Raquel Leite Borges
RAQUEL LEITE BORGES faz de secretária sensual na nova novela da SIC

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“Sou orgulhosamente um 38 e adoro as minhas curvas”
A busca foi longa, mas quando descobriu que o que a fazia acordar de manhã com vontade de ir trabalhar era a representação, Raquel Leite Borges tomou duas medidas: investir na sua formação e ir a castings.

Seg, 19/10/2009 - 23:00

A busca foi longa, mas quando descobriu que o que a fazia acordar de manhã com vontade de ir trabalhar era a representação, Raquel Leite Borges tomou duas medidas: investir na sua formação e ir a castings. Orgulha-se de ter começado sem "cunhas absolutamente nenhumas e como figurante" e acredita que está "no bom caminho". Descubra a secretária naif da novela Perfeito Coração, que estreou no dia 17 na SIC.

Como é que uma gestora de imagem passa a actriz?
Raquel Leite Borges – Em pequena já fazia teatrinhos e essas coisas, mas foi ficando um bocadinho de lado e optei por uma coisa mais séria. Decidi-me por comunicação empresarial, marketing e publicidade. Acabei por desenvolver essa área e gostei. Ainda trabalhei no Sporting e em algumas empresas, mas quando tive de perceber se era aquilo que queria fazer para o resto da vida, comecei a achar que não e dei início à procura. Fui para a New Habbits como gestora de imagem e gostei, mas não ao ponto de dizer "estou apaixonada por isto". Continuava a faltar qualquer coisa que me estimulasse e tirasse da cama todos os dias com vontade. Saí, abri um restaurante, o Sushi Lovers, com a Bárbara Norton de Matos, aqui na Marina de Cascais. Mais uma vez foi giro, divertimo-nos imenso, mas continuava a faltar qualquer coisa.

Quando percebeu finalmente o que queria?
Depois do Sushi Lovers decidi-me por uma pausa, pensar um bocadinho, fazer algumas formações de desenvolvimento pessoal para tentar perceber porque não estava cem por cento satisfeita. Foi aí que percebi que era a representação. Fiz formação na área com o Tozé Martinho, na Lusíada, fui para a ACT, onde fiz alguns workshops com algumas pessoas específicas, e desde então não tenho parado. Assim que pude, passei para o trabalho de campo, ou seja, tentei meter-me em produções a ir a castings. A parte de estudo apaixonou-me completamente…

A sua vida tem sido uma busca…
(Risos.) Sim, sim… e quando me senti mais segura, já com algumas ferramentas, comecei a bater a portas e fui a castings para conseguir experimentar. Tive a sorte de terem gostado de mim, de me continuarem a chamar e de aumentarem gradualmente os meus papéis. Tenho vindo a crescer e isso é reconfortante, porque me diz que estou no bom caminho.. e aqui estou. 

Ouviu muitos "não"?
A nível de publicidade, muitos "não"; a nível de representação, que é o que acho mais interessante, não. Acho que sou abençoada nesse aspecto. Não tenho cunhas absolutamente nenhumas e comecei como figurante. Fui bater à porta da NBP, inscrevi-me, perguntei o que podia fazer e comecei lentamente a provar o meu lugar, mas nada aconteceu da noite para o dia.

Por que acha que não se enquadra na publicidade?
Acho que tem a ver com um estereótipo que se criou; não tem mal nenhum, mas existe. Na publicidade, querem-se tamanhos 34 e eu sou, orgulhosamente, um 38, adoro as minhas curvas e não estou nada preocupada com isso. Como qualquer mulher, gosto de manter e de ter cuidados com a pele e com a estética. Quando tenho uns quilinhos a mais, trato logo disso, mas nunca vou ser um 34 e não estou preocupada com isso. Claro que percebo que é mais essa a imagem que se quer em publicidade. Ainda assim, acho que a tendência está a mudar. Tenho marcas que vêm falar comigo precisamente por eu não ser um 34, porque acham que as pessoas se conseguem identificar mais comigo. Especialmente no que diz respeito a bem-estar e saúde, parece que estamos a retornar a um equilíbrio.

