Sara Norte
«Vou casar este verão. O Vasco ensinou-me a amar»

Nacional

Sara Norte encontrou a felicidade e a estabilidade ao lado de Vasco Cruz. A atriz fala, em exclusivo à VIP, dos planos do casal

Qui, 14/02/2019 - 10:26

A vida sorri para Sara Norte. Depois de tempos extremamente duros, a atriz, de 33 anos, encontrou o amor e a estabilidade ao lado do produtor audiovisual Vasco Cruz, de 28 anos. Desacreditada no amor, Sara Norte aprendeu novamente a amar. “O Vasco foi mesmo um príncipe porque não estava habituada que me tratassem com carinho e que me respeitassem”, conta em entrevista exlusiva à revista VIP. Casar está nos planos de ambos, já para este verão. Ter filhos também é um sonho. A nível profissional, Sara Norte regressou aos palcos do teatro ao fim de 15 anos. Está em cena com a peça The World Needs Shit. Além disso, é diretora comercial na cadeia de lojas Asari. Numa conversa franca, a filha de Vítor Norte diz que não se envergonha e tem orgulho das várias profissões que já teve, até porque a carreira de atriz é muito instável. “Eu sou atriz quando me deixam ser. Não é um trabalho que me define enquanto pessoa.”

VIP – Como começou a vossa história de amor?
Sara Norte – Foi no filme Fátima, há três anos. Tivemos dois meses de filmagens, no primeiro mês fui eu que fui rondando o Vasco e depois apaixonámo-nos. O Vasco era assistente de produção e no último mês de filmagens já estávamos a viver praticamente juntos no mesmo quarto. Quando acabou fomos viver logo juntos.  

A vossa relação começou de uma maneira muito intensa?
SN – Sim, porque estávamos longe de Lisboa, porque tudo é sentido ao máximo quando estamos fora e porque éramos o apoio um do outro. Em filmagens, cada pessoa está metida na sua vida e é muita concentração – até porque é uma grande responsabilidade fazer cinema e aquele filme era muito duro. Aconteceu tudo muito rápido.

A Sara disse numa entrevista que o Vasco foi o príncipe que apareceu no momento certo. Pode explicar?
SN – Porque já não estava com alguém há algum tempo e estava um bocadinho desacreditada do amor. Sou muito desconfiada e estava sempre de pé atrás. O Vasco ensinou-me a amar, a mostrar os meus sentimentos. Comecei a descobrir o que era amar e o que era fazer coisas pelo outro e que numa relação às vezes temos de ceder, e que vão haver dificuldades, mas não podemos desistir à primeira. Nós não estamos sempre felizes, é assim uma relação e quando se gosta e se pensa que temos a pessoa certa – como eu acho que o Vasco é – batalhamos. O Vasco foi mesmo um príncipe porque não estava habituada que me tratassem com carinho e que me respeitassem.

Vasco, o que o atraiu na Sara? 
Vasco Cruz – Foi o facto de ela ser sempre muito verdadeira e honesta. Já tinha ouvido falar dela, mas quando a conheci atraiu-me a naturalidade, a simplicidade. Também se entrega muito.

Quem é o mais romântico?
SN – É o Vasco, mas comecei por ser eu.
 VC – Eu era um bocado frio no início e a Sara soltou esse meu lado mais romântico. 

Estão juntos há quase três anos. Quais são os planos para o futuro?
SN – Não casámos ainda porque tivemos alguns problemas de saúde tanto na minha família como na do Vasco. Achámos que não fazia sentido porque nós queremos casar e fazer uma festa com a nossa família feliz e em paz. Se tudo correr bem, vamos casar este verão. Não tenho nada planeado, mas será só uma festa para a família e amigos mais chegados, aqueles que fazem mesmo parte da nossa vida.

