Lili Caneças
Faz revelações sobre a vida: “Acredito em Deus e tenho provas que existe”

Nacional

Lili Caneças concedeu a Goucha uma entrevista intimista, na qual falou do casamento “infeliz” com Álvaro Caneças. Além disso, confessou ter tido pensamentos suicidas após a morte da mãe.

Dom, 08/01/2023 - 10:30

Lili Caneças deu uma entrevista intimista e reveladora a Manuel Luís Goucha. As declarações surpreendentes da socialite, de 78 anos, ao apresentador da TVI estão a dar que falar.  A ‘rainha’ do jet set português abordou alguns temas polémicos e confessou ter pensado por fim à vida após a morte da mãe. “Perdi a minha mãe com 30 anos, com os meus filhos pequeninos. Foi um horror. Não podia ser pior”, começou por contar.

“Vou dizer isto pela primeira vez. É um horror, porque as pessoas sabem que eu amo a vida. (…) Cheguei ao ponto de ir a uma farmácia e comprar uma quantidade de comprimidos e dizer: ‘Eu não vou aguentar. Eu vou tomar uma caixa de comprimidos e vou com ela’. Eu, que adoro a vida!”, assumiu. “Perdê-la foi tão mau, tão mau, tão mau. A minha mãe nunca tinha estado doente e, em dois meses, teve um cancro do tipo fatal que ficou desfeita”, disse.

No decorrer desta entrevista ao programa da TVI Goucha, Lili Caneças falou, também, da fé inabalável que a move. E garantiu ter provas de que Deus existe. “Acredito em Deus e tenho provas que existe”, afirmou. “Ainda ontem estava sem voz, completamente, e disse ‘ai meu Deus, ajuda-me’ e hoje estou com voz. E não tomei nada. Isto é uma coisa básica, mas há coisas muito mais complicadas, de vida ou de morte, em que Deus me ajudou e que eu não morri”, sublinha.

“Sentia-me uma empregada doméstica”

O casamento com Álvaro Caneças foi outro dos temas abordados por Lili Caneças. A socialite tinha 20 anos quando oficializou a relação com o empresário. Estiveram casados durante 17 anos, uma relação “infeliz” que manteve apenas pelos filhos, Rita e João. “Apaixonei-me imenso pelo meu ex-marido. Quando me casei, com 20 anos, saí de casa do meu pai para casa do meu marido. A diferença não era muita, porque o meu marido era um homem muito parecido com o meu pai: com ideias muito preconceituosas, muito castrador, com imensos ciúmes. Eu nunca mais tive liberdade. Só que depois, quando os meus filhos nasceram, eu gostei tanto de ser mãe. A casa estava sempre cheia de gente. Fiz com os meus filhos aquilo que a minha mãe fez comigo: dei-lhes liberdade, educação, o amor pela beleza da vida…”, disse.

“Éramos os meus filhos e eu de um lado e o meu ex-marido do outro. Tínhamos grandes diferenças. Éramos completamente incompatíveis no carácter. Portanto, percebi logo, muito cedo, que o meu casamento não ia durar. Mas, como eu queria dar uma educação fantástica aos meus filhos, o meu casamento durou 17 anos”, admitiu.

“No fundo, geri, durante 17 anos, um hotel de charme. A minha casa era uma festa. Só que eu pensava: ‘Meu Deus, mas eu tenho três cursos, falo seis línguas e, no fundo, o que sou? Uma governanta, uma educadora, uma cuidadora…’ Portanto, a minha vida, no fundo, para mim, era um bocadinho frustrante, porque eu estava preparada para fazer coisas muito mais importantes do que ser, unicamente, uma empregada doméstica, que era o que, às vezes, me sentia”, confessou.

Lili Caneças assumiu que o casamento lhe “deu a possibilidade de conhecer o mundo” e que, nisso, o pai dos filhos “foi fantástico”. Mas tal só aconteceu porque fez um pacto com o ex-marido. “Disse ao meu ex-marido: ‘Eu só me caso contigo se pudermos viajar para onde me apetecer. Mas dás a tua palavra de honra!’. Porque palavra de honra de Álvaro Caneças era tipo escritura, com aval e tudo quanto há. E ele disse-me: ‘Dou a minha palavras de honra que, se te apetecer tomar o pequeno-almoço em Istambul, tu vais’.”

“Tive a possibilidade de, durante 17 anos, ir ao Festival de Cannes. Ia a desfiles de moda privados, da Dior, por exemplo. Dizia quero este, este e aquele [vestidos] e nem perguntava o preço. É evidente que essas coisas dão algum prazer. As pessoas que nunca tiveram muito dinheiro não têm a menor noção do que é poder fazer tudo aquilo que o dinheiro pode dar. Só que a partir de uma certa altura, o dinheiro não nos dá tudo. No meu caso, usei-o mais para a educação dos meus filhos”, assumiu.

Lili Caneças vendeu pullovers para sustentar a filha

Lili Caneças confessou, ainda, que o amor que sentia por Álvaro Caneças não durou muito. “Amei este homem muito pouco tempo. Depois, fiquei com ele por causa dos meus filhos, porque eu sabia que, se me divorciasse dele, os meus filhos iriam ter uma vida desgraçada.” Ainda durante o casamento, a socialite confessou que se apaixonou por um broker de Wall Street, mas que nunca traiu o marido. “Ele esperou 12 anos que eu me separasse”, revelou. E só aí viveram uma “grande paixão”. Já o empresário, depois do divórcio com Lili Caneças, foi casado com Jô Caneças, que morreu de cancro em 2019, aos 66 anos. Álvaro Caneças acabou por morrer em março do ano passado, aos 88 anos.

A socialite revelou, ainda, que ficou com “a conta a zeros” quando a relação com Álvaro Caneças chegou ao fim. “No dia em que me separei, o meu ex-marido levantou o dinheiro das contas todas (…) Mas no dia seguinte, estava feliz e contente a vender pullovers em Colares”, contou, explicando que a loja pertencia a uma amiga e que foi com esse dinheiro que conseguiu sustentar a filha durante um ano. Só após esse período é que começou a receber pensão de alimentos.

Texto: Inês Neves; Fotos: reprodução Instagram Lili Caneças e arquivo Impala

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