Débora Monteiro
Vítima de assédio sexual na televisão: “Tentou tocar-me, beijar-me”

Débora Monteiro, de 37 anos, junta-se ao coro de denúncias de assédio sexual no meio artístico e alega, também ela, ter sido vítima deste crime.

No seu caso, a atriz afirma que um superior hierárquico fez investidas sobre ela e que, com as negas dadas, passou a ser alvo de humilhação nos bastidores de uma produção televisiva. A sua história era, alegadamente, do conhecimento de outros, que nada fizeram para travar o sucedido.

“Os colegas aperceberam-se, mas não souberam proteger-me”, Débora Monteiro

“Tentou tocar-me, beijar-me. Como não lhe dei retorno, passou a chamar-me de burra frente à equipa”, conta Débora Monteiro, em entrevista a um jornal. Sobre a inércia de quem com ela trabalhava, defende: “Os colegas aperceberam-se, mas não souberam proteger-me. Talvez também com medo de perderem o emprego se interviessem”.

A atriz, que é presença regular na ficção da SIC há quase uma década, depois de três anos na TVI, onde se estreou, garante ainda ao Expresso que este homem assediou outras mulheres. E porque ninguém o denunciou? “Temos receio de denunciar não havendo provas. E, num meio tão pequeno, há o receio de não voltarmos a trabalhar”, admite.

O bullying que diz ter sofrido às mãos deste superior hierárquico fizeram-na temer noutras ocasiões. Aconteceu, por exemplo, noutra produção, quando teve de viajar de carro até ao Algarve, sozinha, com um realizador. Débora Monteiro fez todo o trajeto com o seu telemóvel nas mãos, pronta a gravar o que pudesse acontecer. “Não foi preciso. Correu tudo bem. Mas passei a ficar na defensiva”, confessa.

Atualmente, Débora Monteiro pode ser vista na novela “Amor Amor”, cujas gravações da primeira temporada já terminaram. Aos domingos, apresenta o vespertino “Domingão”.

Nos últimos meses, várias figuras públicas vieram alegar ter sido vítimas de assédio sexual. As denúncias começaram a multiplicar-se depois de Sofia Arruda ter contado o seu caso a Daniel Oliveira, no programa da SIC “Alta Definição”. Desde então, Barbara Guevara, Carolina Deslandes, Catarina Furtado, Leonor Poeiras entre outras mulheres, falaram abertamente sobre os seus casos.

Texto: Dúlio Silva; Fotos: reprodução redes sociais

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