Nuno Eiró
Do desgosto de amor à morte dos pais: “Eu fugi”

Nacional

Nuno Eiró esteve à conversa com Manuel Luís Goucha, no programa Goucha, da TVI, desta segunda-feira, dia 1 de fevereiro.

Ter, 02/02/2021 - 8:30

Nuno Eiró esteve à conversa com Manuel Luís Goucha, no programa Goucha, da TVI. O apresentador, de 46 anos, que estreou esta segunda-feira (01) o formato Esta Manhã, abriu o livro da sua vida e recordou a perda do pai que sofria de Alzheimer e como fugiu de ser cuidador, a morte da mãe e o grande desgosto de amor que o levou ao fundo do poço.

“Perdi a minha mãe em 2017.  Depois de perder o meu pai em 2008, perder a minha mãe foi como se estivesse num barco e ficasse sem remo, à deriva. Não foi fácil (…) O meu pai tinha Alzheimer, não morreu disso, não se morre de alzheimer… vão-se perdendo as faculdades e as famílias vão morrendo aos poucos com os seus doentes”, diz, explicando de seguida que tal não aconteceu com ele.

“Eu fugi. Fugi. A minha irmã é cuidadora, ela e o meu cunhado, sim, abdicaram da sua liberdade para prestar cuidados. Mesmo quando ia lá, eu não entrava no quarto. Não me culpava por isso porque tomei essa decisão. Eu demiti-me desta entrega mais de cuidador, tive de pensar comigo mesmo, que pessoa seria eu comigo mesma quando ele partisse… Tive de me aceitar assim. Eu estou lá, mas eu não sou um cuidador físico, tive de me aceitar assim”, afirma.

Desgosto de amor de Nuno Eiró

Nuno Eiró assume-se um homem verdadeiro e que se entrega ao amor. O apresentador casou-se em 2001 e garante que foi muito feliz. “Já foi há muitos anos. Casei porque amei. Estive três anos casado e acabou porque esvaziou. Acho que todas as relações têm um prazo de validade, uns maiores do que outros. Foi bom esse casamento, divertimo-nos imenso… éramos muito miúdos, tínhamos 27, estávamos juntos desde os 23 e vivemos com a graça, ingenuidade e beleza daquela idade”, recorda de sorriso nos lábios. Sorriso que se desvanece quando Goucha o confronta com a última relação que teve e que terminou em dezembro de 2019. Nuno Eiró nunca revelou de quem estava a falar.

“Acabou no Natal de 2019. Preencheu-me durante quase todo o tempo nesses oito anos.. Há uma decalage entre o que é e o que percecionas. Há uma altura em que percebes que algo está mal, mas a relação é boa e é funcional e ficas. Quando acaba é um vazio, o mundo desaba, perdi quilos. Dei tudo para sobreviver à desilusão. Fiquei sem trabalhar durante dois meses, devido ao confinamento em março (2020) e a partir daí foi duro”, diz.

Nuno Eiró revela como saiu do sofrimento profundo em que mergulhou e que assume quis passar por esse sofrimento para poder depois reerguer-se. “Os meus amigos desabaram também porque tínhamos todos (a pessoa era do mesmo grupo) uma relação muito sólida e intensa. Não foi só uma quebra de relação para mim, mas também para eles. Foi duro para eles. Eu também me afastei deles, precisava de me afastar, conhecer outras pessoas, não queria falar do assunto. Olhar para eles era olhar para o que tinha acontecido. Comecei a fazer e faço terapia. O que eu fiz foi sentar-me no fundo do poço e esperar que passasse. Não tinha paz para ver televisão, para ler…”, explica, frisando que agora encontrou a tranquilidade que tanto desejava.

Perda de peso

O sofrimento que passou levou-o a uma perda de peso que não esperava. “Como estava em casa acabava por estar mais de pijama ou em fato de treino e estava habituado a que a roupa estivesse larga. Mas há um dia em que vou para ir tomar banho e percebo que estou mesmo magro e não foi bom. Não era eu… Nada era eu. Foi estranho… O tempo foi passando, fui conhecendo pessoas, fui-me pacificando…”, partilha.

Estreia de Esta Manhã

Nuno Eiró estreou esta manhã o programa Esta Manhã, ao lado de Sara Sousa Pinto. “Foi a estreia mais tranquila da minha vida. É saberes que estás no sítio certo na hora certa… Tem que ver com a tranquilidade que tenho. E hoje senti-me mais uma vez feliz”, termina.

Texto: Ana Lúcia Sousa

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