Got Talent
A história do pianista que fugiu do orfanato após a morte da mãe

Nacional

GianFranky Innocenti deixou a plateia e os jurados do Got Talent Portugal em lágrimas depois de uma atuação de piano extraordinária e de revelar uma história de vida comovente

Seg, 27/01/2020 - 10:53

O talent show da RTP1, Got Talent Portugal, continua a emocionar os portugueses e este domingo, dia 26 de janeiro, não foi diferente. Depois de Vasco Sousa, o menino de nove anos que enfrentou um tumor, de Joana, a bailarina com trissomia 21, e de Rafael, o mágico que não vê a filha há um ano, foi a vez de GianFranky Innocenti deixar o Centro Cultural de Belém [CCB] em lágrimas com a sua história de vida comovente.

GianFranky Innocenti, de 78 anos, decidiu inscrever-se no Got Talent Portugal porque acredita que «tudo na vida tem o seu tempo» e que nunca é tarde demais para partilhar um dom. Natural de Itália, “Franky”, como gosta de ser chamado, mudou-se para Portugal há 40 anos, depois de ter passado grande parte da sua juventude a viajar pelo mundo. 

O talento de Franky é tocar piano. Nunca teve aulas deste instrumento musical, mas gosta de improvisar e toca desde que se lembra. «A minha mãe morreu quando eu tinha 8 meses. O meu irmão, que já tinha filhos, meteu-me num orfanato. Havia uma igreja no orfanato. E havia um harmónio [órgão – instrumento musical parecido a um piano]. Quando as crianças brincavam, eu ia à sacristia e tocava. O quê? Não sei. Mexia nas teclas para ser bonito de ouvir», começou por revelar. 

«Quando se nasce sozinho, morre-se sozinho.»

Aos 11 anos, Franky fogiu do orfanato e começou a viajar pelo mundo, até chegar a Portugal, onde conheceu a sua mulher e acabou por ficar «por cá.»

«Nunca toquei piano para ganhar dinheiro. O primeiro espetáculo que dei com público foi este ano [um espetáculo solidário]. Não quero dinheiro, quero oferecer o meu dom às pessoas», continuou, acrescentando: «Eu invento o que tocar no momento. O que vier, veio. Só têm de me dizer quando for para parar, porque quando começo não paro [risos].»

Questionado sobre se tinha trazido alguém para assistir ao seu casting para o talent show da estação pública, Franky respondeu: «Não trouxe ninguém porque parto do princípio que quando se nasce sozinho, morre-se sozinho», deixando Sílvia Alberto, a apresentadora do formato, bastante emocionada. 

«Quando um artista cria uma coisa e nos leva, não se pode pedir mais»

 

Foi ao som de Adagio, do músico Remo Giazotto, que Franky deixou o CCB em lágrimas. 

O painel de jurados [Cuca Roseta, Sofia Escobar, Pedro Tochas e Manuel Moura dos Santos] deu quatro “sim’s” ao concorrente e fez rasgados elogios à sua atuação.

«Nota-se a sua paixão, passa-nos uma emoção muito grande. Muito obrigada por este momento», afirmou Cuca Roseta. «Percebi aqui que a música foi um porto de abrigo, o seu amigo, a sua salvação ao longo da vida. Adorei, muito obrigada», atirou Sofia Escobar. 

«Criaste um mundo e convidaste-nos a ir numa viagem. Quando um artista cria uma coisa e nos leva, não se pode pedir mais». terminou Pedro Tochas, confirmando assim o seu aval para que Franky passasse à fase seguinte.

 

 

Texto: Mafalda Mourão; Fotos: D.R. e Reprodução Instragram

 

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