Daniel Martins
“Há coisas que tenho vergonha de contar”

Nacional

O criador do Baile da Rosa, revela a sua intimidade e o seu desgosto maior

Dom, 19/07/2015 - 12:30

Há oito anos que organiza o Baile da Rosa, que todos os anos premeia personalidades que se distinguem na área da música, da televisão e do jornalismo, e que este ano distinguiu Júlio Isidro pelos 55 anos de carreira.

 

Aos 32 anos, Daniel Martins já leva uma longa carreira e conta, à VIP, o caminho que percorreu até hoje, marcado por alto e baixos e algumas polémicas.

 

Já não é propriamente um novato. Continua a dar-lhe prazer pensar em cada pormenor que uma festa desta dimensão implica?

Sim, faço tudo com muita dedicação. A minha entrega ao trabalho é quase obsessiva.

 

Começou a trabalhar muito cedo, sempre quis seguir por este caminho?

Inicialmente queria ser jornalista, só mais tarde comecei a trabalhar na área dos eventos e a minha exigência faz com que as minhas iniciativas alcancem o êxito e se tornem acontecimentos de referência. Sempre analisei cada situação com muito cuidado, mesmo em termos de marketing, e é talvez isso que faz com que os meus espetáculos tenham uma boa adesão. Comecei a trabalhar aos 18 anos na área da consultoria financeira, depois tive uma pequena experiência num jornal que me levou à produção de eventos, na área do fado, daí aos eventos sociais foi um salto.

 

Porque é que começou a trabalhar tão cedo, era a necessidade de independência financeira? O que o motivou?

Sempre fiz tudo ao contrário. Aos 20 anos já tinha 18 empregados, seis escritórios e um nível de vida brutal, mas abdiquei de muitas das coisas boas da juventude. Se fosse hoje faria as coisas de forma diferente. Ganhei muito dinheiro, mas perdi muitos momentos da minha juventude, porque sempre me dediquei muito ao trabalho. Agora, tenho uma vontade maior de desfrutar dos pequenos prazeres da vida.

 

Define-se como oriundo de uma família tradicional de Castelo de Paiva. Foram eles que lhe transmitiram os valores do trabalho?

Do valor do trabalho, sim, mas nunca obtive deles apoio na minha carreira. Mantenho muito poucas relações com a minha família. No entanto, guardo boas recordações e bons conselhos de uma família trabalhadora, com princípios, honesta, que me transmitiu os valores tradicionais do casamento, da família… e eu saí tudo ao contrário.

 

Não aceitam a sua homossexualidade, a sua imagem irreverente?

Sempre fui diferente em tudo. Comecei por ser filho de pai incógnito, que era uma palavra muito forte nessa altura. Sei quem ele é, mas não temos qualquer ligação, porque não era de boa família, era um namorado que a minha mãe tinha na escola e a minha família não o aceitou, portanto nunca chamei pai a ninguém. Não sei qual é o significado da palavra pai e possivelmente nunca terei ninguém que me chama pai, portanto a palavra pai não existe no meu vocabulário. Quanto à minha homossexualidade, nunca tiveram abertura suficiente para me falarem disso, não temos uma relação que permita esse tipo de conversas.

 

Leia a entrevista na íntegra na edição n.º939 da sua revista VIP, nas bancas

 

Texto: Elizabete Agostinho; Fotografia: Luís Baltazar; Produção: Nucha; Cabelo e maquilhagem: Atelier Paula Lage

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