiu também muitos milhões na conta. Em 2008, tinha conquistado o seu décimo quarto major da carreira e parecia lançado para bater o recorde de 18 de Jack Nicklaus. Porém, o mundo de Woods desabou.

Começaram a surgiram várias notícias na imprensa que davam conta de inúmeros casos extra-conjugais de Tiger Woods. A polémica tomou proporções de tal ordem que não deram outra hipótese ao golfista que não fosse pedir desculpas em público. “Eu pensei que podia safar-me do que quisesse”, disse, na altura.

Veja o vídeo de Tiger Woods a conquistar  o primeiro Masters desde 2008:

“Senti que merecia desfrutar de todas as tentações ao meu redor”

“Senti que tinha trabalhado duro durante a vida minha toda e que por isso merecia desfrutar de todas as tentações ao meu redor. Senti que tinha esse direito. Graças ao dinheiro e à fama, não precisei ir muito longe para encontrá-las. Estava enganado. Fui tolo”, confessou, numa declaração dada na televisão.

O certo é que as ações de Tiger Woods tiveram grandes repercussões. Perdeu patrocínios de muitos milhões, fez uma pausa no golfe e passou por um milionário processo de divórcio. A isto ainda juntou outros casos pouco abonatórios ao seu nome, como a destruição do seu Cadillac Escalade contra uma árvore junto à sua mansão, alegadamente por conduzir sob o efeito de álcool. Pelo mesmo motivo, em 2017, foi detido, depois de ter sido apanhado a dormir no carro pela polícia, na Florida.

Woods tinha batido no fundo. Passou por várias cirurgias devido a lesões nas costas e o regresso ao golfe parecia uma verdadeira miragem – o sucesso, então, ainda mais. Mas a verdade é que conseguiu dar a volta por cima. Regressou ao golfe em 2018 e foi mostrando alguns sinais de “comeback”. Em setembro desse ano ganhou o primeiro torneio em mais de 5 anos. O melhor, no entanto, estava guardado para 2019.

A aposta que valeu mais de um milhão de dólares

11 anos depois de ter ganho o último major, Woods arrecadou o casaco verde do Masters Tournament e com ele o seu décimo quinto grande título do circuito. Foi contra todas as probabilidades, de tal forma que um apostador norte-americano, numa odd de 14/1, colocou 85 mil dólares (cerca de 76 mil euros) na vitória de Tiger Woods e levou para casa mais de um milhão de dólares.

Este incrível regresso de Tiger Woods valeu-lhe o título de Sports Story of the Year de 2019 (história do ano no mundo do desporto) da Associated Press e ainda a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração civil nos Estados Unidos, das mãos de Donald Trump, numa cerimónia na Casa Branca.

As casas de apostas estão agora mais cautelosas nas odds dadas a Tiger Woods. Será que o golfista norte-americano, agora com 43 anos, ainda vai a tempo ultrapassar os 18 majors de Jack Nicklaus? Certo é que o interesse por golfe, à escala global, reacendeu-se. A culpa? Tiger Woods.

Texto: Hugo Mesquita; Fotos: reprodução Instagram

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