Lia Gama
As «bezanas» com as amigas, os namoricos e a perseguição pela PIDE

Nacional

Lia Gama esteve no Alta Definição este sábado, 9 de março. Vários foram os temas de conversa, nomeadamente a violência extrema que sofreu por parte do pai e da madrasta, o nascimento do filho e a vida que aproveitou depois disso. «Muita bezana apanhei, muita (…) Se houvesse na altura revistas cor-de-rosa como há agora, eu não podia ter feito a minha vida»

Sáb, 09/03/2019 - 21:00

Lia Gama esteve este sábado, 9 de março, no programa Alta Definição, comandado por Daniel Oliveira. Após relatar os anos de sofrimento que viveu até à adolescência como o pai e a madrasta, a atriz explica que conseguiu aproveitar a vida depois de ter sido mãe.

«Vivi muito a noite, mesmo depois do meu filho nascer. A ele nunca lhe faltou nada, mas que às vezes me saía do pêlo saía. Às vezes dormia duas, três horas. Se houvesse na altura revistas cor-de-rosa como há agora, eu não podia ter feito a minha vida, eu dançava até às tantas, eu fazia o que me apetecia», conta de sorriso no rosto.

«Não gosto de viver ali a meias tintas»

«Namorou muito?», pergunta o apresentador da SIC. «Imenso, andava sempre a namorar, andava sempre apaixonada por alguém.» «Eu sou assim: aqui estou eu! Nem sei nem faço a mínima ideia com quantas pessoas tive casos, namoros, para não dizer coisas mais concretas. Não contabilizei. Namorados em simultâneo não. Odeio traições, nem namorados casados, pelo menos que eu soubesse».

Lia Gama afirma que «nunca» foi «pessoa de acabar um caso porque estava apaixonada por outro». «As minhas histórias tinham princípio, meio e fim. Quando deixavam de ser intensas acabavam. Não gosto de viver ali a meias tintas. Claro que uma relação a sério, a dois, não é assim.»

«‘Fora! Fora daqui, vai de retro’»

Apaixonada pela vida no geral, a atriz de 74 anos confessa que não foi feita para viver a ‘meio gás’. «A minha perspetiva de vida nunca foi uma casa, uma cabana e um amorzinho a dois. Foi sempre representar, fazer teatro, ter a minha vida, ser independente, ser autónoma, ser livre! Quando começava aquela de ‘sou o último homem da tua vida a amar-te, não vais ter mais ninguém que te ame’ eu dizia logo: ‘fora! Fora daqui, vai de retro’», brinca.

Apesar de viver sozinha há vários anos, a atriz garante que tem «uma solidão muito habitada». «Tenho muitos livros para ler, muita música para ouvir».

Referente a épocas passadas, Lia Gama recorda os bons momentos que passou com as amigas. «Muita bezana apanhei, muita (…) Eu tinha a mania da astrologia e uma vez fui a uma senhora que lia cartas e ela disse ‘tem muitos gastos em comes e bebes’. (…) Tinha muitas amigas comigo, éramos um bando», conta entre risos. 

«Passei uma noite no governo civil e depois soltaram-me»

Várias foram as aventuras pelas quais passou e ser perseguida pela PIDE foi uma delas, tendo sido presa. «Para já fui dentro uma vez que fui apanhada em 1969, estava no convívio universitário, passei uma noite no governo civil e depois soltaram-me», lembra.

Texto: Joana Dantas Rebelo; Fotos: Reprodução Instagram e Arquivo Impala 

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