Quer uma festa mais intimista?
SN – Sim, quero alugar um monte no Alentejo durante um fim de semana, assar um porco, fazer uma coisa mais rural, muito simples. Quero que os meus três irmãos sejam os meus padrinhos, vou ter o meu avô e o meu pai a levarem-me ao altar. Quero casar de branco, tenho esse sonho. Acho que vai ser uma festa muito simbólica em todos os aspetos, porque a minha família nunca pensou ver-me tão bem como estou hoje e tão estável. A minha família adora o Vasco, porque eu mudei muita coisa em mim.

O Vasco trouxe-lhe serenidade?
SN – Sim, porque eu sempre vivi muito intensamente. Agora, tenho a minha balança. Antes explodia, agora já penso duas vezes. O Vasco era muito calmo e hoje em dia já consegue dizer que não, coisa que não conseguia antes. 
VC – Compensamo-nos um ao outro. 
SN – É engraçado ver que o Vasco ganhou um pulso e eu ganhei um travão. 

E filhos?
SN – Este ano foram-me dadas oportunidades e a minha vida profissional começou novamente a mexer. Quero aproveitar este ano para consolidar a minha carreira.
Mas pensa nisso?
SN – Muito, muito! 
VC – Eu também, sempre tive esse lado romântico de querer casar e ter filhos. Para nós vai ser ótimo.

Como vão celebrar o Dia dos Namorados. Têm um projeto especial para esse dia?
SN – Vamos ter de celebrar o Dia dos Namorados durante o dia porque depois à noite vou estar com a peça The World Needs Shit, no Teatro do Bairro. Nesse dia, também terei de ir trabalhar para as lojas Asari, mas devemos almoçar. Eu não sou assim de ligar a este tipo de datas… se tiver de dar uma rosa ao Vasco dou e não tem de ser a 14 de fevereiro. Mas festejamos nem que seja pelo simbolismo.

O amor é um dos temas da peça The World Needs Shit?
É o amor. E o amor não tem de ser necessariamente o amor para com o nosso par, é o amor entre pessoas, a comunicação. O texto está muito bem escrito. O João Pires tem 21 anos, mas é brilhante. E agora eu, o João e o Vasco vamos começar a escrever a nossa curta e vamos realizá-la, espero, que até ao final do ano. Já temos as coisas muito delineadas, se conseguirmos os apoios vamos fazê-la. O Vasco tirou cinema, eu sou atriz. O João também é ator e escreve, portanto é a equipa perfeita. Queria explorar o lado realista das coisas, já que tive uma experiência tão alargada. Já vivi em muitos sítios, já conheci muita gente, sei de imensas histórias. Vou apostar nisso, pegar em toda a minha “bagagem” má e a aproveitá-la, torná-la numa coisa boa. 

É tornar o negativo em positivo…
SN – Exatamente, eu já faço isso com as palestras que dou nas escolas.

Dá conselhos aos jovens?
SN – Sim, já que vivi uma má fase, ao menos essa experiência sirva para ajudar outras pessoas. Só me pagam as viagens e vou porque gosto imenso. É através do meu livro. 
A peça The World Needs Shit marcou o seu regresso ao teatro. Como foi pisar os palcos novamente ao fim de 15 anos?
SN – A última peça que eu fiz foi com a minha mãe. Quando o João me convidou eu aceitei logo. Tenho uma pequena participação, mas dá-me muito gozo porque os meus colegas são muito bons atores.

Voltou a sentir-se nervosa como se fosse o primeiro dia?
SN – Senti. Se não sentirmos isso é porque já perdemos o gosto e já fazemos tudo muito mecânico. No dia da estreia estava muito nervosa, apesar de estar segura do meu texto e da minha marcação. Tenho um monólogo a falar diretamente para o público e logo que entrei vi o meu pai, o meu irmão, a minha madrasta e o Vasco… Ainda não posso falar muito, mas hei de fazer outra peça este ano. 

