Desenvolvimento
6 desportos que ajudam a desenvolver o cérebro

Nacional

Não há como negar: praticar um desporto é excelente para a saúde física. Mas será que também ajuda a desenvolver a saúde mental e o próprio cérebro? Vamos descobrir.

Dom, 20/09/2020 - 15:40

O desporto ajuda a desenvolver o cérebro? Sim ou não?

A resposta é sim. Estudos realizados mostraram que o desporto ajuda a desenvolver as capacidades cognitivas e mentais. Sendo que os principais benefícios apontados são o aumento da concentração, foco, memória e inteligência.

Mas como se explica este fenómeno?

Como todas as funções cerebrais estão enraizadas na biologia do corpo humano, não é de todo surpresa que praticar desporto acelera o desenvolvimento do cérebro. Os estudos realizados apenas reforçaram esta tese.

Os resultados, no entanto, não deixaram de ser curiosos. De todos os benefícios acima apresentados, aquele que mais se desenvolveu foi a inteligência.

Ficou provado ainda que as funções cerebrais também sofrem alterações e maximizam o funcionamento substancialmente. Por outras palavras, esta “mistura” é extremamente benéfica para o ser humano. Para uma melhor compreensão destes resultados, em baixo, estão as funções cerebrais analisadas.

Controlo mental e físico: A função de “gestão” do cérebro controla a programação dos comportamentos, o impulso e a memória. Desportos mais competitivos mostraram que é possível elevar o nível destes pontos.

Atenção Visual: É a capacidade de identificar um objeto e conseguir seguir o mesmo com foco. Por exemplo, num jogo de voleibol, o facto da bola andar de um lado para o outro, obriga a uma maior atenção e concentração para conseguir antecipar o próximo movimento.

Capacidade de abstração: Esta é a capacidade de filtrar “ruídos” irrelevantes no ambiente onde o atleta se encontra. Neste caso, está refletida a capacidade de ouvir com clareza as instruções verbais do treinador sem qualquer interferência exterior.

Análise pessoal:  É a consciência do que está a acontecer com o próprio corpo. Conhecer os limites do corpo e a forma de reação a determinado ambiente, só demonstra a capacidade de adaptação do ser humano. Este efeito é bastante claro quando falamos de atletas mais velhos. Com o avançar da idade é natural perder-se faculdades físicas. Contudo, se o atleta conhecer os limites do corpo e as suas próprias reações, apenas reflete a sua inteligência e o controlo pessoal.

Existem inúmeros jogadores que “supostamente” passam a idade competitiva e continuam a dar cartas no futebol. Nada como dar o exemplo da transferência de Ricardo Quaresma para Guimarães, surpreendendo o mundo do futebol aos 37 anos.

Com efeito, depois deste enquadramento vejamos então que tipo de desportos podem influenciar este processo. Mas antes disso, é necessário também fazer uma separação de desportos em duas categorias: físicos e mentais.

Os desportos físicos aumentam a atenção visual, a capacidade de abstração e o controlo sobre o próprio corpo. No caso dos desportos mentais, a sua grande responsabilidade é permitir aumentar a capacidade de raciocínio, de resposta e de inteligência.

Vejamos então que desportos são responsáveis por maximizar as capacidades do cérebro em cada uma das categorias.

Desportos físicos

Futebol

O futebol tanto pode ser um jogo mental como um jogo físico. Mesmo que os jogadores tenham o domínio sobre o seu talento e capacidade, de nada adianta se não conseguirem jogar sob pressão ou com um elevado ritmo emocional.

Saber ler o corpo, o jogo à sua volta, controlar os espaços e a equipa adversária é essencial para dominar o cérebro e fazer com que este se ajuste a esse processo.

Por outras palavras, o facto de o futebol exigir leitura constante durante 90 minutos, faz com que o atleta se tenha de preparar para esse processo. É exatamente por isso que é fundamental o treino e entrosamento com a restante equipa. Só assim vai melhorar as suas capacidades e ser capaz de decidir partidas.

Voleibol

Tal como foi referido acima, o voleibol é um desporto que faz com que o corpo esteja a mil à hora. Só o facto de a bola correr de um jogador para outro, com uma velocidade que, por vezes, parece difícil de acompanhar, mostra que só os atletas mais bem preparados é que podem fazer a diferença.

Com treino, disciplina e conhecimento tático, o atleta vai conseguir então absorver a estratégia, saber onde colocar a bola para um melhor passe, onde é que o adversário vai rematar, posicionar-se de forma a não perder a bola, ou seja, o seu cérebro vai entrar num ritmo e acompanha essa mesma leitura de jogo.

Ténis

O ténis é um desporto que requer uma combinação precisa entre coordenação, tempo de bola, velocidade, tomada de decisão e habilidade. Só com talento não chega. É preciso treino e sacrifício.

As interações, trocas de bolas ou movimentação são rápidas, por isso a concentração é uma habilidade que precisa de ser desenvolvida, praticada e assimilada. É exatamente por isso que é necessário treino e dedicação.

Sendo que, a própria competitividade do desporto obriga a zero folgas durante uma partida. Tanto corpo como mente, têm de estar alinhados e focados no adversário.

Desportos mentais

Poker

O poker, um desporto que envolve o domínio e conhecimento de cartas de jogo, é um desporto mental puramente baseado na habilidade, onde os resultados são determinados pela aptidão e capacidade analítica do jogador.

Por outras palavras, costuma-se dizer que é um desporto matemático e de informação incompleta. Isto porque, só o facto de o jogador ter que contar com as suas habilidades de raciocínio para superar cada jogo e jogada, mostra que só estando bem preparado, concentrado e focado é que vai conseguir manobrar os seus movimentos e adversários.

No fundo, é um desporto com um estilo virado para o raciocínio, observação e antecipação. 

Quando um profissional do poker começa a engrenar na modalidade, começa também a desenvolver o seu intelecto, de tal forma que acelera as suas reações químicas no cérebro ligadas à inteligência.

Xadrez

Estudos revelaram que os benefícios do xadrez podem aumentar a idade mental de um ser humano até 14 anos. Prova disso, é exatamente a inteligência dos craques deste desporto. Jogadores como Garry Kasparov ou Bobby Fischer mostram ao mundo como se tornam “barras” e aumentaram o seu QI. Jogadores exímios que se distinguiam exatamente pela sua capacidade cognitiva.

Além disso, e a um nível mais profundo, o Xadrez ajuda no funcionamento geral do cérebro, aumenta a capacidade de memória, as habilidades cognitivas e o planeamento estratégico das ações e comportamentos.

É caso para dizer, xeque-mate!

Jogos de Lógica

Este é o único tipo de desporto mental que verdadeiramente afeta as ligações entre as células do cérebro. É um tipo de atividade exatamente para estimular a atenção e a perspicácia.

Segundo os estudos realizados, passar 10-15 minutos por dia a jogar jogos de lógica pode ser um caminho para desenvolver ainda mais o cérebro.

No fundo, este tipo de desporto foi inventado para treinar diretamente a capacidade cerebral.

Será que é este o passo e o motivo que falta para mudar hábitos?

Com efeito, este processo só prova o velho ditado: “Mente sã, corpo são!”. Nada mais do que isso. A vida de um atleta ou do mais comum dos mortais pode ser a conjugação destes dois estados.

Quando combinados, podem trazer resultados a longo prazo e desenvolver capacidades cerebrais que até então estavam adormecidas. Por outras palavras, no desporto encontra-se a motivação para uma melhor saúde mental.

 

 

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