Morreu a rainha Isabel II
Saiba tudo o que vai acontecer nos próximos dias

Realeza

O Dia D chegou. A rainha Isabel II morreu aos 96 anos e foi ‘ativada’ a operação London Bridge. Saiba tudo o que vai acontecer nos próximos dias.

Qui, 08/09/2022 - 22:40

A rainha Isabel II morreu nesta quinta-feira, 8 de setembro, aos 96 anos, em Balmoral, na Escócia. O momento de luto que o Reino Unido e o mundo vivem não deixa de levantar algumas questões sobre o que vai acontecer nos próximos dias. As autoridades britânicas planear ao pormenor uma operação – denominada de London Bridge – para que os dias após a morte da monarca não sofram imprevistos.

O London Bridge é, todos os anos, revisto e reescrito entre duas a três vezes, em reuniões entre vários elementos do governo, da polícia, do exército e funcionários da Casa Real, para que no ‘Dia D’ – como é designado o dia da morte da monarca – tudo corra de acordo com o protocolo.

Uma vez que a morte da rainha Isabel II se tratava de “um momento incerto”, como revela o The Guardian, citando fontes próximas da Casa Real que descreveram estas reuniões, havia várias hipóteses em cima da mesa para o primeiro procedimento a ser seguido: se Isabel II morresse fora das fronteiras do Reino Unido, teria de ser transportada por um avião de Força Aérea até Londres. Se morresse durante a temporada de verão, que costumava passar em Balmoral, seria acionada a ‘Operação Unicórnio’.

Esta operação prevê a suspensão da sessão no Parlamento da Escócia e, de acordo com o The National, o corpo da rainha de Inglaterra vai passar pelo Palácio de Holyroodhouse, pela catedral de St.Giles, em Edimburgo, e depois será transportado de comboio até Londres.

As últimas horas de vida da rainha: “A Ponte de Londres Caiu”

Segundo o protocolo real, o médico da rainha Isabel II, Huw Thomas, terá acompanhado os últimos momentos de vida da monarca e controlou os acessos ao quarto onde se encontrava. Depois de morrer, os filhos da soberana ter-lhe-ão beijado as mãos e, depois da família se despedir, Christopher Geidt, o secretário privado da Rainha, terá ligado à primeira-ministra, Liz Truss, dizendo-lhe: “A Ponte de Londres Caiu”, o código usado para anunciar a morte de Isabel II.

A notícia terá sido posteriormente transmitida pelo Centro de Resposta Global do Ministério das Relações Exteriores para os 15 governos dos quais Isabel II era chefe de Estado fora do Reino Unido, e para as 36 nações da Commonwealth.

O conde Marechal, o 18.º duque de Norfolk, vai supervisionar todos os preparativos, mas há decisões que só o herdeiro ao trono de Inglaterra pode decidir – neste caso, o príncipe Carlos, que passa agora a ser tratado por rei Carlos III.

Dia D: Morreu a rainha Isabel II. O que vai acontecer nos próximos dias?

A morte da rainha Isabel II implica a ascensão do Príncipe Carlos ao trono e, por isso, o plano London Bridge planeou minuciosamente todos os anúncios e cerimónias que vão decorrer nos próximos dias.

A VIP explica-lhe tudo:

No Dia D+1, o primeiro dia após a morte da monarca, as bandeiras voltam a ser hasteadas e o príncipe Carlos será proclamado rei, pelas 11 horas da manhã, no Palácio de St. James.

Richard Tilbrook, sacristão, vai ler a declaração formal e, posteriormente, Carlos vai jurar proteger a Igreja na Escócia, assumindo o ‘fardo’ que passa agora para as suas mãos.

Após o discurso do novo rei de Inglaterra, os guardas da Marinha Real britânica vão fazer soar as trombetas três vezes, para depois Thomas Woodcock, principal conselheiro soberano do Reino Unido, dar início à proclamação de Carlos a Rei.

Woodcock vai acompanhar os guardas reais até à estátua de Carlos I, Trafalgar Square, onde o anúncio do novo monarca será feito, mais uma vez. Em simultâneo, no Hyde Park, serão disparados 41 tiros para assinalar a proclamação de Carlos.

Posteriormente, o rei Carlos III vai fazer uma viagem de alguns dias pelo País, passando por Edimburgo, na Escócia, Cardiff, no País de Gales, e Belfat, na Irlanda do Norte, para mostrar que estes países são “parte integrante do seu reino”, como revela o The Guardian.

Subditos podem despedir-se da rainha durante 23 horas

No Dia D+4, o quarto dia após a morte de Isabel II, o caixão da monarca vai seguir em procissão, desde o Palácio de Buckingham até Westminster Hall, onde vai permanecer durante quatro dias. Este será o primeiro grande desfile militar das cerimónias fúnebres da rainha. No Westminster Hall, serão ser lidos vários salmos enquanto o caixão é envolto num pano roxo. Carlos III já terá regressado da viagem pelo país para poder participar.

O caixão da soberana vai permanecer na sala do trono, no Palácio de Buckingham, até ao quinto dia. Depois, volta a seguir para o Westminster Hall. É lá que os fãs da realeza britânica vão poder despedir-se de Isabel II. Os soldados reais ficarão de guarda, mas as portas estarão abertas durante 23 horas. Junto ao caixão estarão sempre quatro guardas.

Dia D+9: O dia do funeral

Nos dias que antecedem o funeral, designado por ‘Dia D+9’ os soldados vão percorrer as ruas por onde vai passar a procissão e ensaiar as orações. 10 guardas serão escolhidos para transportarem o caixão de Isabel II, uma vez que os caixões dos membros da realeza são forrados a chumbo.

Antes do amanhecer, as joias que foram colocadas no caixão da rainha Isabel II vão ser retiradas e limpas. Às 9h da manhã, o Big Bem vai então soar e, posteriormente, o sino de Westminster Hall. Depois, o martelo do sino será coberto por uma capa de cabedal, para que se oiçam apenas sons abafados, que dão início ao dia do funeral, que vai decorrer na Abadia de Westminster.

Quando o caixão de Isabel II chegar às portas da abadia, perto das 11h, o Reino Unido vai parar e ficar em silêncio. Dentro da Abadia de Westminster, vão estar presentes cerca de dois mil convidados e o arcebispo vai discursar. Neste momento, os meios de comunicação estão proibidos de mostrar os rostos dos membros da realeza britânica. O caixão será levantado novamente pelos elementos da Marinha real britânica e colocado numa carruagem, que será escoltada por 138 militares.

A procissão vai seguir pelas ruas de Londres até ao Castelo de Windsor, onde estão sepultados outros membros da família real britânica. Os familiares de Isabel II já estarão em Windsor à sua espera. O carro fúnebre vai passar os portões e estes vão ser fechados, colocando um ponto final à transmissão pública das cerimónias do Dia D+9. Já no interior da Capela de São Jorge, o caixão vai descer para a câmara da sepultura e o filho, Rei Carlos III, vai despedir-se da mãe, atirando terra vermelha para cima do caixão.

Neste dia, os cidadãos britânicos não deverão trabalhar. As lojas fecham e o mercado de ações não vai abrir, para que todas as atenções estejam voltadas para o culto à rainha Isabel II.

Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Reuters

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