Música
Dulce Pontes responde aos que perguntam “ainda é viva?”

Nacional

A comemorar os 35 anos de carreira, Dulce Pontes partilha uma extensa reflexão sobre aquilo que muitos pensam sobre a cantora.

Qua, 20/09/2023 - 18:00

A assinalar os 35 anos de carreira, Dulce Pontes recorreu às redes sociais para partilhar uma extensa reflexão sobre algumas dúvidas que pairam na mente de muitos. No texto a que deu o titulo de “II Capítulo- Portugal: ‘Bem-me- quer, Malmequer, tudo, pouco ou nada’”, a artista, de 54 anos, começa por partilhar algumas questões que ouve. “Por onde tem andado? Ainda canta? Por que não a vemos? Mudou-se para Espanha? Ainda é viva?”, escreve.

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“Estas e outras questões, todas elas válidas e naturais, têm sido uma constante ao longo de algum tempo, por uma percentagem significativa de público que é ‘alimentado’ exclusivamente pelos meios de comunicação em Portugal, meios esses que correspondem a determinadas facções e interesses, sendo certo que as excepções à regra são muito poucas”, desabafa. “’Senhores do bolo’: caso ainda não tenham percebido, existe muita Gente que, mesmo sem discernir as complexidades deste sistema medíocre e tendencioso, percebe e sente que alguma coisa está muito errada”, prossegue.

“Não estou zangada”

E Dulce Pontes não se fica por aqui. “Não é possível tapar o sol com a peneira, nem apagar o que está escrito, nem o que foi feito e construído e nem o tempo e nem a Obra. Não é possível e até me chega a fazer pena e graça o ponto a que chegam na infinita tentativa orquestrada, no fim sempre falhada, de deturpação, omissão, substituição e outras coisas acabadas em ão”, escreve. “Quanta solidão acompanhada, será sempre em vão! E não, não estou zangada, até agradeço. Tudo o que consegui é merecido e fruto de trabalho árduo e contínuo. Nunca dependi de capelas para nada. São só 35 anos de Música e caminho, de estrada, de amor verdadeiro, de vida, de entrega, de entreajuda, de aprendizagem, de sonho e de utopia”, realça.

“Vão ter de levar comigo pelo menos por mais 35”

Por fim, uma garantia. “De abraços apertados, de voos partilhados, de sementes germinadas, de mares e céus infinitos, de pura poesia e de verdade. O resto fica no resto porque de resto não passa. Quando eu morrer não toquem os tambores: ainda vão ter de levar comigo pelo menos por mais 35”, conclui a cantora.

Texto: Bruno Seruca
Fotos: Impala

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