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“A magia do Natal voltou a estar comigo desde que fui pai”

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MANUEL GIÃO passou o Natal rodeado da família
A altura para rever a família. Os pais, os sogros, cunhados e primos que estão espalhados pelo País, mas que, nesta altura, tudo fazem para se reunir.

Qui, 30/12/2010 - 0:00

 

A altura para rever a família. Os pais, os sogros, cunhados e primos que estão espalhados pelo País, mas que, nesta altura, tudo fazem para se reunir. Por isso, explica Carlota Gião, mulher do piloto Manuel Gião, o Natal costuma começar logo por volta do dia 20 de Dezembro, para conseguir estar com toda a gente durante a época festiva. Este ano não foi excepção. Como Sofia Gião, irmã de Manuel, partia com o marido, Fernando Torrinha e com a filha Sofia, para Moçambique, estiveram juntos antes da consoada.

 

Para o encontro com a VIP, também não faltou Mimi, mãe de Manuel, e os filhos do piloto, Manuel, de sete anos, e Camila, de quatro. Ao longo da tarde, as brincadeiras e a cumplicidade entre os três primos revelaram que a família não precisa do Natal para se reunir, mas toda a magia à volta do conceito é motivo de alegria familiar e de um regresso à infância. "É um Natal como sempre, em família, e com a visita do Pai Natal, que é obrigatória, porque tentamos manter essa crença para os mais novos", diz Manuel Gião, acrescentando que decidir quem veste o fato vermelho e a barba branca é todos os anos um divertimento para os adultos. "Aproveitamos para brincar um bocadinho também e, por uma noite, voltamos todos a ser crianças", diz.

 

No entanto, não se perde entre listas intermináveis de presentes e tenta incutir aos filhos que "quantidade não é qualidade e que mais vale receberem um ou dois presentes que realmente querem".

 

Casado há quase dez anos com a designer de interiores, Manuel admite que a época ganhou novo significado. "A magia do Natal voltou a estar comigo desde que fui pai", garante.

 

Um 2011 cheio de projectos

 

O piloto da Aurora Racing Team deverá continuar no campeonato espanhol no próximo ano, tal como sucedeu em 2010. No entanto, espera que o próximo ano lhe seja ainda mais favorável e vai tentar o campeonato europeu, com o apoio da casa-mãe, a Ferrari. "Este ano foi muito bom, corri em Espanha e em 12 corridas ganhei sete. Não fui campeão por dois pontos, portanto espero que 2011 seja ainda melhor", conta, revelando que pretende continuar a investir nas actividades que preparam "o futuro depois das corridas", nomeadamente num projecto de construção com a mulher. Juntos, estão a construir três moradias, uma que receberá a família Gião, outras duas para vender. Tudo com a supervisão de Carlota, que tirou o curso de Design de Interiores bastante tarde. "Já tinha o Manuel. Fiz muitas directas, foi muito difícil. Agora estou a entusiasmar-me para voltar à arquitectura", explica, adiantando que, no entanto, gostava muito de ter mais filhos. Talvez seja esse o projecto maior do próximo ano. "Eu tenho três irmãos e gosto de imaginar uma casa cheia de crianças, portanto dois filhos acho que é muito pouco. Não me apetecia muito ter filhos únicos e sempre achei que ter um rapaz e uma rapariga é quase ter dois filhos únicos. Mas não sei se depois vou querer parar, porque é bem capaz de me apetecer o quarto", brinca Carlota. A maior dificuldade foi convencer Manuel Gião, mas depois da insistência de Carlota, Manuel e Camila, que têm muita vontade de ter um irmão, está quase a ceder. "Gosto bastante de me dedicar à minha carreira e quando eles eram bebés não consegui dedicar-me aquilo que era preciso para alcançar os resultados que queria. Agora o Manuel já tem sete anos, já pode ajudar…", diz Manuel, revelando a indecisão. "Hoje em dia é preciso ponderar muito para ter um filho e o salto de dois para três é complicado, porque implica um carro novo, mas também devemos mudar de casa no próximo ano… Estou quase a ceder, admito."

 

Até lá e para manter o romantismo após dez anos de casamento, Manuel e Sofia tencionam, também, continuar a namorar. "Passamos fins-de-semana a namorar, vamos ao cinema, vamos jantar fora e tentamos, pelo menos de 15 em 15 dias, fazer uma saída a dois. Nisso, ter a minha mãe e a minha sogra tem sido uma grande ajuda, obviamente recorremos a elas quando vamos namorar."

 

No calor do Natal

 

Ao contrário do que é hábito, Sofia Gião, irmã do piloto, passou o Natal na outra ponta do Mundo, com o marido, Fernando Torrinha, e a filha, Sofia, de 12 anos. O destino eleito foi Moçambique, com direito a uma visita ao Kruger Park. "Normalmente passamos cá, apesar de já termos passado um Natal em Miami antes de nascer a Sofia, mas estávamos com vontade de ir para um sítio com calor, que tivesse algum interesse para toda a família. Escolhemos Moçambique porque para além de podermos fazer praia e mergulho, vamos ao Kruger. Vai ser uma experiência óptima para todos, mas principalmente para a Sofia", explica, adiantando que o casal adora viajar. Este ano, querem estar juntos principalmente porque nos últimos meses aconteceu uma pequena revolução familiar, por causa da paixão que Sofia Gião conseguiu transformar em actividade profissional.

