Fátima Branco
Avó do bebé milagre foi vítima de violência doméstica: «Durante 20 anos dormi com o inimigo»

Nacional

Fátima Branco faz revelações surpreendentes a Júlia Pinheiro sobre a morte da filha, Catarina Sequeira, o neto, o bebé milagre Salvador, e sobre o passado, onde foi vítima de violência doméstica durante 20 anos.

Sáb, 15/06/2019 - 6:30

Fátima Branco ficou conhecida pelos portugueses como a avó do bebé milagre. Salvador nasceu a 28 de março e é filho de Catarina, uma jovem canoísta que teve uma morte cerebral e foi mantida viva como uma «incubadora humana» para o filho durante três meses.

A avó do bebé milagre foi protagonista de uma entrevista marcada pela emoção com Júlia Pinheiro, emitida na tarde desta sexta-feira, dia 14 de junho. Mãe de nove filhos, Fátima revelou um passado difícil.  

«Posso dizer que a minha vida é… Conhece aquele filme ‘Dormir com o Inimigo’? Eu durante 20 anos dormi com o inimigo», afirma. 

Júlia perguntou-lhe se falava de violência doméstica e a mãe de Catarina confirmou. Durante 20 anos sofreu às mãos do pai dos filhos. «Passei por tudo e mais alguma coisa. Tive de sair com quatro filhos. Eu é que tinha pagado as contas e tive de sair de casa com quatro filhos e ir para uma pensão. Fui com os dois gémeos, a Catarina e o João, e a Mafalda e o António. Nas paredes haviam baratas a passear durante a noite.»

Dedicada à família e ao trabalho, Fátima Branco revela que os pais eram a sua razão de viver. 

«Eu continuei a trabalhar. Eu sou empregada de limpeza. Fui intitulada pelo meu ex-marido de tudo e mais alguma coisa. Títulos não faltaram. Entradas e saídas do hospital também não faltaram. Cada vez que nascia mais um filho, era mais uma chama, mais uma vontade.»

«Eu perdoo-o de tudo… Só não perdoo uma coisa»

Neste momento, a apresentadora da SIC perguntou-se se os filhos eram feitos por amor ou «à força». Ao que Fátima responde emocionada: «As duas coisas. Fala-se muito em violência, sabe que é uma doença? A pessoa fica viciada naquilo. Eu dizia muitas vezes, eu não casei com este homem, casei com outro».

Já separada do ex-marido, a avó de Salvador não consegue perdoar o facto de se ter tornado «uma pessoa amarga». 

«Eu perdoo-o de tudo. De toda aquela cena de pancadaria, de violência psicológica… Só não perdoo uma coisa. De ele me ter tornado uma pessoa amarga como me tornou. E passei muitas vezes essa amargura para os meus filhos. Eles assistiram a tudo.» Os filhos sempre foram o único apoio com que contou. 

Quando a tragédia de Catarina aconteceu, o pai acompanhou-a, mas não ao lado de Fátima. «Sim, ele é pai deles. Ele esteve presente. Não esteve ao meu lado porque eu não quis. Se há coisas que eu jamais poderei esquecer… Quando uma pessoa diz em tribunal que me espancava porque me amava muito, isso magoou-me muito», finda.

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Texto: Redação WIN – Conteúdos Digitais; Fotos: Impala e reprodução Instagram

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