Apaixonado pela música desde sempre, integrou vários projetos musicais até que, em 2008, gravou Os Fados do Rock, o seu primeiro disco, produzido por José Cid.
Em 2010 abriu o concerto de Michael Bolton no Campo Pequeno e, dois anos depois, gravou Sons Ibéricos, que no dia 21 de fevereiro vai apresentar no Casino da Figueira da Foz. No entanto, Zé Perdigão já levou este seu trabalho a países como o Chile, o Uruguai e a Argentina.
VIP – Participou num festival de tango e fado na América do Sul. Como surgiu a sua ligação à música sul-americana?
Zé Perdigão – A convite do músico chileno Jorge P rado e do maestro Julio Ortiz fiz uma digressão de quase três meses pela A mérica do Sul, com cerca de 20 concertos divididos pelo Chile, Argentina e Uruguai. Sou um privilegiado por ter sido convidado para o primeiro Festival Porteño de Fado y Tango, que decorreu em Buenos Aires, na Argentina. O fado e o tango têm ADN comum: a nostalgia e as temáticas das suas letras. A única diferença é que o fado não se dança.
Que expectativas tem em relação a Sons Ibéricos, o seu segundo trabalho?
Felizmente, está a ser muito bem recebido pelo público. No início da tournée de 2014, no passado dia 10 de janeiro, no Auditório Luísa Todi, em Setúbal, tinha uma plateia composta por um público de vários pontos do País e algumas pessoas fizeram mais de 350 quilómetros para estar nesse concerto!
Não há fronteiras para a música, em especial na Península Ibérica?
Este álbum é fruto de um trabalho de cinco anos. A o longo deste tempo, gravei mais de 30 temas e, desses, foram selecionados 14, que compõem Sons Ibéricos. Fomos beber na essência ibérica, se assim quiser, na raiz popular, sem desvir tuar temas como Senhora do Almortão e Milho Verde, tradicionais da Beira Baixa, onde recolhemos a sonoridade milenar e ancestral do adufe, ou a sonoridade mais andaluza do tema Aranjuez, de Joaquin Rodrigo. É um álbum composto, maioritariamente, por inéditos da autoria de José Cid. O enamoramento da guitarra portuguesa com a guitarra flamenco, viola braguesa, é uma simbiose perfeita de sons, que nos leva a viajar no espaço e no tempo desta Ibéria antiga e sempre renovada. Na música não há fronteiras. Ela é como o sorriso: é uma linguagem universal.
Como define a sua música?
Não uso rótulos. Sou muito eclético, escuto de tudo um pouco, e depois filtro e fico só com o que me é aprazível escutar. Acredito que o mesmo acontece com a música que canto.
Fotos: José Manuel Marques; Produção: Ana Coelho com produtos Maybelline e L'Oréal Professionel
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