Cristiano Ronaldo e Dolores Aveiro salvam ex-futebolista da miséria
A história das chuteiras que valem ouro

Nacional

João Pinto Pais tentou a sua sorte e lançou-se numa carreira futebolística, mas o impensável acabou por acontecer. O jovem, que diz ter sido enganado, abandonou o sonho e está a atravessar dificuldades financeiras. Umas chuteiras que pertenceram a Cristiano Ronaldo, assinadas pelo craque e oferecidas por Dolores Aveiro, é tudo o que tem…

Ter, 14/05/2019 - 16:18

João Pinto Pais, 26 anos, contou na emissão desta terça-feira, dia 14 de maio, do programa Você na TV uma história muito peculiar, que envolve dois nomes: o de Cristiano Ronaldo e o de Dolores Aveiro.

Sentado à conversa com Maria Cerqueira Gomes e Manuel Luís Goucha o jovem assume o quanto está nervoso, mas o veterano tranquiliza-o e pede-lhe para começar a expressar os motivos que o levaram ao pequeno-ecrã. 

«Eu sempre joguei futebol, desde os oito anos. Sou membro da etnia cigana, o meu pai sempre foi feirante, só que o meu pai sempre quis uma vida diferente para mim… Eu jogava na Arrentela e fui convidado para ir para o Sporting, estive lá oito anos. Entretanto, fui emprestado ao Real de Massamá… Real de Massamá, Belenenses,Estrela da Amadora», conta o rapaz, de seguida, atropelando-se no discurso. 

Foi quando estava ao serviço do Estrela da Amadora que tudo aconteceu. «Iamos apanhar o Marítimo na Madeira e eu estava no aeroporto e vi uma senhora a passar, que olhou para mim com um sorriso». Instantes depois, percebeu que se tratava de Dolores Aveiro, a mãe do Melhor do Mundo, e correu para ela.

«D. Dolores, eu já joguei no Sporting e o meu sonho era ter umas chuteiras do Cristiano Ronaldo.» Terá sido desta forma que João Pais abordou a matriarca do clã Aveiro. O rapaz adiantou que a mãe de CR7 fez um determinado telefonema onde conseguiu confirmar o historial do jogador e, de seguida, deu-lhe a tão esperada notícia: «Amanhã vou lá ao campo do marítimo e vou-te levar as chuteiras.»

«Gastei as minhas poupanças todas»

Certo é que Dolores Aveiro cumpriu com o prometido e, no dia seguinte, lá estava ela, em campo, de chuteiras na mão. 

«Eu estou a aquecer lá no campo do Marítimo, o massagista olha para mim e diz: ‘oh cigano, está aqui a tua avó’», relembra, à medida em que se ouve uma gargalhada geral. «Desci e vi a D. Dolores com as botas, que me disse assim: ‘espero que não, mas se algum dia tiveres um problema na tua vida, poderás fazer um leilão com elas.’ Mas como na altura estava bem no futebol, numa me passou isso pela cabeça…» As chuteiras têm um certificado devidamente autenticado por Dolores Aveiro, que sublinha que autoriza um leilão ou a venda das mesmas. 

A verdade é que agora a necessidade obriga-o a vender as chuteiras que guardou durante quase uma década. «Sempre tive guardadas num sitio muito especial, estiveram guardadas na casa da minha tia durante 9 anos.»

É que, afinal, a vida não se revelou promissora para o ex-futebolita, que se viu obrigado a abandonar a carreira de sonho. «Eu vim há dois anos da Alemanha, tentei vingar lá no futebol. Não vinguei… Gastei as minhas poupanças todas. Fui um pouco enganado. As condições que eu tinha lá… eu nem queria acreditar», justificou, lamentando não ter conseguido chegar mais longe.

Agora o dia-a-dia é vivido nas feiras. «O meu pai todos os dias se levanta às seis da manhã, vai para a feira e eu, de vez em quando, vou ajudá-lo. E eu peço… Se me puderem ajudar a fazer o leilão destas botas…»

Manuel Luís Goucha frisa, nesse exato momento, que o leva o ex-jogador a leiloar as chuteiras que têm tanto significado, são unicamente motivos financeiros.

«Perdi as minhas economias todas e agora vem outro filhote a caminho. É para ajudar a minha família… Custa-me muito, mas eu tenho aqui uma admiração por isto… chegaram a dormir debaixo de mim», refere, ainda, com pena. 

Goucha e Maria Cerqueira Gomes encerram a conversa com um apelo direto aos espectadores interessados. 

Texto: Tânia Cabral; Fotos: Reprodução Instagram

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