Joana Diniz vítima de violência doméstica
«Punha-me almofadas na boca, vinha por trás e fazia-me ‘mata leão’»

Nacional

Joana Diniz, de 25 anos, esteve, na manhã desta quinta-feira, dia 21 de fevereiro, no Você na TV a falar sobre Violência Doméstica: «Lembro-me de sair da banheira pelos cabelos»

Qui, 21/02/2019 - 13:00

Na manhã desta quinta-feira, dia 21 de fevereiro, Joana Diniz, de 25 anos, esteve no Você na TV e deu um testemunho impressionante. A ex-concorrente da Casa dos Segredos afirma ter sido vítima de violência doméstica por parte de um ex-namorado e contou pormenores de alguns episódios difíceis. 

Tudo aconteceu com «um namorado com quem vivi». «Apaixonei-me por essa pessoa e achava que era a minha alma gémea. Tudo perfeito. Tudo maravilhoso. Quando começo a frequentar mais a casa e a termos uma vida em comum, percebo que algo ali não estava bem», começa por explicar 

O primeiro episódio aconteceu após uma tentativa de Joana ir ao café. «Percebi porque uma vez queria ir ao café porque estava farta de estar em casa e ele disse-me: ‘Não, não vais. Quem manda seu eu’. E eu disse-lhe: ‘Ó meu amigo, desculpa lá, eu vou ao café’. E assim que ponho a mão à porta, ele agarra-me e empurra-me contra a parede. Eu disse-lhe: ‘Mas tu estás bem?’. E ele trancou-me a porta de casa.»

«Ele era a minha sombra. Eu queria ir ao café e tinha cinco minutos»

«Começo a ver agressividade, a sentir muita pressão. Eu querer falar com a minha mãe e não ter privacidade. Querer estar na casa de banho sozinha e não ter privacidade. Ele era a minha sombra. Eu queria ir ao café e tinha cinco minutos para ir», explica.

Joana Diniz nunca conseguiu encontrar razão para esta agressividade. «Não havia justificação. Houve depois justificação quando um dia fomos sair e eu tinha um grande amigo, que é homossexual. Assim que o vi tinha uma grande necessidade de estar com ele. Ele também estava no sítio e passei a noite toda a dançar com o meu amigo. Sempre tivemos o hábito de dar um xoxo. Fui para um hotel dormir, fui tomar banho e o meu terror começou nessa noite», relata. 

«Lembro-me de sair da banheira pelos cabelos»

Este «terror» começou num fim de semana passado num hotel. «Lembro-me de sair da banheira pelos cabelos. Ele chegou alcoolizado e eu pensei que era o fim da minha vida naquela noite.»

«Violência física, verbal… Eu ainda me tentei defender, mas não consegui nada. Lembro-me de estar deitada toda nua na cama e ele tirar o cinto das calças e me pôr o cinto ao pescoço. Perdi os sentidos. Lembro-me de acordar em pânico.»

«Ele punha-me almofadas na boca»

A bailarina não arranjava solução para sair de relação nem conseguia contactar ninguém. «No outro dia eu queria-me vestir e não conseguia de dores. Eu não fico com marcas, mas tinha o pescoço magoado. Mas consegui vestir o casaco. Fiz uma viagem de 600 quilómetros só de casaco e calças de fato de treino.»

A mãe de Joana nunca soube de nada. «Lembro-me de a minha mãe me ligar na viagem e eu dizer: ‘Sim, está tudo bem mãe’. A minha mãe está a saber agora pela primeira vez. Eu sabia que quem gosta de mim iria sofrer com isto.»

«Eu tive de planear uma separação. Eu não tinha chaves de casa, ele punha-me almofadas na boca, vinha por trás e fazia-me ‘mata leão’, apertar o pescoço por trás.»

«Queria gritar à janela e ele não me deixava»

Joana nunca se conseguiu defender. «Eu sou pequena e queria-me defender. Eu queria gritar à janela e ele não me deixava. Trancava-me no quarto sem telefone nem nada.

E o medo começou a apoderar-se da ex-concorrente da Casa dos Segredos, até pela chantagem feita pelo ex-companheiro.

«Nunca me foi possível. Depois de todos os ataques, a pessoa fechava-se na casa de banho, arranhava-se, batia-se e fazia fotos e vídeos a dizer que eu lhe tinha acabado de bater. E isto começou a mexer com o meu psicológico. Se eu for para a polícia, que provas tenho? Provas tem ele. Ele tinha a capacidade de se bater nele próprio e de tirar fotos a ele próprio.»

«Ele dizia-me: ‘Tu vais-te embora, mas vais ficar com peso de consciência porque eu vou-me suicidar’»

«Durante muito tempo, a minha mãe tentou-me ir buscar. Eu dizia-lhe: ‘Vem-me buscar’. Ele dava-me pontapés como a um homem. Foi uma brutalidade. Mas cada vez que eu tentava fazer a mala, ele não me deixava e desfazia-me a mala. Ele dizia-me: ‘Tu vais-te embora, mas vais ficar com peso de consciência porque eu vou-me suicidar’. Eu acreditava que ele fosse capaz de fazer algo a ele próprio para me deixar mal.»

A bailarina viveu um ano de sofrimento, completamente sozinha. «Deu-me o clique quando fui pedir ajuda e negaram-me. Pensei: ‘Tenho de fazer isto de forma a que vá embora sem ele se aperceber’. Inventei que iríamos passar um fim de semana à minha mãe, só levei a roupa do meu corpo e assim que cheguei a casa da minha mãe nunca mais sair de lá.»

«Aliás, saí porque assim que eu disse que chegava, ele ficou fechado no meu quarto durante quatro dias a tomar Xanax. Tive de ir para casa de uma amiga até ele sair», acrescenta. 

Joana Diniz namora atualmente com Igor Sanchez

A mãe só se apercebeu por causa de um episódio que se passou na própria casa. «A minha mãe apercebeu-se, porque fiquei na minha mãe e ele começou-me a bater. Comecei aos gritos e a minha mãe perguntou: ‘O que é isto?’. E eu disse-lhe: ‘Ele não está bem. Ele é assim um bocado agressivo quando fala’. Quando chamei pela minha mãe ele disse-me: ‘Bato-te a ti e a ela’.»

Aliviada por fechar este capítulo, Joana Diniz, que mantém uma relação com Igor Sanchez, revela que agora «está feliz».

«Eu só espero que ele nunca mais faça nada a nenhuma mulher, porque ninguém merece. Eu soube por outras experiências que essa pessoa teve que sempre foi muito possessivo. Não fisicamente, mas psicologicamente», acaba por dizer.

Texto: Redação WIN – Conteúdos Digitais; Fotos: Impala e reprodução Instagram

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