A Sara trabalha desde os quatro anos. Como foi viver a infância já ligada ao mundo da televisão?
SN – Para mim foi normal, lembro-me que aos quatro anos eu ia para o programa Rua Sésamo, que era como se fosse a minha segunda casa. Conheço a maior parte das equipas técnicas desde que sou pequenina. Para mim era normal, cresci a correr nos corredores, nos camarins de teatro. Dá-me outra visão das coisas. Não sou iludida, sei perfeitamente como é este meio. Sei que é muito efémero, um dia temos tudo e no outro dia já não temos nada. O meu pai é um ator que tem inúmeros anos de carreira e às vezes está um ano, dois, três desempregado. Por isso é que temos de ser sempre humildes, temos de aproveitar todas as oportunidades, fazer telenovela com o mesmo gosto com que se faz cinema, nunca tratar mal os outros, tratar as equipas técnicas com o mesmo gosto com que tratamos os nossos colegas atores. Tenho bem os pés assentes na terra. Às vezes, existem desilusões…

Como lida com isso? 
SN – Ainda me dá mais força. Eu aprendi a lidar com as fraquezas para me darem força. Não sou de dramas, tento ver o lado positivo e tentar sempre dar a volta, e se tiver de chorar nunca é à frente dos outros.

A série Médico de Família marcou os portugueses. Que memórias guarda?
SN – Lembro-me muito do Henrique Mendes, porque era como se fosse o meu avô a sério, ele era impecável. Lembro-me que éramos mesmo uma família. Nem considerava aquilo um trabalho, apesar de ser muito responsável. Eu sabia o meu texto e o da outra pessoa, era muito metódica, na altura, não ia quase à escola.

Ser atriz prejudicou a sua vida escolar?
SN – Nada, porque sempre tive melhores notas enquanto estive a trabalhar do que quando estive sem. Tinha horários para tudo e esforçava-me mais. Os meus pais sempre souberam que esta vida é muito ingrata e então sempre me obrigaram a estudar, sempre me disseram que à primeira negativa acabava-se a televisão. Nunca chumbei um ano.

Sente que o passado a prejudica atualmente a nível profissional?
SN – Atualmente, não. Já passou tempo suficiente, também já dei todas as provas que eram necessárias. Neste momento, as pessoas já mudaram a ideia. Ir ao Alta Definição para mim foi muito bom, porque muita gente viu o outro lado. Mesmo para o trabalho que estou a fazer agora nas lojas é engraçado como é que a minha história de vida que sempre foi um entrave… uma historia má foi o motivo para agora estar tão bem profissionalmente. Já passou, já chega também. 

Que produtos vende na loja onde trabalha?
SN – De tudo para o bem-estar. Temos desde decoração, tecnologias, cosmética, uma linha pet para animais. Criámos o nosso produto desde raíz.

Sente que está mais responsável?
SN – Sim. Em Portugal, atualmente, é muito difícil ser-se só ator, principalmente para as novas gerações porque somos muitos, há muita competição. Muitas vezes, foi notícia eu trabalhar num restaurante… 

Isso incomodou-a?
SN – Não, lá fora só os atores de topo é que são apenas atores. Eu não consigo estar em casa a passar fome e a ver o meu namorado esfalfar-se a trabalhar para me sustentar a mim e a ele. Eu sou atriz quando me deixam ser, não posso obrigar os produtores a chamarem-me. Quando não me chamam sou diretora comercial de uma empresa, com muito orgulho. E antes disto, eu estive a trabalhar como marinheira. Não é um trabalho que me vai definir enquanto pessoa. Quantos miúdos que andam no conservatório, a tirar licenciatura e mestrado e depois estão a trabalhar no Mcdonalds? É isso que envergonha uma pessoa? Claro que não. Uma salva de palmas para as pessoas que lutam pelos sonhos e têm humildade suficiente para vestir um avental. Estou-me a lixar para o que os outros pensam, quero é ter o meu frigorífico cheio e ter dinheirinho, porque as contas vêm todos os meses. 
VC – Foi por causa disto que eu me apaixonei!

Vasco, sente-se orgulhoso deste percurso da Sara?
VC – Sim. Eu já sabia, só faltava o mundo todo ver e confirmar isso.  

Texto: Ricardina Batista; Fotos: José Manuel Marques; Produção: Elisabete Guerreiro e Sónia Reis; Cabelo e Maquilhagem: All About Makeup    

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