Cristóvão Campos
Admite que se quis afastar de ‘Uma Aventura’: “As pessoas só me conhecem por isto”

Nacional

Cristóvão Campos esteve à conversa com Daniel Oliveira no “Alta Definição” deste sábado, dia 4 de março.

Sáb, 04/03/2023 - 16:30

Cristóvão Campos, que atualmente dá vida a “Pedro” na novela da SIC “Sangue Oculto, esteve à conversa com Daniel Oliveira no “Alta Definição” deste sábado, dia 4 de março. Entre muitos assuntos, o ator, de 38 anos, falou da sua infância e como ela afeta a sua vida hoje em dia.

Embora seja ator, Cristóvão Campos admite que dar entrevistas não é algo do seu “habitat natural”, já que é uma pessoa muito ‘resguardada’. Natural de Lisboa, o ator confessa que teve uma boa infância, e que, embora não tenha muita saudades, tem nostalgia da liberdade, “Não deveres nada a ninguém, não teres preocupações, não teres faturas para pagar, não teres nada… É só uma busca permanente pela diversão e pelo conhecimento.”

Apaixonado por música, especialmente heavy metal, o ator diz que adorava tocar guitarra para os pais quando era mais novo, mas não a usava para ‘engatar’. “Nunca foi uma cena. Como tinha guitarra clássica durante muito tempo só aprendi guitarra clássica, o que não resulta muito bem para engatar”, diz com risos.

Perguntado acerca de uma memória marcante da infância, Cristóvão Campos admite que a mais marcante aconteceu quando tinha cerca de 6 anos, e estava na praia. “Estava a ver os miúdos todos mais velhos a saltarem, e pedi ao meu pai para ir lá. Cheguei lá, e o meu pai disse ‘Também queres saltar? Então salta, vê como eles fazem e salta.’ E esse tipo de memórias de ‘tem confiança em ti próprio, vai correr tudo bem‘, são momentos que mantenho ainda hoje.” Cristóvão Campos reconhece que ainda hoje precisa desse ‘empurrão’, embora nestes dias seja uma conversa consigo próprio, ou até a procura desta memória.

Mesmo assim, o ator afirma que continua a ter medo, “Continuo a ter medo do primeiro dia de gravação, da entrevista… Medo de falhar. E esse medo é aquilo que te faz superar a ti próprio“, revela.

Cristóvão Campos, que leva a infância e esse pensamento com ele, admite que tenta manter a criança em si viva: “Voltar a ser miúdo, todos os dias um bocadinho, eu tento, e sou muitas vezes”.

“Eles tiveram de tomar uma decisão que eu não sei se era capaz de tomar”

O ator, que começou a carreira na série juvenil da SIC “Uma Aventura”, em 2000, reconhece que tomar o rumo de ter esta profissão foi o maior gesto de amor por parte dos pais, já que foi inesperado. “Eles tiveram de tomar uma decisão que eu não sei se era capaz de tomar, um filho com 15 anos, na escola, com sonhos académicos de Medicina ou Biologia… E de repente ‘Ah pai, posso fazer esta série de televisão?’ Isso foi um gesto de amor e confiança.”

O eterno Chico de “Uma Aventura”

Perguntado acerca do papel que lhe deu fama, o “Chico” de “Uma Aventura“, Cristóvão Campos, que não leu os livros da história da série, admite que agora é positivo saber que este papel tem um grande impacto. “Mas já deu a volta. Houve uma fase que já não aguentava, pensava ‘As pessoas só me conhecem por isto‘. Agora é ótimo, para já, é uma coisa de longevidade, tu olhas para trás e pensas ‘Já ando a fazer isto há bastante tempo’. Depois, é a dimensão do super-herói, isto é um super-herói português. Os miúdos da minha geração pensavam que queriam ser como ele”, confessa.

Veja aqui um excerto da entrevista partilhado no Instagram de Daniel Oliveira:

Texto: Rita Velha; Fotos: Arquivo Impala, Redes Sociais

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