Rebeca
«A quimioterapia secou-me tudo, até as lágrimas»

Nacional

A cantora revelou pormenores dolorosos sobre a longa batalha contra o cancro da mama.

Sáb, 05/05/2018 - 15:51

«A vida começa todos os dias. Todos os dias a minha vida começa a sorrir, a olhar para o meu filho…». Esta foi a primeira confissão de Rebeca a Daniel Oliveira, no programa da SIC, «Alta Definição». A cantora de 39 anos descobriu que tinha um cancro na mama em 2017, exatamente oito anos depois de ter vencido um cancro na tiróide.

 

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Quase a celebrar 20 anos de carreira como cantora, Rebeca garante que ainda tem «muito para dar» e que «fazia tudo de novo». O maior sucesso da cantora, «O meu nome é Rebeca» foi lançado em 2013. Quatro anos depois, a vida da cantora mudou por completo e foram cinco meses a sofrer sem que ninguém soubesse. Apenas os pais de Rebeca e os mais chegados sabiam da doença.

«Em janeiro decidi revelar porque estava cansada», desabafou. «Daniel, eu sugava tudo o que fosse cancro de mama na internet», contou.

Ao filho Rubim, de 11 anos, Rebeca contou por telefone que tinha um cancro. «Não tive coragem de o enfrentar. Ele entrou em pânico, deixei de o conhecer. Era raiva. Não foi fácil», revelou. O cancro era muito agressivo e, segundo a cantora, a sua «sorte» foi o tumor ser pequeno e ter sido descoberto a tempo. «É difícil engolir que tens esta doença, mas vais-te habituando a viver assim, se não mais vale morrer já», confessou.

«A quimioterapia secou-me tudo, até as lágrimas»

Calma e serena, a cantora revelou pormenores da doença e da forma como lidou com ela. «Dói na alma, à noite, dói muito na alma. Quando o sol começa abrir é mais um dia e aí o sorriso aparece», contou, sorridente.

Rebeca revelou a Daniel Oliveira que chegou a uma altura que «nunca mais» chorou.

«A quimioteraoia secou-me tudo, até as lágrimas», garantiu.

Rebeca assume-se como a cara de «todas as mulheres que estão com cancro na mama» e explica que existem problemas emocionais relacionados com o cancro que vão muito além da doença:

«Os tratamentos, as quimioterapias dolorosas, o perder o cabelo, a mama (eu não perdi, mas muitas mulheres perdem), os maridos que nem sempre aguentam e se fecham, e o medo de morrer», disse.

Rebeca emocionou-se ao falar do momento em que rapou o cabelo, perante toda a família. Apenas o pai não foi «capaz» de ver o cabelo da filha «a cair no chão». «A minha maior preocupação era o meu filho e decidi levá-lo comigo a cortar o cabelo. Ele foi», contou.

Cantora quer ver o filho casar-se

A cantora revelou também como é que o filho, Rubim, tem lidado com o processo da doença. «Neste momento, ele dorme ao meu lado e adormece de mão dada comigo», confessou. Segundo Rebeca, a criança não é «como as outras» que só querem brincar, e esse chega a ser o maior medo da cantora. «Às vezes tenho medo de ser responsável por ele ser tão adulto e estar a perder a infância», revelou.

O maior sonho da cantora é ver Rubim casar-se. «Todos os dias diz que me ama e é tão bom», contou sorridente.

Em 2009, quando teve o primeiro cancro, a cantora sentiu a «rejeição» do filho. «Ele teve medo quando viu a mãe entubada no hospital. E já não me queria a mim, queria a avô», contou.

Rebeca deixou também largos elogios ao marido, Élio Gomes. «Está sempre no sítio certo e não faltou a nenhuma quimioterapia», disse. 

A cantora afiança ainda que foi o cancro que a ensinou que a vida «são dois dias» e que há coisas às quais deixamos de dar importância. «A quem passou à tua frente na fila do supermercado, a quem te apita no carro. Eu não quero saber. Se não chegar às seis, chego às oito. Quero é lá chegar», revelou, despreocupada.

 

Fotos: Instagram 

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