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RAFAEL CARRIÇO e CLÁUDIA MARTINS apaixonaram-se pela dança

Famosos

“somos um pouco obsessivos”
Rafael Carriço e Cláudia Martins eram jovens bailarinos quando se conheceram, tiveram vontade de ir mais longe e apaixonaram-se. Os fundadores da Vortice Dance Company, a mais jovem companhia portuguesa de dança contemporânea.

Sex, 04/03/2011 - 0:00

Rafael Carriço e Cláudia Martins eram jovens bailarinos quando se conheceram, tiveram vontade de ir mais longe e apaixonaram-se. Os fundadores da Vortice Dance Company, a mais jovem companhia portuguesa de dança contemporânea, conheceram-se em Lisboa, mas dançam pelo Mundo fora. Sediada em Fátima e na Figueira da Foz, a companhia tem seis bailarinos fixos e uma equipa muito mais vasta para cada um dos espectáculos que idealizam. Em preparação está uma adaptação do Drácula, de Bram Stoker, que estreia no Dia Mundial da Dança, na ópera da Macedónia, e que sonham levar a Londres nos Jogos Olímpicos de 2012. O prémio Philip Morris Grand Prix of Choreography, que receberam em 2001, foi o maior passo para o reconhecimento internacional que querem alcançar.

 

VIP – Como surgiu a ideia de montarem esta companhia?

Rafael Carriço – Foi um processo simples. Começámos muito novos a fazer coreografia, a concorrer a concursos internacionais onde ganhámos vários prémios, éramos sempre muito requisitados. Durante uns quatro ou cinco anos andámos sempre de um lado para o outro. Depois, começámos a imaginar a companhia e as coisas foram surgindo.

 

Mas isso, para além do lado criativo, não implica um lado muito burocrático?

Cláudia Martins – É maior responsabilidade ter um projecto nosso, não depender de um director artístico, arranjarmos as coreografias, os projectos, os ensaios, passa tudo por nós.

RC – O lado burocrático é a parte que não nos dá gozo nenhum, mas as estruturas não se podem criar de um momento para o outro. Um bailarino já não é só bailarino, tem de fazer tudo. Vejo um bocadinho a nossa companhia como uma banda de rock, um bailarino entrega-se de corpo e alma.

CM – Para além do trabalho de bailarino, que tem uma carga física enorme, o director artístico tem responsabilidade em tudo, desde a criação, à tournée, os telefonemas, a avaliação do grupo, puxar pela sua energia quando muitas vezes nem nós a temos, porque estamos cansados. É desgastante, mas é também estimulante. Mas, de facto, é uma profissão que exige sacrifícios, restrições, o corpo não pode ser trabalhado à segunda­-  feira e descansar o resto da semana, não dá. Para se chegar a um aprumo físico, técnico e de expressão, é preciso que seja diário, inclusive sábados e às vezes domingos.

 

Como é que o vosso percurso pessoal, enquanto casal, cresceu?

CM – Conhecemo-nos na Escola Superior de Dança enquanto estudantes e depois estudámos juntos na Holanda. Acho que foi aí que começou a haver um envolvimento mais profundo e que nos apaixonámos. Foi gradual, acho que foi a dança que nos aproximou, muitas horas juntos em estúdio, as conversas… E já lá vão quase dez anos.

 

Conseguem separar o lado pessoal e o profissional?

CM – É impossível separar, está sempre junto. Muitas discussões surgem pela profissão, o stress é levado para a casa, até porque são coisas que queremos decidir. Mas raramente acontece o contrário, estarmos chateados e levarmos o nosso mau humor para o estúdio, acontece mais o trabalho entrar pela casa adentro.

RC – O cérebro não pára e somos um pouco obsessivos, não conseguimos parar de pensar nos pormenores, exigimos sempre mais.

 

O casamento, os filhos… não fazem parte dos planos?

CM – Ainda não aconteceu e é um pouco o espelho da vida que escolhemos, não há tempo para me dedicar a uma criança, pelo menos de momento. Não digo que nunca vou ser mãe, mas se for vai ser tarde.

 

Como é o vosso processo criativo?

CM – É difícil, principalmente nesta fase do processo criativo em que estamos agora, a preparar um novo espectáculo, porque dói o corpo, queremos sempre explorar coisas novas.

RC – Queremos sempre superar tudo aquilo que fizemos e ao criar com esta filosofia torna-se difícil. É difícil conseguirmos reinventar-nos em cada espectáculo.

 

 

Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Paulo Lopes Produção: Manuel Medeiro; Maquilhagem: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L'Oréal Professionnel

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