Maria João Abreu
Do teatro à televisão, a vida de uma das atrizes mais queridas do público

Nacional

Maria João Abreu morreu esta quinta-feira, aos 57 anos. Era das atrizes mais queridas do público e tinha uma carreira de 40 anos a representar. Era também descendente de D. Pedro I e D. Inês de Castro. A vida e obra da artista

Qui, 13/05/2021 - 14:10

Maria João Abreu morreu esta quinta-feira, 13 de maio, aos 57 anos. A atriz, que era uma das mais querida do público português, contava com uma carreira de cerca de 40 anos no teatro, na televisão e no cinema.

A atriz não resistiu ao rebentamento de um aneurisma e acabou por morrer no Hospital Garcia da Orta, onde estava internada desde o dia 30 de abril.

Era descendente de D. Pedro I e D. Inês de Castro

Maria João Gonçalves Abreu Soares nasceu em Lisboa a 14 de ahril de 1964. Mas foi no campo que teve das memórias mais felizes. As férias da atriz eram passadas na casa da avó em Lamarosa, uma localidade entre Torres Novas e o Entroncamento. “No Verão, nós íamos trabalhar com ela no campo antes dos figos secarem: tínhamos de roçar as ervas à volta da copa das árvores para que os figos quando caíssem não se misturassem todos”, revelou numa entrevista à revista “Sábado” sobre o papel dos avós.

Estreou-se como atriz profissional em 1983, no musical Annie de Thomas Meehan, dirigida por Armando Cortez no Teatro Maria Matos. Seguiram-se vários espetáculos de revista no Parque Mayer, até participar, na Casa da Comédia, em O Último dos Marialvas de Neil Simon, peça que a reconhece como atriz de comédia. Depois de várias revistas no Teatro Maria Matos, passa pelo Teatro Aberto, colaborando com João Lourenço (As Presidentes, de Werner Schawb) e José Carretas (Coelho Coelho, de Celine Serreau) no Teatro Aberto. Participa ainda em Bolero, um espetáculo de Manuel Cintra e José Carretas para o CCB.

Em 1998 funda, com José Raposo, a produtora Toca dos Raposos, que empresariou sucessos como a revista Ó Troilaré, Ó Troilará ou o musical Mulheres ao Poder, uma adaptação de Lisíastra de Aristófanes. Em 2004 coprotagonizou A Rainha do Ferro Velho de Garson Kanin, encenado por Filipe La Féria no Teatro Politeama.

Em 2012 protagonizou a peça O Libertino, encenada por José Fonseca e Costa, no Teatro da Trindade, em Lisboa, contracenando com José Raposo, Custódia Gallego e Filomena Cautela.

No programa Quem É Que Tu Pensas Que És?, emitido pela RTP1 em 5 de fevereiro de 2013, ficou apurado que a atriz, pelo ramo da sua avó paterna, é descendente de D. Pedro I e de D. Inês de Castro, por via de um filho destes, o Infante D. João.

No cinema, participou nos filmes A Falha de João Mário Grilo (2001), António Um Rapaz de Lisboa de Jorge Silva Melo (1999) e Telefona-me de Frederico Corado (2000), sendo Lá Fora, de Fernando Lopes (2004), Call Girl de António-Pedro Vasconcelos (2007) e Florbela de Vicente Alves do Ó (2012) as suas mais recentes participações.

Participou como madrinha de um dos casais do reality-show Casamento de Sonho.

“Ser avó de dois é como ser mãe de dois, como já fui”, Maria João Abreu

Maria João Abreu esteve casada com o ator José Raposo durante 23 anos, de quem teve dois filhos, Ricardo e Miguel. A artista voltou a reencontrar o amor junto do músico João Soares, com quem casou em 2012.

Apesar de separados, Matia João Abreu e José Raposo continuaram amigos e a contracenar juntos. “É ótimo. O José Raposo é maravilhoso, um ótimo ator. É muito bom voltar a estar com ele. Já temos muita cumplicidade, é mais fácil”, referiu a atriz na apresentação do projeto “Amor Maior”, da SIC.

Em 2016, os atores foram avós pela primeira vez de Matias, fruto da relação do filho Ricardo com Rita Rodrigues. Um ano depois, e com outro neto a caminho, Noah, Maria João Abreu comparava o papel de avó ao de mãe. “Ser avó de dois é como ser mãe de dois, como já fui. Quanto mais amor damos, mais amor temos para dar”, afirmou em declarações aos jornalistas nos Prémios Sophia 2017.

 

 

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