Maria Helena: a morte do pai e a infância difícil
«Andava descalça, não tinha sapatos»

Nacional

Maria Helena Martins, a taróloga da SIC, recorda a dura infância que viveu, desde as dificuldades económicas à morte do pai.

Sex, 05/07/2019 - 20:20

Maria Helena Martins esteve esta sexta-feira, dia 5 de julho, n’O Programa da Cristina a falar sobre as dificuldades que passou na infância e sobre os detalhes mais pessoais da sua vida. 

«Andava descalça, não tinha sapatos»

A taróloga contou a Cristina Ferreira que a infância foi de «muitas dificuldades económicas». «Andava descalça, não tinha sapatos. Já era crescida quando calcei sapatos pela primeira vez. Lembro-me que magoavam muito», confessa.

Ainda que com poucos recursos, Maria Helena afirma que nunca considerou ser pobre. «Esse conceito nunca me coube, eu pensava que tinha tudo. Tinha flores, tinha passarinhos, tinha fruta das árvores. Tive uma riqueza enorme e que a maioria das crianças não sabe o que é», acrescenta.

As cartas de tarot acompanharam, desde cedo, Maria Helena. «Sempre as tive. Sempre acendi velas. Sempre rezei. Mas só aos 55 anos é que me dedico a isto como profissão», recorda. 

Maria Helena casou-se com 17 anos, após três anos de namoro. Fruto dessa união são os três filhos e destes já tem oito netos. Conta ainda que emigrou para o Brasil, onde viveu durante seis anos, com apenas «5 contos» no bolso. 

A morte do pai

Maria Helena não esconde que, ao longo dos seus 70 anos, há um período difícil que não esquece. Quando tinha seis anos, perdeu o pai. «Uma miúda disse-me: ‘olha, o teu pai suicidou-se. Matou-se debaixo do comboio’. E foi assim.», conta.

Mais de 60 anos depois, o sentimento de tristeza permanece. «Nunca se resolve. É uma coisa que fica. A sensação que uma criança tem quando o pai ou a mãe parte é que ela fez qualquer coisa de errado. Isso é uma falha que fica eternamente. Não há nada que tape essa falha. Por mais amor que tenhamos, o amor de um pai e de uma mãe é insubstituível», desabafa com Cristina Ferreira, que se mostra emocionada.

«Nunca fui procurar porque ele fez isso, mas nos meus 70 anos já encontrei respostas. Uma pessoa só parte quando não se enquadra nesta vida, quando sente que está a mais, quando nada faz sentido para ela, quando viver é uma dor tão grande que preferem partir. Acredito que seja isto», concluiu.

Veja o vídeo onde Maria Helena fala da morte do pai

As memórias com a mãe

A mãe de Maria Helena vendia peixe e fruta na praça de Moscavide. A taróloga «ia com ela e adorava aquilo». Confessa que, quando está mais em baixo, se dirige ao local onde a mãe trabalhou. «A energia surge logo. Recomendo às pessoas que, quando estiverem desmotivadas, vão à origem», declara.

«Se não tenho hipótese, vou à procura dela»

Quando tinha 45 anos, candidatou-se à universidade. «Tinha a quarta classe. Foi através do exame ‘ [de acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos]». Maria Helena entrou na universidade com média de 16 valores e licenciou-se Sociologia. «Depois fiz uma pós-graduação e continuei sempre a estudar. Estudava à noite e trabalhava de dia».

«Costumo dizer que sou aquela sem hipótese. Portanto, se não tenho hipótese, vou à procura dela. À partida, eu não tinha hipótese», conclui a taróloga, de 70 anos.

Recorde-se que Maria Helena Martins chegou à televisão em 2002 pela mão de Teresa Guilherme, para quem enviou «à sorte» um currículo. Acabou por ser chamada para o programa da TVI, Olá Portugal.

Texto: Ana Filipe Silveira com Redação Win; Fotos: Reprodução Instagram

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