Filipe de Edimburgo quebrou o silêncio sobre a pandemia da Covid-19 numa declaração rara e surpreendente. O marido da rainha Isabel II aproveitou para a agradecer aos trabalhadores da linha da frente no combate ao novo coronavírus em todo o mundo.
Na declaração, partilhada nas redes sociais e na página oficial do Palácio de Buckingham, o pai do príncipe Carlos, que se prepara para completar 99 anos em junho, reconheceu o trabalho «vital e urgente» dos profissionais da medicina e das ciências, assim como a todos aqueles que mantêm os serviços essenciais em funcionamento.
«Queria reconhecer o trabalho vital e urgente que todos estão a fazer para combater a pandemia, a todos aqueles, nas profissões médicas e científicas, em universidades e instituições de pesquisa, que trabalham unidos para nos proteger da Covid-19», começou por dizer.
«Em nome daqueles que permanecem seguros e em casa, também gostaria de agradecer a todos os trabalhadores essenciais que garantem que a infraestrutura de nossa vida continue, aos funcionários e voluntários que trabalham na produção e distribuição de alimentos, aos que mantêm os serviços postais e de entrega e aos que asseguram que o lixo continua a ser recolhido», concluiu.
De recordar que o duque de Edimburgo afastou-se da vida pública em 2017. Atualmente encontra-se junto da rainha Isabel II no Castelo de Windsor, com um grupo de empregados reduzido já que ambos fazem parte da população de risco devido a esta pandemia.
O discurso da rainha Isabel II sobre a Covid-19
No passado dia 5 de abril, a rainha Isabel II apelou à união de todos. A monarca, de 93 anos, decidiu regressar ao discurso televisivo pela quinta vez em 68 anos à frente da Coroa do Reino Unido, uma vez que este «tempo de perturbação».
Num discurso muito assertivo e emotivo, houve pormenores que não passaram despercebidos, como por exemplo a referência da monarca à II Guerra Mundial.
«Dias melhores virão. Vamos estar com os nossos amigos novamente, vamos estar com as nossas famílias novamente, vamos encontrar-nos outra vez», afirmou, numa referência à música de Vera Lynn, «We’ll Meet Again», que foi um verdadeiro sucesso durante a II Grande Guerra.
«Enquanto crianças, [a rainha e a irmã, Margaret] falámos a partir daqui, em Windsor, às crianças que foram retiradas das suas casas e mandadas embora pela sua segurança. Hoje, mais uma vez, muitos sentirão uma sensação dolorosa de separação dos seus entes queridos. Mas agora, como então, sabemos, no fundo, que é a coisa certa a fazer», declarou a rainha Isabel II, recordando o primeiro discurso público que fez em 1940, com a irmã Margaret.
A luta agora contra uma guerra diferente, Isabel II aproveitou para agradecer a todos os profissionais de saúde que estão na linha da frente no combate à Covid-19. «Estamos a combater esta doença juntos e quero assegurar-vos que, se permanecermos juntos e firmes, vamos ultrapassá-la», disse.
Texto: Inês Marques Fernandes com Mafalda Mourão; Fotos: Reuters
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