Joana Amaral Dias
Sobre a morte do pai: «Ainda não obtive nenhuma resposta do INEM»

Nacional

Joana Amaral Dias revela à VIP todos os pormenores da adoção de Dinis e fala sobre o processo contra o INEM na sequência da morte do pai.

Sáb, 04/01/2020 - 17:10

2019 foi um ano agridoce para Joana Amaral Dias. A ex-deputada do Bloco de Esquerda recebeu Dinis, o filho adotivo, de dois anos, mas também perdeu o pai, Carlos Amaral Dias, de uma forma muito dolorosa.

Joana Amaral Dias tornou pública a alegada negligência médica de que foi vítima o seu pai, que morreu dentro de uma ambulância após duas horas de espera pelo veículo de emergência. Consequentemente, Joana apresentou queixa contra o INEM. Em declarações à VIP a comentadora garante que «ainda não obteve nenhuma resposta do INEM.»

«O INEM abriu um processo crime, mas ainda não apresentou conclusões»

«Ainda não obtive nenhuma resposta do INEM. Têm saído, nos últimos dias, algumas notícias que indicam falhas muito graves nos serviços de emergência. O próprio INEM abriu um processo crime, mas ainda não apresentou conclusões. No dia 31 de dezembro saiu uma notícia que confirma falhas grosseiras no sistema de saúde, nomeadamente os técnicos não estarem devidamente preparados e treinados para a resposta, os equipamentos não estarem disponíveis nos carros de emergência e nas ambulâncias», começou por revelar.

«Queremos que esta seja uma última batalha em nome do nosso pai»

Joana Amaral Dias, de 45 anos, confessou-se bastante revoltada com a situação e prometeu «levar para a frente» esta batalha contra o Serviço Nacional de Saúde [SNS], não só para alertar os portugueses, como também para homenagear Carlos Amaral Dias numa «última batalha» em seu nome.

«Queremos que esta seja uma última batalha em nome do nosso pai, que dedicou, lutou e deixou os melhores anos no SNS e que, também por isso, nos faz mais sentido. É um luto muito doloroso para nós… Todas as pessoas têm o direito a morrer com dignidade, em situação de máximo conforto e paz. Coisa que não aconteceu com o meu pai!», afirmou.

«Isso não pode ser! Porque se nós pagamos impostos para que, pelo menos, o sistema de emergência funcione, não sei para que é que pagamos efetivamente impostos… Só se for para salvar bancos», acrescentou, mostrando-se indignada com o sucedido, mas garantindo que tem recebido vários testemunhos, «inclusive de pessoas que trabalham ou trabalharam no INEM, que reconhecem as falhas e estão dispostas a dar o seu contributo», e vai avançar com este processo contra o SNS.

«A adaptação do Dinis tem sido muito bonita»

Joana Amaral Dias espera que 2020 seja um ano mais sorridente e promete que vai ser um período de extrema dedicação à família, principalmente aos filhos. A comentadora do Você na TV!, da TVI, revelou à VIP alguns pormenores da adaptação de Dinis, de dois anos, que chegou ao seio da família há pouco tempo.

«A adaptação do Dinis tem sido muito bonita. É muito disponível para participar. Da experiência que tenho partilhado com outros pais adotivos, parece que há aqui uma fase quase mágica em que eles percebem que chegaram à família. Chegaram a casa depois de, muitas vezes, processos demorados, de longos calvários… A integração tem sido fácil. Ele é fantástico. Dorme bem, come bem, diz olá a toda a gente… Brinca com a irmã, anda à porrada com a irmã [risos]. Amam-se e odeiam-se num espaço de pouco tempo, mas está tudo a correr lindamente!», confessou com um sorriso no rosto.

«Este ano, com a Luzinha e o Dinis em casa, porque ainda não andam na escola, só entram em setembro, vamos estar muito centrados na família. É esse o nosso desejo para 2020: ter tempo para eles. Depois, a partir de setembro, eles entram noutra realidade e agora é a nossa oportunidade para aproveitar e usufruir deste momento de crescimento deles», acrescentou.

Recorde-se que além de Luz, de três anos, e de Dinis, de dois, Joana Amaral Dias é ainda mãe de Vicente, de 24 anos, fruto de uma relação anterior.

Joana Amaral Dias revelou ainda que está a escrever um livro que deve sair em julho deste ano. A ex-deputada do Bloco de Esquerda não quis revelar grandes pormenores sobre o seu novo projeto, mas assegurou que o tema é interessante e bastante relevante. «É sobre um pedaço da história de Portugal, relativamente recente, mas que desapareceu do mapa. Faço questão de recordar e prestar uma homenagem às muitas pessoas que morreram nesse acontecimento», terminou.

Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Tito Calado, Arquivo Impala e Redes Sociais

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