O Programa da Cristina desta segunda-feira, dia 22 de junho, com uma emotiva mensagem da apresentadora. Cristina Ferreira estava na cozinha com Joana Barrios quando falavam de memórias e não hesitou em prestar uma pequena homenagem Pedro Lima, que foi encontrado morto na praia do Abano, em Cascais, este sábado, dia 20 de junho.
«Deixa-me já aqui falar do Pedro. Para mim será sempre só Pedro, não precisa do apelido, não preciso de acrescentar o Lima para falar das pessoas que eu conheci mais generosas, mais de bem com a vida. Era assim que nós o entendiamos», começa por dizer.
«Nunca o vi zangado, nunca o vi mal, nunca o vi sem aquela felicidade estampada no rosto»
«No sábado, quando fui supreendida logo no início da manhã, o primeiro choque foi “porquê, o que é que aconteceu?”, porque não sabíamos ainda bem o que tinha acontecido. Pouco tempo depois, até porque um dos meus melhores amigos é amigos de todos dias do Pedro chorava compulsivamente quando me deu a notícia e disse-me o que é que tinha acontecido. E é aí que nós pensamos: “Não pode, porque o Pedro era feliz. Era assim que o entendíamos. Aliás, nunca o vi de outra forma em todos, e foram muitos, os momentos em que estive ao lado do Pedro. O Pedro é feliz, com os seus filhos, com a sua companheira de 20 anos, nunca o vi zangado, nunca o vi mal, nunca o vi sem aquela felicidade estampada no rosto. Infelizmente sabemos hoje que aquela felicidade escondia muitas angústias, talvez muitos medos, muitas tristezas, dores, talvez um percurso de vida onde estavam ainda fechados alguns momentos não ultrapassados e por isso mesmo o Pedro decidiu a sua vida, neste caso a sua morte (…)
Hoje, para além de celebrarmos o Pedro, vamos tentar ajudar os que cá estão, os que se escondem, os que usam máscaras. Hoje usamos todos máscaras, mas toda uma vida o fizemos. Porque essas máscaras escondem aquilo que está guardado dentro de cada um», afirma, emocionada. O rosto da SIC aproveita este programa para falar sobre doença mental, numa tentativa de apoiar aqueles que sofrem deste problema. «Mais do que celebrar o Pedro queremos que todos os que vivem neste tormento e que vivem nesta vida aparentemente feliz possam ter ferramentas para sair disto. Temos de estar todos mais atentos ao outro», remata.
Texto: Inês Borges; Fotos: Reprodução Instagram
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