Prozis
Famosas cortam ligações à conhecida marca de suplementos após polémica

Nacional

Atrizes e influencers terminaram a colaboração com a Prozis depois das declarações polémicas do fundador Miguel Milhão.

Qua, 29/06/2022 - 11:30

O fundador da Prozis, Miguel Milhão é o homem do momento e não pelas melhores razões. Depois de usar as redes sociais para se manifestar a favor da anulação da proteção do direito ao aborto nos EUA, decisão que devolve a cada Estado a liberdade para autorizar ou para proibir o procedimento, muitas mulheres famosas que tinham uma relação com a marca terminaram publicamente a ligação, repudiando a posição que Miguel Milhão tomou.

“Parece que os bebés por nascer recuperaram os seus direitos nos EUA! A natureza está a recuperar!”, escreveu o fundador da Proziz no Linkedin.

Marta Melro foi das primeiras a assumir publicamente que já não era embaixadora da Prozis. Mas não foi a única. Rita Belinha, influencer e repórter na RTP, também anunciou que ia terminar o vínculo com a marca, assim como Tânia Argent, a página Laranja Lima Nutrição, Sofia Manuel, conhecida como A Tripeirinha, e Diana Monteiro.

Jessica Athayde tomou a mesma posição e partilhou no Instagram o anúncio. “Acaba hoje a minha colaboração com a Prozis. E continua hoje e sempre o meu posicionamento público ao lado das mulheres, dos seus direitos e da sua saúde. E todas as vozes vão ser necessárias neste momento tão grave em que o mundo regride à frente dos nossos olhos. Posicionem-se e usem a vossa voz. Beijinhos, Jess”, afirmou.

Patrícia Claro, influencer portuguesa, não mantêm parceria com a marca, mas reagiu às declarações. “O boicote à marca seria o ideal para o Miguel perceber que as pessoas têm direito a escolher o que querem na vida delas, incluindo se querem ou não consumir uma marca com os princípios éticos da Prozis”, escreveu no Instagram.

A Pipoca Mais Doce bateu palmas às embaixadoras da Prozis que decidiram terminar com o vínculo. “Para quem não está a par da polémica, o fundador/director da Prozis escreveu este pedaço de prosa para manifestar a sua militância anti-aborto”, começou por dizer, ao acrescentar: “Depois disto, algumas influencers, como a Jessica Athayde, decidiram deixar de trabalhar com a marca. Sendo que, note-se, a grande maioria não disse nada sobre o assunto e vai só continuar a promover panquecas como se nada fosse”.

Ana Garcia Martins partilhou ainda o desabafo de Diana Monteiro: “É isto. Se não nos identificamos com os valores promovidos pelo representante máximo de uma marca, talvez faça mais sentido não estarmos associados à mesma. Enquanto produtores de conteúdos e enquanto consumidores”.

Bruno Nogueira não ficou indiferente à polémica: “O fundador da Prozis confunde reações com silenciamento. Vamos explicar a diferença: ‘silenciar’ é uma mulher querer abortar e ter de ficar caladinha. ‘Reagir’ é uma mulher querer abortar e ter de procurar uma clínica clandestina porque o seu direito foi silenciado”, apontou o ator e humorista português.

Miguel Milhão da Prozis comentou as críticas

Miguel Milhão comentou a polémica. “Vejo comentários positivos e negativos. Pena a maior parte dos comentários negativos terem como o objetivo silenciar a minha opinião. Não me parece nem justo nem democrático”, disse ao Notícias ao Minuto, escudando-se a responder se defenderia o mesmo para Portugal. O empresário explica que essa seria uma decisão dos portugueses e que já não vive em Portugal.

“Gosto de ver os direitos das crianças que ainda não nasceram a ser tido em conta”, reitera.

Mas nem todas as figuras públicas tomaram a mesma posição. Joana Albuquerque, por exemplo, decidiu manter a ligação profissional com a marca. “Em relação aos acontecimentos recentes da Prozis, o meu posicionamento é o seguinte: sou pro-choice (que as mulheres tenham escolha se querem manter a gravidez), mas pedir o cancelamento de uma empresa bem-sucedida em vários países por causa de uma opinião do fundador, opinião que é dele e só dele, parece-me descompensado. Tenho as minhas opiniões, assim como todos vocês têm as vossas. Neste e em mais assuntos, com certeza não vamos concordar em tudo, senão o mundo seria uma utopia que não existe”, disse.

Texto: Ana Lúcia Sousa

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