Pai de Julen carregado de dor
«Maldita a hora que fui para ali… Não voltarei a comer um prato de paelha»

Internacional

José Roselló, pai de Julen, não se perdoa pela morte do menino. Numa entrevista carregada de dor, revela como ele e a mulher estão a enfrentar a morte do segundo filho

Sex, 01/02/2019 - 13:09

Os pais de Julen não conseguem ultrapassar a dor de terem perdido o filho. O progenitor do menino deu uma entrevista onde falou do momento dramático que vive. José diz que nunca mais se perdoará por o filho, de dois anos e meio, ter caído acidentalmente num poço com mais de 100 metros de profundidade e 28 centímetros de diâmetro, em Málaga, Espanha.  

«Fecho os olhos e vejo o mesmo, o poço. «Amaldiçoou-me. Maldito esse dia! Maldita a hora em que fui para ali… Não voltarei a ir para o campo, nem a comer um prato de paelha», afirmou ao Diário Sur. Recorde-se que quando aconteceu o acidente, a família estava a fazer uma fogueira num terreno de um familiar para cozinhar uma paelha. 

José Roselló deu estas declarações para agradecer à equipa de resgate que durante 13 dias trabalhou sem parar até retirarem o menino do furo. O corpo de Julen foi resgatado sem vida. 

José conta ainda que ele e a mulher, Vicky, têm passado os dias fora de casa porque não suportam ver os peluches de Julen. Passam o tempo em casa de amigos, que os estão a apoiar e só vão a casa dormir. O casal tinha perdido outro filho em 2017. Óliver, irmão mais velho de Julen, morreu com um ataque cardíaco fulminante. «Antes, vivíamos com a minha família, mas quando se passou o Óliver mudamos de casa porque tudo eram recordações. Agora é igual. Entras e começas a ver bonecos, bolas… só vamos a nossa casa dormir». 

O pai de Julen faz questão de fazer um agradecimento emotivo. «Igual ao que fiz para pedir mais meios, agora venho agradecer a todos os que se uniram para ajudar. Não quero mais entrevistas, só mostrar gratidão». 

«Estamos eternamente agradecidos à Guardia Civil, bombeiros, mineiros, engenheiros, operários, psicólogos, emergência 112, voluntários da Proteção Civil, vizinhos de Totalán, de El Palo… à mulher que nos cedeu a casa…»

José agradeceu ainda as mensagens que recebeu de todos os cantos do mundo. «Embora a dor não saia, serei eternamente grato».

 

Texto: Ricardina Batista; Fotos: Reuters 

 

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