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“Não estou feliz, mas faço um esforço para sorrir”, diz CARLA MATADINHO

Famosos

Há um ano a viver o drama de perder o enteado PAULINHO, de apenas seis anos, manequim regressa à televisão com uma rubrica de beleza
Uma leucemia fulminante ceifava dramaticamente há um ano a vida de Paulinho, de seis anos. Um choque para o pai, Paulo Sousa e Costa, e para a namorada deste, Carla Matadinho, que hoje fala sobre esta perda que vai marcar para sempre a vida do casal.

Qui, 13/10/2011 - 23:00

Uma leucemia fulminante ceifava dramaticamente há um ano a vida de Paulinho, de seis anos. Um choque para o pai, Paulo Sousa e Costa, e para a namorada deste, Carla Matadinho, que hoje fala sobre esta perda que vai marcar para sempre a vida do casal, mas com a qual eles têm de conviver diariamente sem se esquecerem deles próprios e dos seus projetos profissionais.

VIP – Estão a viver um momento muito dramático com a morte do Paulinho. Como é que se sobrevive a uma coisa destas?
Carla Matadinho – É muito complicado falar sobre isso… Basicamente não se dá a volta por cima; não se deu a volta por cima. Continuamos a viver uma vida porque o tempo não parou. E já estamos em setembro. Às vezes as pessoas comentam: “Estás com tão bom ar; estás feliz?” Não, não estou feliz. Mas faço um esforço para trabalhar, faço um esforço para sorrir, para estar minimamente bem. Mas no fundo não estou bem, é impossível.

Acha que algum dia vão ultrapassar isto, voltarem a ser felizes?
Não se trata de ultrapassar nada. Trata-se de aprender a lidar com uma realidade que nós não queremos. É tudo muito devagarinho. É uma situação tão dura e tão complicada que me faltam palavras para exprimi-la. Portanto, é gerir isto devagarinho. É muito duro para o Paulo, porque perdeu o filho.

Para si também deve ser duro…
Sim, muito duro. É muito complicado. Tudo o que eu quero agora é um dia voltar a ser feliz com o Paulo, porque nós éramos uma família com o Paulinho…

Esta situação aproximou-os?
Nós sempre fomos muito próximos. Nós já nos conhecemos há muitos anos e quando começámos a namorar já éramos amigos. Quando nos conhecemos lembro-me que gostei muito dele, enquanto pessoa ele é um ser humano fantástico. Temos uma relação muito íntima, muito forte e isso mantém-se.

Casar faz parte dos planos?
Os tempos mudaram. Antes, namorar era uma coisa; hoje é outra. O Paulo é meu namorado, é meu companheiro, eu trato-o por marido, porque o sinto. Nós temos uma vida em comum, debaixo do mesmo teto. Só não temos um papel assinado que oficialize a nossa relação. Mas para nós e para os nossos amigos nós somos marido e mulher.

Mas para si casar não é um sonho?
Nunca foi. Mas se um dia acharmos que faz sentido, que o devemos fazer, fazemos. Mas não existe nenhuma obrigatoriedade. Se acontecer vai ser uma cerimónia simples, bonita. Nada dessas coisas de véu e grinalda.

E ser mãe?
Há momentos para tudo e este não é o momento.

Curiosamente trabalha com o Paulo. É portanto uma parceria de sucesso, quer a nível pessoal como profissional.
Damo-nos muito bem e a trabalhar em conjunto fazemos uma boa equipa.

Em casa conseguem falar de outra coisa que não seja trabalho?
Tem de ser. Temos de separar as coisas. Quando estamos mais stressados é inevitável e aí é o Paulo que me diz que temos de mudar de assunto. No trabalho não falamos, porque cada um tem as suas tarefas para fazer. Em casa tentamos ter momentos de lazer.

Com a vossa agenda é fácil ter tempo para vocês?
Nós acompanhamo-nos muito um ao outro nos nossos trabalhos.

Como vai a vida profissional?
Não me posso queixar. Na minha vida profissional sempre fiz várias coisas. Continuo a fazer produções, desfiles e felizmente vem aí muito trabalho. Na parte de televisão, de apresentadora, estou à espera que aconteçam outras coisas, entre as quais o regresso da minha rubrica na Praça da Alegria (RTP1) sobre moda e imagem. Estou à espera que me agendem datas.

