Cristina Ferreira
«Acredito que, mesmo escolhendo a direcção errada, há sempre maneira de chegar ao destino final»

Nacional

Após as notícias divulgadas relativamente à saída da apresentadora para a SIC, Cristina Ferreira publica um texto de reflexão: «Quem muda, Deus ajuda»

Qui, 23/08/2018 - 19:11

Um dia após a grande notícia, Cristina Ferreira publicou uma grande texto sobre o peso das escolhas na vida. A apresentadora usou o Instagram para revelar aos fãs um texto que escreveu há dois anos e que faz parte do seu livro, Sentir.

Este momento refletivo tem como título «escolhas» e nele a futura estrela da SIC fala sobre a certeza na mudança. Caso não o fizesse «não me perdoaria». «Pior do que ir e ter que voltar é não ir e nunca saber onde se podia chegar», finda.

Texto completo 

«Todos nós fazemos escolhas diárias. Mas há umas tão importantes que sabemos que nos podem mudar a vida ou o seu rumo», começou Cristina por escrever na descrição de uma fotografia no Instagram. 

«Não gosto de demorar muito tempo a tomar decisões. Deixo à sorte, muitas vezes, o papel de boa conselheira. “Quem muda, Deus ajuda.” O ditado é antigo e confio nessa sabedoria para fazer o meu caminho. Não costumo olhar para trás depois de decidir. E volto a uma frase do meu pai que me estruturou o pensamento: “A cama que fizeres, nela te deitarás.” Ainda que o destino possa ter alguns planos, somos nós que optamos. Há sempre uma esquerda e uma direita. E eu acredito que, mesmo escolhendo a direcção errada, há sempre maneira de chegar ao destino final.», continuou. 

«Costumo dizer que até os becos sem saída permitem uma alternativa: voltar atrás» 

«Essa segurança, ou forma de ver as coisas, tem-me ajudado a serenar na hora de escolher. Talvez ainda não tenha passado por uma decisão realmente difícil. Ou, então, não lhe dei a devida importância. Talvez seja a idade a trazer esse peso – ou essa leveza. Há pouco tempo, um primo dizia-me que aos 40 não se muda. Que um emprego de 18 anos se mantém, mesmo que não nos dê felicidade. “Talvez até nem saiba fazer mais nada.” Este conformismo deixou-me a pensar. Sabemos nós desta vida que a outra ninguém ainda conseguiu provar. Porque nos habituamos a uma vida que não é a nossa quando podemos escrever a nossa própria história e emprestar-lhe vários capítulos? Talvez seja loucura o risco. Talvez os filhos nos acrescentem medo ao futuro. Mas é preciso ultrapassar esse medo. Talvez seja esta a mais dura batalha da vida. Nos últimos tempos tenho pensado muito nisso. Têm-me assaltado os medos de uma escolha difícil. E, ao mesmo tempo, tenho a certeza de que, aconteça o que acontecer, fui. Há dúvidas que me assombram. Mas estou certa de que não me perdoaria. Pior do que ir e ter que voltar é não ir e nunca saber onde se podia chegar». 

Fotos: Reprodução Instagram 

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