Paula Neves fala do desequilíbrio emocional»
«Tomo um ansiólitico e fico afinadinha»

Nacional

Paula Neves dá entrevista emotiva revela os maiores segredos e medos

Sáb, 24/11/2018 - 19:00

Paula Neves entra pela nossa casa há mais de 20 anos. A «miúda» da novela Anjo Selvagem, TVI, é uma mulher madura e que sabe o que quer e para onde quer ir. Numa entrevista emotiva a Fátima Lopes, em Conta-me Como És, a atriz revelou alguns dos seus maiores segredos e medos. Confessou ainda que Ricardo, o marido, é o seu grande apoio, com quem mantém uma relação há 10 anos.
 
«Sempre tive o sonho de ter um afeto duradouro, mas  sempre achei que não tinha características para o ter, por causa da minha instabilidade. Eu própria não me suporto, há dias em que não consigo lidar comigo. Há dias que estou farta de mim. Sou muito cansativa. Por outro lado sou muito intensa, e nunca encontrei ninguém que não desaparecesse um ano depois», diz a atriz.

 

 
«Sempre fui muito namoradeira»

Paula Neves assume que é uma pessoa de afetos, mas que nem sempre conseguiu manter o amor. «Sempre tive namorado, sempre fui muito namoradeira, mas oito meses era o máximo de relação. Tive uma muito importante, na altura que o meu padrasto morreu, dos 16 aos 18. Mas esses dois anos mostraram-me que e aquela estabilidade não era para mim e que ia andar numa montanha russa», revela a atriz. Recorde-se que Paula Neves foi vítima de violência doméstica na adolescência.
 
«Quando encontrei o Ricardo, e a família dele, agarrei-me como uma lapa. Encontrei mesmo um companheiro. Alguém que me deixa ser quem eu sou e gosta. Nos momentos  mais difíceis da vida é quando estamos mais unidos e próximos. Quando há coisas importantes na vida seja de alegria ou drama é aí que estamos mais unidos do que nunca. Não fazemos por isso, é assim naturalmente», sublinha, para entrar num tema que a magoa ainda hoje: Infertilidade.
 

«Sem filhos, mas juntos até ao fim»

«Passar por uma situação de infertilidade é uma prova de fogo para um casal, seja lidar com o não ‘vamos ter filhos’ seja  vamos ‘ver tudo o que o mundo da infertilidade tem para nos oferecer’. Nenhum destes passeios é fácil de dar. Cada um destes barcos é pores-te num dia de tempestade num sítio de ondas gigantes», afirma.
 
Paula e Ricardo perceberam que algo se passava ao fim de algum tempo sem conseguirem ter filhos. «Fazia sentido termos filhos, há 10 anos começamos a tentar, era natural. Não vieram, começou a ser estranho não virem. Ficámos num limbo, de ser estranho ou de irmos procurar ajuda. Começamos a pensar na idade, até que fomos procurar e ver o que se passava. Entramos no mundo da infertilidade, nenhum dos dois aguentou, e percebemos que não era para nós, nem para um nem para o outro. Saímos de lá. Sem filhos, juntos até ao fim», partilha a atriz.
 
Fátima Lopes concordou que era um mundo difícil, porque também ela teve de se submeter a tratamentos. «Também fiz para ter o meu filho, é uma grande prova na relação naquele momento. Tomar essa decisão, de eu não me sinto bem aqui porque não é agradável para ninguém e saírem assim os dois, tiro-vos dois chapéus», sublinha.
 
Paula Neves completa: «É um mundo de tal modo complicado que o desejo de ser mãe tem de estar mais alto do que o sofrimento que se vai encontrar ali. E, no nosso caso não estava.»
 

 
 «Tenho um desequilíbrio emocional»

 
 
Paula Neves admite ser uma mulher doce, mas também amarga. «O meu marido leva com os dois lados, o doce e o bicho. Acho que sou querida para os outros, porque a maior parte das vezes eu escondo o bicho. Quando ele está cá fora, ou estou a tomar ansióliticos ou estou fechada em casa, porque não é um bicho sociável que possa estar com muita gente à volta, então protejo-me», assume atriz, que tem este problema há anos.
 
«Assim que acordo percebo logo como me sinto, tomo um ansiólitico e fico afinadinha, é uma beleza», ri-se, para depois voltar a um tom mais sério. «Quando estou a trabalhar é mais difícil de controlar, não quero estar sempre a tomar compridos, tento calar-me mais e ele vai embora sozinho. Eu tenho uma bolha de manhã, em que estou calada e ele vai embora sozinho. Este bicho vem de um desequilibro emocional», sublinha, explicando de seguida porque nunca se tratou.
 
«Sempre achei que fazia parte de mim e que é uma das minhas ferramentas enquanto atriz, um acesso a uma bagagem emocional que está muito disponível. Ir tratar um desequilíbrio emocional é um compromisso difícil e eu não me apetece ir ao fundo do poço ainda», termina.
 
Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Impala
  

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