Moda é uma área que domina?
Sim, é uma área de que gosto bastante. Falo sobre novas tendências, dou conselhos sobre como parecer mais magra ou mais alta. É muito bom misturar a moda com a televisão. Nesta rubrica foi engraçado, porque tive oportunidade de fazer trabalho de reportagem ao acompanharmos uma noiva na preparação do casamento.

As pessoas pedem-lhe dicas?
Recebo vários e-mails a pedir conselhos e ajuda em algumas coisas. Na rua abordam­- me mais no sentido de “quero ser manequim; acha que tenho potencial”?

Ser apresentadora de televisão continua a ser o seu grande sonho?
Sim. Felizmente, todos os anos tenho tido um projeto novo. O último que eu fiz antes da Praça ainda nem foi para o ar. É um projeto para a RTP do qual não vou falar porque ainda não foi apresentado. Sei que tenho trabalhado para que as coisas aconteçam. Agora, a televisão é mesmo assim. Fazemos um projeto e paramos.

Sente que é um meio onde ainda é difícil entrar?
Não sei… Eu não me posso queixar. Era um sonho que tinha e consegui concretizá-lo na SIC, quando apresentei o Carlsberg Cup Show. Depois fiz o Mesmo a Tempo, gravei o programa para a RTP e estou na Praça da Alegria. Agora pode ser que surjam novas oportunidades.

O que lhe apetecia fazer?
Muita coisa. Gostava de ter um projeto meu de moda, porque acho que fazem falta programas de moda na televisão. As pessoas gostam de ouvir conselhos, de mudanças, o que se usa e o que não se usa.

Nesta área também é importante apostar na formação.
Sim e tenho-o feito. Nunca me desleixei com isso, porque acho fundamental ter formação para trabalhar onde quer que seja. No verão estive a fazer uma formação no Cenjor de reportagem para televisão; já fiz uma pós–graduação em Televisão, já fiz o atelier de TV. Agora quero fazer o módulo de entrevista para televisão, também no Cenjor. Acho que é necessário a formação, sobretudo porque se paramos algum tempo ficamos perras.

De onde vem o gosto pela televisão? A Carla começou o percurso profissional na moda. Uma coisa levou à outra?
Eu comecei a gostar de televisão muito cedo, mais ao menos ao mesmo tempo que comecei na moda. Era ainda adolescente quando fiquei fascinada pela televisão e pela reportagem. Nunca gostei de jornalismo, mas o meu curso tecnológico do 10.º ao 12.º ano foi de Comunicação. Eu fazia o telejornal da escola.

Acha que ser manequim a ajuda a ser apresentadora?
Temos mais contactos, conheço mais pessoas e nesse sentido pode ter-me ajudado. Noutro aspeto, deu-me mais à vontade em frente às câmaras, porque há muitas pessoas que se intimidam com as câmaras. Eu nunca fiquei.

Dá dicas de beleza na Praça da Alegria. Suponho que tenha os cuidados que aconselha no programa consigo mesma.
Eu tenho cuidados básicos. Hidrato muito bem a minha pele, nunca saio de casa sem o meu creme de olhos, sem o creme de dia, sem o anticelulítico. É uma rotina diária que faz parte do meu bem-estar.

Com 28 anos gosta do que vê ao espelho?
Gosto, mas acho que não há nenhuma mulher no mundo que se sinta sempre feliz com a sua imagem. Há dias em que estamos bem, mas noutros achamos sempre um defeito qualquer. Nunca estamos satisfeitas com o que temos.

Mudava alguma coisa em si?
Não. Eu gosto de mim, mas também tenho dias em que me olho ao espelho e me sinto horrível (risos).

Tem medo de envelhecer?
Assusta-me envelhecer mal. Ainda no outro dia me disseram que já tinha cabelos brancos. Eu respondi que eram sinal de sabedoria. Não nos devemos assustar com a mudança porque é sinal que estamos cá. Eu só espero é envelhecer sem doenças graves e conseguir ser feliz.

Como se vê daqui a dez anos?
Daqui a dez anos terei 38 anos… Vejo-me como uma jovem empresária de sucesso. Eu e o Paulo temos a Yellow Star Company e está a correr muito bem. Por exemplo, estamos a preparar o regresso da peça 39 Degraus, que vai estrear no Teatro Rivoli, no Porto, a 20 de outubro.

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Paulo Lopes

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