José Alberto Carvalho
As mensagens de apoio de vários famosos: “Tocou-me profundamente”

Nacional

Vários famosos mostram-se tocados com as palavras arrepiantes de José Alberto Carvalho, no Jornal das 8, da TVI

Seg, 30/03/2020 - 13:48

José Alberto Carvalho está a receber dezenas de mensagens de apoio após se ter despedido do Jornal das 8, da TVI, deste domingo, dia 29 de março, com um discurso impactante e arrepiante, no qual revela que não pode assistir às cerimónias fúnebres de um familiar, por causa das medidas restritivas adotadas para tentar travar a pandemia do novo coronavírus. 

A apresentadora Leonor Poeiras ficou tocada pelas palavras de José Alberto Carvalho: “O meu profundo abraço hoje ao José Alberto Carvalho e um grande obrigada por toda a entrega profissional num momento pessoalmente tão difícil, tal e qual como os profissionais de saúde”, escreveu. 

Nuno Santos, diretor de programas da TVI, partilhou o vídeo viral do jornalista: “Dos Dias de Chumbo. Há momentos que devem ser vistos, e escutados, do início ao fim. Até breve, Zé”, disse. 

Bibá Pitta agradeceu as palavras tocantes do pivô, que a deixaram comovida. “Não conheço pessoalmente o José Alberto Carvalho mas tocou -me profundamente a mensagem com que ele terminou hoje o jornal das 8, tocou me a mim e tenha certeza que tocou a todos nós, quero mandar-lhe um comovido e forte abraço e agradecer-lhe a força e a coragem das suas palavras que me deram uma força redrobrada para continuar esta tão dura e inesperada “viagem “ tendo cada vez mais a certeza de que o caminho certo é a força da Linguagem dos afetos ! OBRIGADA” 

Pedro Teixeira e Fátima Lopes também não ficaram indiferentes à mensagem e partilharam o vídeo de José Alberto Carvalho nas suas redes sociais. 

«O vírus tirou-me outra coisa: impediu-me que me despedisse dela»

A mensagem de José Alberto Carvalho está a correr o País. «Preparo-me também eu para entrar em isolamento a partir de amanhã. A cobertura jornalística da pandemia prossegue na TVI, como em tantas outras redações, por uma razão simples: é esta a nossa missão. E, a propósito disto, permito-me a partilhar duas reflexões no final destas duas últimas semanas particularmente intensas», começou por dizer o pivô da estação de Queluz de Baixo.

«Hoje, foi sepultada uma pessoa da minha família, que sempre foi muito importante na minha vida. Sucumbiu aos 93 anos. Não foi vítima da Covid-19, mas o vírus tirou-me outra coisa: impediu-me que me despedisse dela. A cerimónia fúnebre foi reduzida a meia dúzia de pessoas apenas, sem um abraço de conforto, sem aquele pegar na mão para dizer ‘força’», contou.

«O vírus rouba-nos até esta exigência moral da humanidade que é despedirmo-nos dos nossos mortos e nunca, nem nos campos de batalha mais sangrentos, se deixam os mortos para trás», considerou, num discurso pautado por pausas reflexivas sobre o impacto na vida de todos do novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19, «uma das doenças mais devastadoras da história da humanidade» e que «nada tem de parecido com gripe». Um sublinhado de notar que contrasta com os discursos de despreocupação de líderes mundiais, como os presidentes dos Estados Unidos e do Brasil, Donald Trump e Jair Bolsonaro, respetivamente.

Caravana ao lado de casa para, «pelo menos, acenar aos filhos»

O jornalista da TVI não se ficou por aqui e contou outra história de vida. «Preciso de desabafar outro exemplo onde a humanidade se esvai. O médico com quem falei hoje e os outros com quem tenho falado nos últimos dias contam-me como a esmagadora maioria deles, médicos, enfermeiros, técnicos auxiliares, condutores de ambulâncias e paramédicos, não dormem em casa ou não se aproximam dos filhos, dos maridos, das mulheres», vincou.

E foi então que exemplificou com um caso de que tem conhecimento. «Sei de um que alugou uma autocaravana, que a tem agora estacionada ao lado de casa para não contagiar ninguém e para, pelo menos, acenar aos filhos e ver-lhes o rosto pela janela», enalteceu.

«É imoral pedir aos médicos que salvem vidas, depois sair de casa para ver como está o tempo ou a praia»

José Alberto Carvalho disse ainda ter conhecimento de «médicos nas unidades de cuidados intensivos, não a tratar dos doentes mas eles próprios a receberem cuidados porque são vítimas da doença». «E, em média, em Portugal, agora, um em cada dois doentes infetados com o novo coronavírus que chegam aos cuidados intensivos morre. É imoral pedir aos médicos que salvem vidas, bater-lhes palmas das janelas e das varandas e, depois, sair de casa sem razão, muito menos para ver como está o tempo ou a praia», criticou José Alberto Carvalho severamente.

«Todos estes portugueses que estão a cumprir esta sua missão estão impedidos de sentir o toque humano. Se o fizerem, podem colocar outros em risco mas cumprem a sua missão, porque a diferença entre o bem e o mal pode ser muito simples: fazer ou não aquilo que está certo», afirmou.

«Também eu continuarei impedido de sentir o toque dos meus filhos»

No final do impactante discurso, José Alberto Carvalho explicou por que motivo «tudo isto» o «angustia». O jornalista também está afastado dos filhos. «Porque, agora, cumprindo o isolamento, também eu continuarei impedido de sentir o toque dos meus filhos por mais duas semanas, pelo menos, por precaução, e depois logo se verá», lamentou.

E rematou: «Mas a minha angústia maior é mesmo o que irá acontecer ao ato de abraçar depois de ultrapassamos a doença. Para muitos, na verdade, a felicidade passou a ser algo de muito mais simples do que alguma vez foi no passado: o desejo infinito de voltar a abraçar os nossos amores. Até lá, cada dia é uma vitória contra o vírus.»

Texto: Ricardina Batista e Dúlio Silva; Fotos: DR 

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