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“Sempre achei que trabalhar na televisão não era para qualquer um”

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JOANA TELES, de 29 anos, é uma das repórteres do Só Visto! e, ao longo destes quatro anos a trabalhar na estação pública, tem conseguido conquistar o seu espaço
Joana Teles estava a caminho do último ano do curso de Enfermagem quando surgiu a oportunidade de trabalhar na RTP. Foi o seu marido, Pedro Costa Lopes, que a inscreveu no casting a nível nacional promovido pela estação pública em 2007, por saber da paixão da mulher pela comunicação.

Qui, 22/09/2011 - 23:00

 Joana Teles estava a caminho do último ano do curso de Enfermagem quando surgiu a oportunidade de trabalhar na RTP. Foi o seu marido, Pedro Costa Lopes, que a inscreveu no casting a nível nacional promovido pela estação pública em 2007, por saber da paixão da mulher pela comunicação. Hoje, Joana é uma das repórteres do Só Visto!, que vai passar a chamar-se Cinco Sentidos, e tem conseguido mostrar o seu valor noutros programas da RTP.

VIP – Trocou o curso de Enfermagem por uma carreira na televisão. Como é que isso aconteceu?
Joana Teles – Sempre me fascinou muito esta área, mas nunca tinha tentado enveredar por ela porque sempre achei que trabalhar em televisão não era para qualquer um ou, pelo menos, não era de acesso fácil a qualquer um. Então, fui para um curso de que gosto muito, Enfermagem. Tentei Medicina três vezes e da última vez, não fiquei por duas décimas, mas mantive o “bichinho” pela comunicação. Jornalismo não era bem o que eu queria, eu queria era o contacto informal e bem-disposto, mais do entretenimento. Em 2007, a RTP fez um casting a nível nacional e quem me inscreveu foi o meu marido, que sabia deste meu gosto. Prestei provas e, passados vários meses, fui contactada pelo Hugo Andrade, a dizer que tinha ficado entre os primeiros dez. Éramos cerca de 5000. A 7 de março, no dia em que a RTP fez 50 anos, fomos apresentados como rostos da RTP.

Ainda pensa em exercer enfermagem ou alguma área profissional ligada à saúde?
Fiquei um bocadinho triste porque, quando me meto num projeto, gosto muito de o acabar, e eu ia para o último ano. Mas decidi agarrar este sonho porque podia arrepender–me mais tarde. Neste momento, só penso em televisão porque é o meu sonho e estou muito bem aqui. A vida dá muitas voltas e quem sabe um dia possa voltar ao curso de Enfermagem e voltar a tentar Medicina.

Como olha para a sua evolução enquanto repórter no Só Visto!?
Foi em 2007 que entrei para o Só Visto!. Recordo-me que acabámos um pequeno curso que a RTP deu para apresentadores e passadas duas ou três semanas, fui contactada pelo Daniel Oliveira para substituir a Bárbara Oliveira Pinto no Porto, onde estive até 2008, altura em que vim morar para Lisboa. O Só Visto! é o meu local de trabalho, mas, felizmente, a RTP tem-me dado a oportunidade noutros programas, como o Verão Total, o Jogo Duplo e na RTP Memória. O Só Visto! é uma grande escola e permite-nos aprender e perceber um pouco de tudo. Se cresci enquanto profissional, devo-o ao Só Visto!.

Hoje, é uma Joana diferente daquela que deixou o Porto por Lisboa há três anos?
Sou. Vim para Lisboa decidida a viver este sonho. Foi muito complicado porque deixei tudo, amigos e família, e vim sozinha sem conhecer ninguém. O Só Visto!, na altura, absorvia-me muito e não dava grande espaço para relações de amizades e contactar com pessoas. Dei por mim a estar plenamente dedicada ao trabalho. Como é que eu cresci enquanto pessoa? Cresci percebendo que é um mercado de trabalho “agressivo”, no sentido em que é competitivo e de que é fácil “entrar”, mas o manter, pelo menos com alguma qualidade, é muito complicado. Senti que tinha de ser ainda mais determinada e rigorosa em termos profissionais.

Na altura, quais foram os seus principais medos?
Os meus principais medos foram: será que isto vai funcionar? Será que isto não é apenas durante uns meses? Será que fiz bem em desistir do curso e em deixar para trás a minha vida no Porto por este sonho? Tive receio, mas, felizmente, está a correr tudo bem.

A sua perseverança tem-lhe valido vingar profissionalmente e, além do Só Visto!, apresenta Há Conversa, na RTP Memória. Como tem corrido este programa?
Eu adoro fazer o Há Conversa e quando me foi proposto pelo Hugo Andrade, fiquei muito admirada e feliz ao mesmo tempo. O Há Conversa é um programa que tem o formato original, mas o contacto feito com os convidados, a produção, a pesquisa de imagem, montagem, a preparação da entrevista e a própria pesquisa do convidado é feita por mim. São 50 minutos onde tenho a responsabilidade de manter um ritmo para que as pessoas que estão em casa se mantenham interessadas. É um trabalho que me exige muito, mas também me fez crescer em ter de me desenrascar com a conversa e puxar pelo convidado.

Como é que o seu marido lida com o seu mediatismo?
Ele é engenheiro civil, mas lida bem. Nós temos uma relação tão especial os dois e o facto de sermos almas gémeas, que somos mesmo, não há espaço para qualquer tipo de dúvidas ou ciúmes. Ele até acha graça se uma senhora ou um senhor vier falar comigo.

Na televisão vive-se um mundo de aparências. Sabe bem poder chegar a casa e ter alguém a quem possa abrir o seu verdadeiro coração?
Sim, sabe bem. Eu sou exatamente igual dentro e fora do ecrã, mas há momentos que guardamos só para nós e não partilhamos com ninguém. É o que eu costumo dizer: colegas há muitos, amigos há pouquíssimos. O meu melhor amigo é mesmo o meu marido e quando tenho de contar alguma coisa é com ele que desabafo, também com os meus pais e com duas amigas que estão no Porto.

A maior parte das pessoas não sabe que a Joana é casada.
Não sou casada daquela forma religiosa ou pelo civil. Nós é que assumimos este casamento porque já estamos juntos há mais de seis anos. Aquela coisa do papel no registo civil ou na igreja não foi ainda pensada, nem é para nós, de momento, um grande objetivo. É uma frase feita, mas não é preciso nenhum papel ou cerimónia para as pessoas se sentirem juntas. Faremos um dia, mais tarde, mas não é prioritário. Eu digo que ele é o meu marido e ele diz que eu sou a mulher dele. Porque é que eu hei de dizer namorado? Ele já é mais do que namorado. Noivo é uma coisa muito complicada e as pessoas perguntam quando é que caso. Já estou casada e por isso digo logo que é meu marido.

Texto: Helena Magna Costa; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Romão Correia; Maquilhagem e cabelo: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L'Oréal Professionnel

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