Filipa Lemos
Fala sobre a morte do irmão Tony Lemos: “Assumo que falhei”

Nacional

Filipa Lemos abriu o coração e recordou a morte do irmão, Tony Lemos, na sequência de uma depressão. “Não me culpo, mas assumo que falhei com ele”, garante.

Sex, 01/07/2022 - 11:21

Filipa Lemos concedeu uma entrevista a Júlia Pinheiro no vespertino da SIC. A vocalista da banda Santamaria abriu o coração e falou sobre a perda do irmão, Tony Lemos. O músico suicidou-se aos 48 anos, em 2020, na sequência de uma depressão começada em 2017, após ter-se separado da ex-mulher.

Filipa Lemos relembra a cumplicidade: “Acho que nunca na vida terei cumplicidade com ninguém [além do irmão], nem com a minha filha”, começou por dizer.

“Acho que a pandemia bloqueou o meu irmão. Ele tinha um defeito, que é o mesmo que eu tenho: ele pensava demais, preocupava-se mais com os outros”, explicou. A cantora explica ainda que o irmão era “a pessoa que não via maldade em ninguém”, mas “na pandemia acho que ele achou que era incompetente para com os outros”.

Neste seguimento, a artista, formada em psicologia clínica, revelou que fala com o irmão em dois locais: “São dois sítios de referência quando tenho dias muito maus: um deles é junto dele, fisicamente, digamos assim, e outro na Foz do Douro, que é um sítio onde eu gosto de assistir ao pôr do sol e de me reencontrar”, continuou.

Quanto à perda do irmão, garante: “Existe a fase da aceitação pelo facto dele não estar.  Que dói, dói e muito. Aquele olhar era aquele olhar que dizia tudo. A cumplicidade que nós tínhamos era de tal forma grande que o olhar bastava. Nunca na vida terei cumplicidade com mais ninguém, nem com a minha filha”, acrescentou Filipa Lemos.

“Eu não me culpo e digo isto de uma forma muito frontal. Não me culpo, mas assumo que falhei com ele. Acho que se tivesse ficado cá [estava a viver no México na altura com o marido e a filha] as coisas teriam sido diferentes”, desabafou por fim.

Texto: Maria Constança Castanheira; Fotos: Redes Sociais

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