Nicolau Breyner
Não esconde o orgulho que sente na Academia que abriu

Famosos

A NB Academia
dá aulas de representação,
mas também tem outros
cursos

Qui, 30/10/2014 - 0:00

A Nicolau Breyner Academia é o novo projeto de vida do ator. Com uma carreira com mais de 50 anos, este alentejano, natural de Serpa, já fez de tudo um pouco ao nível da representação. Incluindo ser professor. Por isso mesmo, Nicolau Breyner acalentava a esperança de um dia abrir a sua própria escola. Sonho que finalmente alcançou, com o apoio da mulher, Mafalda Bessa. Desde 26 de setembro que a instituição iniciou o primeiro curso de representação de três anos, que confere equivalência ao 12.º ano. Um orgulho!

VIP – Este é um sonho tornado realidade?
Nicolau Breyner –
É um dos… É um ciclo de vida. Quero transmitir às novas gerações a experiência que acumulei ao longo dos anos. Há ótimas escolas de atores em Portugal, mas eu tenho necessidade de fazer as coisas como acho que elas devem ser feitas. De acordo com o meu método.

Qual é o fator diferenciador da academia?
É especialmente dedicada ao cinema e à televisão. É um curso prático. Praticamos com câmaras todos os dias. Depois, temos um lado teórico, de história do cinema, da televisão e da dramaturgia. Tudo o resto é feito nos estúdios, a trabalhar.

A Academia tem o aval da Câmara Municipal de Lisboa. Isso é importante?
Sim, facilita tudo. Temos uma ótima relação com a Câmara e é ótimo trabalhar com uma pessoa como o António Costa. É um homem que percebe a cultura e que se preocupa.

A nível do investimento também foi mais fácil? Quanto é que teve de investir?
Foi fundamental. Não sei quanto gastámos, não é esse o meu departamento. Nem pergunto.

Mas é um investimento que vale a pena?
Eu julgo que sim. Pelo menos, até agora, tem valido, enquanto investimento emocional. É bom começar a ver malta nova a aparecer.

Está preparado para ser o padrinho de toda uma geração de novos atores?
Sim e acabo de saber que duas alunas nossas vão entrar numa novela.

A nova geração de atores promete?
Há ótimos atores em todas as gerações. Há uns velhos do Restelo, que não acreditam nisto, mas eu sim. Acho apenas que a nova geração devia estudar e preparar-se mais.

Esteve a gravar até setembro O Beijo do Escorpião (TVI). Como é que concilia tudo?
Se fosse só a novela e a escola, já não era mau, mas também tenho mais coisas. Mas não era difícil, porque não gravava muito. Durmo pouco; deito-me cedo e acordo cedo. Dá tempo para fazer as coisas.

Não precisava de mais 24 horas no seu dia?
Dava-me jeito, mas, como não é possível, coordeno-me para fazer tudo.

A família reagiu bem ao projeto da escola?
A família gostou imenso. A parte de decoração, e de pintura da escola, foi tratada pela minha mulher. Nós temos todos um enorme respeito pelo trabalho de cada um. Podemos aconselhar, dizer “não faças isso, faz antes assim”, mas nunca nos opomos.

Costuma pedir opinião à sua mulher e filhos?
À Mafalda, sim; aos filhos, não, que eles não sabem nada de nada. Com a Mafalda troco sempre opiniões e, neste caso, ela foi uma das mentoras do projeto. É um projeto familiar, no bom sentido, porque lutámos muito por isto.

O que sente agora que vê este “filho” a dar os primeiros passos?
Sinto-me bem. Expectante. Estou satisfeito porque temos tido uma boa adesão, ao nível de alunos. Tem sido bom.

E os seus filhos não querem seguir as pegadas do pai?
Um deles, segue. É o meu enteado, o Tiago, e tem talento. Adora isto, é licenciado em Comunicação Social, mas sempre gostou de representação e começou porque quis. Os outros não mostram qualquer interesse. Não tenho pena. Se elas quiserem fazer, fazem. Acham muita graça ao que eu faço, mas não querem representar.

Li, numa entrevista, que o maior elogio que lhe deram foi logo no início da sua carreira. Disseram-lhe que o Nicolau não parecia estar a representar, parecia estar em casa. Aqui, na NB Academia, também se sente em casa?
Sinto. Tudo o que tem a ver com representação, com televisão, com cinema, seja de que forma for, faz-me sentir como peixe na água. E repare que eu já fiz tudo e agora sou professor…

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Liliana Silva; Produção: Zita Lopes

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