 

Aos 41 anos, Sofia tirou um curso para aprender a misturar música e está a dar os primeiros passos como DJ. "Nunca me passou pela cabeça pensar que algum dia o faria a nível profissional, porque tinha uma empresa com a minha mãe que me ocupava muito tempo, depois nasceu a Sofia, eu comecei a trabalhar na área dos eventos, portanto era uma coisa de que gostava, mas que nunca foi ponderada", diz.

 

A ideia tomou forma quando, há cerca de um ano, decidiu tirar um curso para "saber mexer, poder brincar e arriscar um pouco mais nas festas para os amigos". Já depois de acabar o curso, estreou-se com um convite de Jorge Monte-real para pôr música no histórico Van Gogo, em Cascais. No dia 13 de Março, a primeira prova de fogo foi ultrapassada com grande sucesso e as solicitações que, entretanto, vão surgindo obrigaram mesmo Sofia a escolher entre o seu emprego e esta paixão, que se transformou em trabalho a tempo quase inteiro.

 

"Adoro dançar e adoro música. Gosto de pôr música electrónica, hip house, soulfull house, house muito melodioso. O que as pessoas dizem de mim é que a minha música é muito feminina, mas que se nota que é de uma mulher de 40 anos, já com algum background", diz.

 

Para isso, contou com todo o apoio do marido. "É uma vocação inata dela, é uma coisa que sempre soube fazer e que agora está a fazer de forma mais profissional, portanto apesar de alguma perturbação que isso possa trazer aos nossos horários, claro que tem o meu apoio", diz Fernando Torrinha, admitindo que deixaram de poder fazer programas em família ao fim-de-semana.

 

Para compensar a filha pela ausência nocturna, Sofia tenta manter as rotinas durante a semana. Por exemplo, acorda sempre cedo para tomar o pequeno-almoço com a família, mesmo quando a noite foi longa. Já Manuel Gião sabe que esta era uma paixão antiga e, por isso, quer ajudar a irmã em tudo o que lhe for possível. "A minha irmã já tirou vários cursos, mas sempre gostou de música e estava numa altura da vida dela em que queria experimentar viver o sonho dela. Surpreendeu-me pela positiva, tem imensa energia", diz, justificando: "Assim como eu na vida decidi abraçar aquilo que realmente gostava de fazer, agora que ela também tem essa oportunidade, ajudarei em tudo aquilo que puder", diz.

 

Avó a tempo inteiro

 

"Hoje em dia, o que mais alegria me traz é a companhia deles, não me deixam estar triste, a alegria deles é contagiante. Neste momento, os meus netos e os meus filhos são a minha vida." Assim resume Mimi Gião a relação com os três netos. Avó a tempo inteiro, Mimi admite que se descontrola um bocadinho na altura de Natal com os presentes porque "são crianças encantadoras", e confessa mesmo que "estraga" um bocadinho os netos com mimos e presentes. Mas sem nunca deixar de ter em mente os valores que os filhos pretendem incutir-lhes.

 

Na altura do Natal, recorda a infância dos seus próprios filhos e o marido, o também piloto Manuel Gião, que faleceu em 1978. Admite que teve a sorte de ter um casamento muito feliz e filhos que nunca lhe deram preocupações e foram "muito fáceis de criar". "Foram sempre extraordinários e continuam a ser muito humanos, muito carinhosos com o próximo e tive muita sorte porque o meu genro e a minha nora também são seres humanos extraordinários", diz, visivelmente feliz com a família que se foi construindo à sua volta. Apenas lamenta a partida demasiado precoce do marido, que foi quem fez descobrir ao Manuel a sua paixão pelas corridas. "Desde pequeno, entrou em muitas actividades, equitação, natação, vela, mas sempre foi muito mais virado para os motores, desde muito pequeno. Recordo-me perfeitamente, quando o meu marido comprou um kart comprou um também para o Manuel, tinha ele dez anos, passava os domingos na pista de karts do Estoril", conta. "No primeiro domingo que foram correr juntos, o meu marido voltou a casa de lágrimas nos olhos e disse que o nosso filho era fantástico. Disse que enquanto fosse vivo faria tudo para o ajudar. Infelizmente não foram muitos anos…"

 

Manuel tinha 13 anos quando perdeu o pai. Um duro golpe do destino, que no entanto lhe deu ainda mais força para perseguir o sonho de ser piloto. "Ele quis continuar, eu não percebia nada desse mundo, mas ele implorou-me que o deixasse seguir, ponderei bastante e tive amigos ligados ao desporto automóvel que o ajudaram", relembra, concluindo, "hoje em dia sinto-me muito orgulhosa com o que conseguiu alcançar".

 

Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Romão Correia;
Cabelo e maquilhagem: Alice Esteves

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