Marisa Cruz
“Quero dar aos meus filhos aquilo que não tive”

Famosos

A apresentadora explica que aquilo que viveu deu-lhe alento para criar uma família

Sex, 07/12/2012 - 0:00

 Aos 38 anos, Marisa Cruz é uma das mulheres de sucesso da televisão portuguesa. Em parceria com João Paulo Rodrigues apresenta, aos sábados, o programa Não Há Bela sem João, na TVI. A mesma dupla bateu ainda recentemente o recorde de audiências do programa Somos Portugal, emitido nas tardes de domingo no mesmo canal. Longe da televisão, Marisa Cruz vive uma relação estável com João Vieira Pinto, com quem está casada desde 2 de maio de 2009 e de quem tem dois filhos: João, de seis anos, e Diogo, de dois. Porém, se hoje Marisa Cruz é uma mulher feliz e realizada, nem sempre foi assim. Em criança e na juventude, a apresentadora viveu tempos bastante complicados, que a marcaram.

Nascida em Luanda, Marisa Cruz foi trazida para Portugal pelos pais quando tinha apenas um ano. Na altura, a família instalou-se em Lisboa, mas a união do casal foi efémera. Os pais separaram-se e o progenitor foi viver para o Brasil, onde, pouco tempo depois, viria a falecer. Nessa altura, mãe e filha mudaram-se para Sabugosa, uma pequena aldeia de Viseu, local onde Marisa viveu grande parte da infância. “Fiz lá a primária, mas depois regressámos a Lisboa”, disse numa das primeiras entrevistas que deu. Contudo, mais uma vez, os bons tempos não duraram muito. “Mais tarde, a minha mãe casou com outro senhor, com quem teve mais cinco filhos. Sou, portanto, a mais velha de seis irmãos”, explicou, revelando que nunca viveu com os irmãos. “A minha mãe acabou por se separar. Eles foram viver com o pai para França”, dizia. A mãe foi viver para Londres, enquanto Marisa, adolescente e em Portugal, lutava sozinha por uma carreira na moda. Como família teve apenas umas tias paternas, no Porto, os avós paternos, em Mirandela, e uma bisavó, em Viseu.
Com orgulho pelo que construiu e com alguma emoção à mistura, Marisa recorda à VIP os tempos complicados por que passou. “Desde muito cedo que comecei a viver sozinha e a trabalhar sozinha. Algo que as modelos não fazem atualmente. Mas tive muita sorte com quem me acompanhou”, explica em exclusivo à VIP. Deste grupo de pessoas fazia parte o falecido estilista José Carlos. “Ela era como se fosse da família dele”, revela fonte próxima do criador. Era no atelier lisboeta que Marisa passava boa parte do seu tempo. “Ela era muito tímida. O José Carlos costumava dizer que a timidez dela poderia vir a prejudicá-la”, recorda a mesma fonte.

A verdade é que os problemas vividos em criança e os obstáculos ultrapassados ao longo dos anos fizeram de Marisa Cruz uma mulher mais forte e com uma ligação intensa à família que construiu. “Deu­ me vontade de criar uma família que, infelizmente, nunca consegui ter”, refere. “Quero dar aos meus filhos aquilo que não tive”, reforça.

Por tudo isto, a apresentadora assume-se como uma mulher de armas. “Pode dizer-se que sou uma lutadora muito otimista e agradecida pelas oportunidades que me vão aparecendo”, afirma. “Já passaram muitos anos e tudo serviu para ser a pessoa que sou hoje”, refere, garantindo que há algo que nunca mudou em si: “A essência é a mesma. Mudei a maneira de estar e ver a vida, sobretudo depois de ter sido mãe, mas a essência mantém-se”, confessa.

Final de carreira em 2009

Contudo, em 2009, a vida de Marisa Cruz sofreu novo revés. Após 11 anos de ligação, a manequim abandonou abruptamente a Face Models, a agência da estilista Fátima Lopes. Na altura, falou-se da “reforma antecipada” da apresentadora, mas três anos depois os trabalhos não param de se acumular. “É o que faz uma boa agência. A Best Models trouxe-me das cinzas e o trabalho de toda a equipa fez com que começasse a trabalhar mais. É preciso uma agência acreditar, apostar e direcionar-nos no melhor caminho”, explica, garantindo que o seu fim está muito longe. “Ainda vão ter que levar comigo”, brinca.

Atualmente, Marisa Cruz diz-se realizada a todos os níveis. “É gratificante quando o nosso trabalho tem bons resultados. Em relação ao Não Há Bela sem João, no início andávamos um pouco a conhecer-nos. Agora, já há uma equipa feita, formada. Já nos conseguimos entender e perceber bem. As coisas funcionam e correm naturalmente. É um programa divertido e as pessoas têm gostado”, explica, garantindo que só tem uma preocupação com o futuro: “Quero trabalhar. Graças a Deus, este ano correu muito bem. Comecei a trabalhar muito e a emissão em direto garante-me mais experiência e permite-me crescer enquanto apresentadora”, diz. Fora dos planos profissionais fica a representação, algo que já lhe valeu o reconhecimento internacional. “Não tenho tempo para me dedicar à representação. É algo que requer muito tempo. Estou no Porto, tenho família e tenho que conciliar tudo. Estou focada na televisão. É aquilo que me preenche e dá prazer fazer”, conta.
Esta felicidade estende-se ao marido, João Vieira Pinto, que atualmente é um dos diretores da Federação Portuguesa de Futebol, algo que não atrapalha as rotinas familiares de ambos.

“Acabamos por nunca estar os dois fora de casa. Mas se isso acontecer, temos os tios e avós, que nos ajudam”, diz Marisa. “Estamos os dois realizados, a fazer aquilo de que gostamos, e isso é o importante”, conclui.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Carlos Tavares e Impala

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