Júlia Pinheiro
Escreve “crónica da má língua” sobre Cristina Ferreira

Nacional

O assunto é o alegado assédio sexual de que foi vítima a apresentadora da TVI

Sex, 06/01/2017 - 11:09

Júlia Pinheiro escreveu uma “crónica da má língua” sobre Cristina Ferreira. Em júlia.pt, a apresentadora da SIC fala sobre o alegado assédio sexual de que foi vítima a estrela da TVI. 

“Cristina Ferreira não foi a primeira profissional de televisão a revelar as dificuldades de quem sofre a pressão do assédio sexual na sua vida laboral”, escreve. “Num outro livro, publicado há dois anos, Elisa Domingues tinha o mesmo desabafo, recordando factos ocorridos na RTP numa época não especificada. O eco destas declarações foi abafado pelo ruído de outras notícias e poucos se interessaram sobre o que se passava numa empresa pública quanto a esta matéria. As afirmações de Cristina Ferreira desencadearam outro tipo de forças e reações. E, estranhamente, muitas pessoas aproveitaram a oportunidade para a criticar nas redes sociais, insultando e fazendo insinuações sobre o caráter e o comportamento de uma mulher que se portou de forma irrepreensível neste incidente.”, acrescenta. 

“O assédio sexual tem moldura penal e é um crime grave. Configura o comportamento abusivo por parte de superior hierárquico sobre uma subordinada ou subordinado e causa um stress infindável na vítima.

Não falo por experiência própria. Nunca fui alvo de assédio. Sou a mulher afortunada que sempre trabalhou com homens e mulheres que me respeitaram como mulher e como profissional. Mas isto não é o mesmo que dizer que não vi coisas desta natureza acontecerem perto de mim. E não vale a pena ser hipócrita. Estes crimes acontecem em todos os setores laborais, da banca às escolas, administração pública, hospitais, empresariado e tantos outros quadrantes nos quais existe a convivência dos dois sexos.” 

No texto, Júlia Pinheiro defende a postura de Cristina Ferreira. “No caso da Cristina Ferreira, estou perfeitamente à vontade para exprimir a minha opinião. E sei que o seu comportamento nunca se pautou pela duplicidade ou pela sugestão de um flirt que poderia correr bem. Sei o que lhe fizeram e o que ela fez. Dada a delicadeza da situação, Manuel Luís Goucha, um cavalheiro ímpar, fez as primeiras revelações. Com a discrição que o caracteriza e perfeitamente consciente da gravidade dos factos. E, por fim, Cristina Ferreira contou o que se estava a passar, pediu ajuda, sentou-se comigo e com outros dirigentes da empresa para a qual trabalhávamos e gizámos uma estratégia. Protegemos a vítima e alertámos o agressor. Como é típico nestes casos, a resposta foi ambígua e defensiva. […]  Muitas mulheres não têm tanta sorte. Os seus interlocutores desvalorizam ou tendem a ignorar as ocorrências. Cristina Ferreira respirou de alívio e prosseguiu o seu caminho.” 

 

Fotos: Impala 

 

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