João Cajuda
“Gosto de ir à aventura”

Famosos

Além da representação,
o ator é apaixonado por
viagens e tem uma
ligação especial com
Marrocos

Qui, 13/11/2014 - 0:00

Ser ator era o seu maior sonho de criança, mas as viagens são “aquilo que mais ama”. Aos 30 anos, João Cajuda consegue conciliar estas duas paixões. Neste momento, dá vida a Joel Neves na série Água de Mar, da RTP, um projeto que marca o seu regresso à representação. Contudo, também organiza viagens e acompanha os turistas em tours por Marrocos, um dos seus países de eleição, e o turismo tem dado frutos profissionais.

Em 2013, foi um dos finalistas do concurso mundial Melhor Emprego do Mundo (Biggest Baddest Bucket List). Foi escolhido entre mais de cinco mil candidatos e o vídeo que ele próprio realizou para concorrer, sobre uma das suas viagens à Índia, foi elogiado além-fronteiras, nomeadamente por Shekhar Kapur, o realizador do filme Elizabeth. “Viajar é, sem dúvida, a coisa que mais me entusiasma… Quando não estou a viajar, estou a pensar na próxima viagem”, revela no seu site, www.joaocajuda.com, onde partilha as suas experiências.

VIP – Está de volta à representação com a série Água de Mar, da RTP. Como está a correr?
João Cajuda –
Finalmente, voltei, depois de algum tempo afastado, o que aconteceu por opção minha. Fui tirar uma licenciatura em Ciências da Comunicação e, enquanto não acabei o curso, não quis dedicar-me a duas coisas ao mesmo tempo, porque uma iria interferir com a outra. Terminei a licenciatura este ano e depois surgiu este projeto, que está a correr bem. É uma série leve, que tem muito bom ambiente, mas também é cansativa porque gravamos muitos exteriores na Foz do Arelho. Está a ser um projeto giro.

Além da representação, outra das suas grandes paixões é viajar…
Quase toda a gente gosta de viajar, mas eu interesso-me por tudo o que tenha a ver com turismo. Por isso é que segui Ciências da Comunicação. Esta paixão tem dado frutos profissionais. Neste momento, organiza tours por Marrocos com a agência marrocos.com.

Como aconteceu esta parceria?
Nas minhas viagens a Marrocos acabei por conhecer pessoas que trabalham lá, nomeadamente, no caso da marrocos.com, dois irmãos portugueses, que me convidaram para organizar viagens juntamente com eles.

Acompanha os turistas e participa nas tours?
Sim. Marrocos é um país que conheço e onde me sinto bem. Já levei vários amigos para conhecerem o país e agora levo turistas. Fiz um tour em setembro e outro em outubro, que correram muito bem. Gostei tanto da experiência que decidi acrescentar novas datas para 2015. Diverti-me muito e todas as pessoas adoraram a viagem. Aliás, já me obrigaram a organizar viagens para outro destino porque querem conhecer mais de Marrocos. Estranhamente, e apesar de ninguém se conhecer, passados dois dias éramos quase com uma “família”. Algumas pessoas iam reticentes, mas a verdade é que todos acabaram a viagem fascinados, o que, para mim, é a melhor recompensa que podia ter.

Quantos países e continentes conhece?
Só não conheço dois continentes, a Oceania e a Antártida, mas ainda não viajei assim para tantos países. Conheço 27, mas tendo em conta que há muitos no mundo… E também tenho repetido alguns destinos, de que acabo por gostar mais.

Nas suas viagens, já viveu algum episódio caricato ou que o tenha feito sentir medo?
Tenho muitas histórias, embora algumas não possa contar… A primeira vez que andei de comboio na Índia senti-me um bocadinho aflito. Não tive medo, mas fiquei em choque porque parecia que estava num acampamento de refugiados. Não havia espaço para passar no chão da estação, pois estava cheio de pessoas deitadas. Tínhamos de passar por cima das pessoas. Os comboios estavam superlotados, as pessoas faziam as necessidades nos carris, ao lado dos ratos… foi chocante. Noutra altura, fui apanhado no meio de uma tempestade de areia em Marrocos. Era a Sara Matos que ia a conduzir e, de repente, não conseguíamos ver nada. Não sabíamos o que havíamos de fazer. Voltar para trás era impossível, também não podíamos dar a volta porque havia carros a surgir do nada, parar não era opção… ficámos um pouco em pânico. Mas também tenho situações divertidas. Eu gosto de ir à aventura e nunca tenho um itinerário fixo. Às vezes, tenho de apanhar umas camionetas estranhas; outras vezes, vou nuns comboios com baratas… mas assim é que tem piada.

Como é que começou o seu percurso como ator?
Sempre quis ser ator e quando acabei o 12.º disse ao meu pai: “vou para Lisboa para ser ator”…

Ele reagiu bem?
Sim, mas ele não estava à espera que eu partisse 15 dias depois. Vim sozinho, de mochila às costas. Inscrevi-me numa agência, comecei a fazer castings e, passado uns meses, fiquei nos Morangos com Açúcar. A partir daí, comecei a trabalhar.

Já tem dez anos de carreira. Quando começou, imaginava conseguir o que já alcançou?
Não me recordo bem do que pensava. Sou muito de viver o momento e não pensar no futuro. Há coisas que eu não imaginava, obviamente… São tantas as pessoas que conheci, pessoas que eu via na televisão e com quem sonhava trabalhar, o que, entretanto, se concretizou, pois já tive oportunidade de as conhecer e de trabalhar com elas… Tem sido giro.

Tem algum sonho por realizar, tanto no que diz respeito à representação como às viagens?
Não tenho aquela ambição – que já tive… – de querer trabalhar lá fora. Quero apenas fazer projetos que sejam gratificantes e interessantes. Na outra área, a do turismo, gostava de poder ter, um dia, um hostel, ou um albergue, de preferência na Ásia, numa praiazinha, para receber pessoas do Mundo inteiro.

Foi um dos finalistas do concurso mundial Melhor Emprego do Mundo. Imagino que tenha sentido um enorme orgulho…
Éramos dois portugueses nos dez finalistas, eu e uma senhora. Foi um orgulho, mas foi mesmo muito cansativo. Foi uma experiência que não sei se quero voltar a repetir e os meus amigos que o digam… Eu chateava-os quase de hora a hora para irem votar em mim. Nunca imaginei que chegaria tão longe num concurso mundial. O meu vídeo tornou-se viral e toda a gente o partilhava. Os vencedores acabaram por ser dois irmãos americanos e acho que o prémio ficou muito bem entregue.

Texto: Ricardina Batista; Fotos: Bruno Peres; Produção: Romão Correia;
Cabelo e Maquilhagem: Vanda Pimentel, com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel

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