Deixámos as Twiggis e voltámos a mulher com curvas?
Acho que sim. A própria moda seguiu essa tendência porque voltou a realçar ombros, cintura e anca.

Nem na fase da adolescência quis ser um 34?
Nunca me ralei muito. Obviamente, tive fases em que pensava mais nisso e ainda hoje tenho alturas em que estou mais contente ou mais triste com a minha imagem. Isso é normal. No entanto, tento não dar muita importância, porque somos mais do que imagem.

Faz parte do elenco da nova novela da SIC. Como é a sua personagem em Perfeito Coração?
Sou uma secretária muito naif, muito boazinha, que trabalha no núcleo do banco. Está a ser muito divertido. Trabalhar com esta equipa é uma escola diária. 

Portanto, já acorda com vontade de ir trabalhar…
Encontrei a minha praia! Fiquei em casa e aquela necessidade que eu tinha de andar sempre à procura está completamente realizada. Saio de um projecto para o outro.

Sei que pratica esgrima e técnicas de defesa. Os homens precisam de ter calma com os piropos?
Tudo quanto seja desporto de precisão, eu adoro. Já pratiquei arco e flecha, também já experimentei tiro… Quanto à esgrima, gostei muito porque é quase uma dança. Porém, não sou nada agressiva. Sou muito activa, isso sim, gosto da estética da dança, da arte, mas não sou nada agressiva.

Como lida com os olhares masculinos?
Pode não parecer, mas sou muito tímida. Não lido muito bem com as atenções centradas em mim, mas arranjei uma forma de enfrentar isso, que foi a representação, porque me permite meter uma cara que não demonstra o quão intimidada fico nessas situações. Claro que ouço comentários e percebo olhares, mas tento não dar importância. 

Ao longo desta entrevista percebemos que se move pela paixão…
Não consigo fazer nada sem paixão. Não sei se é defeito, se é qualidade. Acho que estamos neste mundo para sermos felizes e devemos fazer por isso. Vou sempre à procura do que me apaixona, dou-me a 100 por cento e vou seguindo o meu caminho de acordo com as minhas convicções.

Tem namorado?
O Filipe (Rosa) é meu companheiro há mais de dez anos, portanto, já me conhece de ginjeira e sabe como sou em relação a estas minhas paixões. Apoia-me, o que é óptimo. É importante ter ao nosso lado alguém que nos incentive a seguir os nossos sonhos e nos dê essa liberdade, sem julgar ou criticar. Ele tem sido espectacular.

É da sua área?
Não. É empresário e acaba por achar graça a esta minha loucura saudável. Sempre tive os meus devaneios, sobretudo se me comparar com ele, que é tão certinho, tão sério, que me sinto sempre a artista lá em casa (risos). Ele é extraordinário e tem-me apoiado em tudo.

Tem 30 anos. Dizem que é a idade em que se fazem balanços…
Em mim, já aconteceu. Quando o meu pai morreu, algo mudou tudo na minha vida. Somos obrigados a pensar em coisas que nunca pensámos. Foi aí que comecei à procura do que queria fazer e a obrigar-me a sair da minha zona de conforto.

Não há impossíveis para si?
Eu acho que não. Basta que se saiba o que realmente se quer.

Texto: Carla Simone Costa; Fotos: Rui Costa; Produção: Romão Correia; Maquilhagem e cabelos: Vanda Pimentel, com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel; Agradecimentos: Mulher Cheirosa, Estoril; www.Come2sea.pt, Marina de Cascais; Body in Balance, Cascais; Anna G, Amoreiras Shopping Center; Veste Couture, Lisboa; Accessorize, Amoreiras Shopping Center e Colombo

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