Famosos revoltados com a morte de George Floyd
«Ser negro não pode ser uma sentença de morte!»

Internacional

George Floyd, o homem negro que foi morto por um agente da polícia, está a comover o mundo. São vários os famosos que mostram revolta e indignação face à violência das imagens.

Qui, 28/05/2020 - 9:32

O mundo está revoltado o caso George Floyd, um homem que morreu nos Estados Unidos depois de um agente da polícia o ter asfixiado, pressionando o joelho sobre o seu pescoço. As cenas de violência estão a circular na Internet e causaram uma onda de indignação e revolta.

Segundo as autoridades, George Floyd, de 40 anos, estava a ser acusado de crime de uso de cartões falsos, do qual já se provou a sua inocência, e dizem ainda que o homem resistiu quando lhe pediram para que saísse da viatura onde estava. Alguns civis que estavam no local garantem que George Floyd não ofereceu qualquer tipo de resistência quando foi abordado pela polícia.

Na última semana, têm surgido nas redes sociais vários movimentos e alguns grupos têm saído à rua, principalmente em Minneapolis, Minnesota, para se manifestarem contra a violência e o racismo, uma vez que George Floyd, que foi morto naquela cidade, era um homem negro. O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, recorreu ao Twitter para informar que «os quatro policiais do MPD envolvidos na morte de George Floyd foram demitidos.»

«Sinto muito por si e por todos que foram assassinados sem sentido»

Foram várias as figuras públicas de todo o mundo que recorreram às redes sociais para mostrar a sua revolta face às imagens chocantes que estão a circular na Internet.

«Isto tem que parar !! Até que possamos superar o racismo na América, ninguém deve ser portador de uma arma. Que Deus te abençoe, George Floyd. Sinto muito por si e pela sua família. E por todos que foram assassinados sem sentido antes. Será que isto vai acabar? Até lá, f***-** a polícia! Sim, eu disse isto! Estou interessada em Justiça!», escreveu Madonna no Instagram.

«Não só era inocente como não ofereceu qualquer resistência»

Em Portugal, Nuno Markl, Diogo Faro, Albano Jerónimo, José Raposo, Carolina Deslandes e Fredy Costa foram alguns dos rostos conhecidos que decidiram prestar homenagem a George Floyd e manifestaram indignação perante a punição dos agentes de autoridade: a demissão.

«Ainda me lembro quando, nas primeiras semanas desta pandemia e do confinamento, se diziam coisas parvas do género “pode ser que a Humanidade aprenda alguma coisa com isto”, ou “pode ser que toda a gente saia disto melhor”. Eu próprio acho que fui tentado por esse conto de fadas. Que triste pilha da mais refinada tretas. Como se isso fosse possível, num mundo em que um gajo que se pavoneia no Facebook com um boné que diz “Make Whites Great Again” é um profissional da polícia e mata um homem, George Floyd, que não só era inocente de um crime de uso de notas falsas, como não ofereceu qualquer resistência quando abordado por quem o viria a matar. Um homem definido pelos amigos como um “gentle giant” e que foi humilhado e por fim morto por asfixia por um agente da lei. Punição? Até ver, foi demitido. E é isto. Agora, com o acréscimo da fúria e da frustração por ter perdido o emprego, decerto terá mais tempo livre para, em liberdade, prosseguir a sua missão de make whites great again. É o que temos», escreveu Nuno Markl no Instagram.

«Ser negro não pode ser uma sentença de morte»

«Os polícias responsáveis pela morte de George Floyd foram demitidos. Demitidos. Depois de matarem uma pessoa inocente. Depois de ignorarem os seus pedidos de ajuda e depois de o ouvirem dizer várias vezes que não conseguia respirar. Não quero estas pessoas demitidas, quero-as atrás das grades por homicídio, abuso de poder. Ser negro não pode ser uma sentença de morte. Ser negro não pode ser ter de dizer adeus a cada vez mais pessoas que são mortas e esquecidas. Isto é uma preocupação de TODOS», afirmou Carolina Deslandes.

«Está um dia lindo. E depois ficámos a saber que o George Floyd, homem negro, foi assassinado por dois polícias que agora foram demitidos. Algemaram-no e sufocaram-no durante 9 minutos, enquanto gemia “não consigo respirar”, até morrer. Repito, foram demitidos por matar. George Floyd não é caso único, aliás, é caso até comum, e a sua morte não é um incidente isolado, mas antes o triste pináculo do racismo estrutural que grassa dos EUA à Europa, onde Portugal está obviamente incluído. Na linguagem, nos actos, na política, nalguma comunicação social, na brutalidade policial. […] Aproveitem o sol mas não se esqueçam de andar sempre de mãos desinfectadas, tanto de covid como de racismo (se der)», pode ler-se nas redes sociais de Diogo Faro.

«Fico doente com isto»

João Batista também mostrou a sua revolta perante as imagens violentas e não poupou nas palavras ao referir-se ao agente da polícia que matou George Floyd.

«Que nojo de gajo!! Dão autoridade a gajos com problemas mentais. Filho de uma grande p*. Um pontapé na boca ainda era pouco. Fico doente com isto», escreveu na caixa de comentários da publicação de Fredy Costa.

A cidade de Minneapolis continua sob manifestações e nos últimos dias alguns manifestantes vandalizaram a casa do polícia, onde escreveram com tinta vermelha «assassino».

Texto: Mafalda Mourão; Fotos: D.R. 

 

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