José Cid
«A minha filha nunca disse que me amava»

Nacional

O músico «abriu o coração» a Daniel Oliveira, no «Alta Definição», da SIC, e fez revelações surpreendentes sobre a sua vida.

Sáb, 26/05/2018 - 18:00

«Tenho prazer em dar prazer», «gosto que gostem de mim» e «sou muito mais sexy do que pareço», são apenas alguns exemplos do que José Cid – personalidade que recebeu o Globo de Ouro de Mérito e Excelência na edição dos Globos de Ouro deste ano –  disse a Daniel Oliveira no «Alta Definição», da SIC.

O músico «abriu o coração», falou da sua carreira, de fases mais complicadas da sua vida e também fez revelações sobre a sua filha, Ana Sofia Cid, como é exemplo a mágoa que sente por nunca ter ouvido da boca dela a palavra «amo-te». 

«Se calhar não fui um pai muito presente, nem muito afetivo. A minha filha foi sempre a paixão da minha vida, mas as nossas personalidades chocavam. Dei o meu melhor», começa por dizer.

Questionado por Daniel Oliveira há quanto tempo a filha não diz que o ama, Cid foi perentório na resposta: «Estás-me a fazer uma pergunta difícil. Acho que nunca o disse. Eu acho que as pessoas quando se amam, têm de dizer que se amam. Se calhar eu não sou aquilo que ela queria que eu fosse».

O acidente que o deixou cego da vista esquerda

Em 1970 sofreu um grave acidente de carro. «Ia na Marginal, em Carcavelos e vieram cinco americanos bebados para cima de mim. Ainda tive a reação de virar o carro para não batermos de frente.  O carro ia com cinco pessoas, vínhamos dos ensaios. O limpa para-brisas do Carocha quase me cortou a vista esquerda toda. Fiquei com a vista pendurada», contou.

Ainda lembra a revolta que sentiu naquele momento. «Eu estava indignado com os americanos que estavam ao nosso lado a rir. Se não tivesse o olho pendurado eu transformava-os em comboios suburbanos. Levavam porrada. Foi muito traumatizante ver os meus colegas que ficaram com marcas físicas.»

Nos meses seguintes, Cid revelou que «sonhava com o acidente todas as noites». E, apesar da força que demonstra, há marcas que ficam para sempre: «Fiquei cego da vista esquerda. Mas vou ficar a lamentar-me? Nunca tive a sensação de que a vida tinha sido injusta comigo», disse.

Durante a entrevista, o músico tirou os óculos que lhe são característicos e deu a conhecer que tem uma prótese na vista esquerda, que garante estar «muito bem posta».

«Gostava de ter sido amado por quem mais me amou. Mas isso não aconteceu»

José Cid garantiu ainda que sofreu por amor. «Não fui amado como gostaria», revelou. «Gostava de ter sido amado por quem mais me amou. Mas isso não aconteceu».

«Mas agora sou», remata. «Amo as pessoas que me amam. Custa-me dar pérolas e depois receber estrume, mas depois segui sempre em frente. Acontece. É a vida».

E como gostaria Cid de ser recordado? A resposta foi simples: «Cantem as minhas canções!»

Fotos: D.R.

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