Tânia Ribas de Oliveira em lágrimas com crime horrendo
«O meu coração continua inquieto»

Nacional

A apresentadora do primeiro canal escreveu um longo texto emotivo, onde se mostrou revoltada com a tragédia do Seixal

Qui, 07/02/2019 - 17:40

Tânia Ribas de Oliveira não foi capaz de ficar em silêncio ao saber que um pai foi capaz de estrangular a própria filha, Lara, uma menina de dois anos, com as próprias mãos. Pedro Henriques terá matado a sogra com várias facadas e depois acabou por estrangular a criança, acabando posteriormente por se suicidar.

A apresentadora que, em lágrimas, partilhou um longo texto sobre esta situação. Foi no seu blogue, O Nosso T2, que a apresentadora da RTP desabafo, onde pede que se lute pela defesa destas pessoas que não têm força para lutar sozinhas.

«Os meus filhos dormem há muito tempo nas suas camas quentes e o meu coração continua inquieto por uma filha que, não sendo minha, morreu estrangulada pelo próprio pai. Penso na Lara, que foi notícia em todos os jornais e televisões, e penso na mãe dela que perdeu a própria mãe e a filha às mãos de um homem que depois se suicidou», começa por referir.

«Já quase me falta o ar, quando no meu pensamento vivem de repente todas as crianças e mulheres que, não só não têm uma cama quente como a que têm os meus filhos, como lhes falta paz e dignidade. Os números foram tornados públicos: em 37 dias do ano de 2019, já morreram 10 mulheres, assassinadas pelos companheiros. E viveram num grito umas vezes mudo, outras vezes ensurdecedor, ao lado de tantos de nós, entre tantos de nós. Não reparámos, ninguém reparou. Não? E as que tiveram a coragem de fazer queixa? Muitas foram e são protegidas pela Polícia e pelas instituições mas… e as outras? Quantas crianças existem neste país a acordar à noite com os gritos das suas mães?»

Apresentadora desfaz-se em lágrimas

É ainda de lágrimas no rosto que o rosto da RTP afirma querer levar todas essas crianças e todas essas mulheres para o conforto da sua casa, onde os próprios filhos descansam no conforto das suas camas.

«E agora, que as lágrimas não páram de me cair, levo as mãos aos olhos e quero trazer todas para casa. Trazer os menores e as mães maiores que têm o coração tão ferido e tantas marcas no corpo e na alma que também precisam de colo como os seus filhos. E eu sei que o meu colo pode apaziguá-las por alguns momentos, mas não vai resolver esta tragédia.»

Tânia Ribas de Oliveira defende mesmo que esta tragédiatem de ter um fim e que estes casos não podem cair no esquecimento.

«Esta tragédia tem de acabar. Daqui a uns dias já ninguém vai falar da Lara e muito menos da mãe dela e da avó que também partiu, mas quantas Laras (meninas ou meninos) existem em escolas, casas e ruas por onde passamos todos, de norte a sul e nas ilhas? Estas crianças são também nossas! Elas e as suas mães! São da nossa responsabilidade cívica!»

«Basta!»

Tânia Ribas de Oliveira sente a dor de todas estas mulheres que passam por estas situações de violência extrema, não só por ser mulher, mas também por ser mãe, e saber que as crianças não devem, em caso algum, passar por situações como estas.

«Tenho um nó imenso no coração e sei que cada uma/cada um de nós também tem. Não sei o que podemos fazer, mas sei que temos de agir. Todos, enquanto sociedade democrática, não podemos permitir que mais uma mulher que seja possa ser violentada pelo companheiro. Nem podemos permitir que os filhos destas mulheres cresçam com gritos e violência, com medo, com ódio e com uma revolta que será uma tatuagem de tinta permanente. De sangue.»

A apresentadora da RTP quase que dá o «grito do Ipiranga» para que toda esta violência que existe termine e que deixe de ser um dos problemas da sociedade.

«Já chega. Os tribunais têm de punir estes assassinos, antes de o serem. Porque já basta matarem aos poucos e todos os dias quem já perdeu a voz. E a esperança. Basta.»

Texto: Redação WIN – Conteúdos Digitais; Fotos: Impala e Reprodução Instagram

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