Maria do Céu Guerra
Não tenciona abandonar Festa é Festa: “Faz-me bem divertir-me a divertir as pessoas”

Nacional

Maria do Céu Guerra faz balanço positivo de um ano de gravações de Festa é Festa. Projeto da TVI vai ter mais temporadas e a consagrada atriz não tenciona abandonar o elenco: “Faz-me bem divertir-me a divertir as pessoas”

Sáb, 14/05/2022 - 11:30

Maria do Céu Guerra continua empenhada, de corpo e alma, em dar vida à personagem Corcovada da novela Festa é Festa, da TVI. Apesar do arrastar das gravações deste projeto da TVI, que inicialmente era para ter uma temporada mas já vai na quarta, aquela que é uma das mais consagradas atrizes portuguesas está para ficar até ao fim. Cristina Ferreira já confirmou, entretanto, que já há mais temporadas pensadas para Festa é Festa e que Maria do Céu Guerra faz parte do elenco.

Aos 78 anos e com uma carreira que soma quase 60, Maria do Céu Guerra destaca a alegria que a novela da TVI dá aos portugueses, mas também à sua vida. “As gravações têm corrido lindamente, gosto muito. Sou da opinião que faz bem às pessoas, especialmente às pessoas de idade, às pessoas que estão em casa e às pessoas que viram passar estes dois anos tão tristes. Tenho informações de que essas pessoas têm melhorado bastante a nível de saúde com a perspetiva de terem todas as noites uma coisa que as faz rir, que as anima, que lhes dá boa disposição e as deixa ir para cama com um sorriso”, diz.

Nós atores quando começamos uma carreira pensamos sempre em fazer bem aos outros. Há um lado de altruísmo, filantrópico, nas nossas carreiras, que é fazer rir as pessoas, sensibilizar as pessoas, dar um pouco mais de visão ou de cultura. E muitas vezes essas coisas não se conseguem. A vida não nos dá espaço para que isso aconteça porque os reportórios não são o que queremos… Eu tenho sorte porque, como dirijo uma companhia (de teatro), faço mais ao menos o que gosto, mas a maioria dos atores não tem essa sorte”, considera.

Em gravações há um ano, ainda não há data para o fim de Festa é Festa. “Não esperava que fosse tanto tempo e fico muito contente com isso. As pessoas agarram-se a mim, dão-me beijinhos e agradecem. E pessoas de muitos estratos quer sociais quer etários. Há muitos jovens que veem com os avós”.

Apesar do ritmo intenso, Maria do Céu Guerra não pensa parar. “Eu faço teatro ao mesmo tempo, eu tenho imensa energia”, explica, garantindo que não tenciona sair mais cedo do projeto da TVI. “Segundo o que me diz a diretora de programas, a Gabi (Gabriela Sobral), eu sou imprescindível. Tenho me disciplinado para guardar sempre tempo para as gravações”.

Maria do Céu Guerra grava série no Brasil

Recentemente, Maria do Céu Guerra esteve temporariamente afastada das gravações de Festa é Festa, mas por um bom motivo. “Fui, entretanto, ao Brasil. Fui fazer uma serie à HBO. Estive lá um mês e dez dias. Fiz uma interrupção (mas gravações da novela). Tive a possibilidade de fazer trabalho adiantado e preparar (a ausência). Fui convidada há muito tempo, quando esta novela não tinha a segunda temporada. Agora não podia dizer que não”, justifica-se.

A Série chama-se Área de Serviço e foi gravada em março. “Tem uma série de atores portugueses e uma série de atores brasileiros. É uma comédia, escrita, dirigida e protagonizado por um ator cómico muito bom chamado Pedro Cardoso. Entra a Lúcia Moniz”, revela. “Gostei muito de fazer a Área de Serviço, mas também gosto de fazer muito a Corcovado. Não era minha intenção, nunca desde o início, atraiçoar a a Corcovada”, frisa, mais uma vez.

O balanço de um ano de gravações deste projeto da TVI é positivo.“Faz-me bem divertir-me a divertir as pessoas. Faz-me bem o convívio com esta equipa que é muito boa. Faz-me bem a confiança e a generosidade dos autores de texto para fazerem esta personagem, a liberdade que me deram, o que conversamos, o que me deixam sugerir. É um ambiente de trabalho muito bom. Está-se aqui muito bem. E eu é que tenho uma coisa contra a televisão, a novela… É porque é preciso trabalhar muito e eu gosto muito do meu teatro e a Barraca tem sido a minha vida. Fico com os pés partidos quando não estou lá”.

Recorde-se que Maria do Céu Guerra é uma das fundadoras da Barraca, uma companhia de teatro histórica. “Tenho remorsos de não estar lá mais tempo. É como um familiar que se deixa em casa sozinho. Eles são muitos e trabalham muito bem, mas eu fui fundadora. Estou lá destro o princípio, acompanhei os passos todos”, explica.

Sinto-me muito mal comigo quando estou fora. Portanto, há muita coisa que eu não posso fazer, ainda agora recusei um filme… é a vida, são escolhas”, finaliza.

Texto: Ricardina Batista; Fotos: Impala

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