Joana Diniz:
«A mãe de um prematuro precisa de ser guerreira em dobro»

Nacional

Joana Diniz deixa uma mensagem muito especial a todas as mães de bebés prematuros no Dia da Prematuridade, que se celebra este domingo.

Dom, 17/11/2019 - 19:25

Joana Diniz foi mãe de Valentina no dia 1 de agosto deste ano. A bebé nasceu prematuramente e ficou internada no hospital perto de um mês.

Para assinalar o Dia da Prematuridade, que se celebra este domingo, dia 17 de novembro, a antiga concorrente da Casa dos Segredos partilha agora, três meses depois, uma imagem da menina ainda na incubadora. A acompanhar a imagem, Joana Diniz dedica ainda um texto de uma mãe de prematuros.

Carta de uma mãe de prematuro

«Ser mãe de prematuro é ser apanhada pela surpresa e o despreparo. É não segurar o seu filho nos braços quando nasce. É olhar pela incubadora. É sentir a sua cria pela ponta dos dedos esterilizados em álcool gel. Ser mãe de prematuro é ser viciada no monitor.

É tirar leite na máquina. É ver o leite entrar pela sonda. E torcer para a quantidade aumentar todo dia. É ter paranóia com o processo ganha/perde de peso diário. Num dia ganha 10 gramas e no seguinte perde 15. Isso é um desespero. É incomodar-se com as aspirações e manobras, mas saber que é um mal necessário. É ver picadas e mais picadas para exames e não respirar enquanto o resultado não aparece.

É chegar ao hospital com o estômago às cambalhotas com medo do que vai ouvir do pediatra.

É falar com o seu filho através da incubadora. É ter lágrimas a escorrer pelo rosto todo dia por não poder sentir o seu cheirinho e beijar os seus cabelos. Mas, ser mãe de prematuro é superação, é ter uma história para contar. É perceber um monte de doenças que ninguém nem imagina que existe.

É contar o tempo de um jeito diferente. Idade cronológica e idade corrigida. É difícil de entender.

Ser mãe de prematuro é ter medo do vento, da bronquiolite, do inverno e do hospital. Toda a mãe é um ser guerreiro por natureza. Mas a mãe de prematuro precisa ser guerreira em dobro. E isso difere-nos e ao mesmo tempo iguala-nos.

Lutadoras, perseverantes, resilientes, frágeis a ponto de desabar a qualquer momento, mas com uma força absurda. Uma força que talvez venha de um útero vazio antes do tempo. Assim são as mães dos bebés que nascem antes…»

Para terminar, Joana agradece o apoio que recebeu do hospital onde nascer Valentina. «Um grande beijinho para a minha Família da Prematuridade. Quero deixar um em especial para toda a equipa de Neonatologia do hospital de Vila Franca de Xira que farão parte da minha vida para sempre», termina.

Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Redes Sociais

 

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