Catarina Manique
Fala sobre a leucemia: «A minha mãe saía de ao pé de mim e era aí que eu gritava»

Nacional

Catarina Manique abre o coração a Ricardo e fala sobre a leucemia mielóide crónica que a colocou entre a vida e a morte

Seg, 20/07/2020 - 11:40

Em Quem Quer Namorar Com o Agricultor?, Catarina Manique vai jantar com Ricardo e acaba por partilhar memórias do passado. Depois do pretendente a ter elogiado por ser muito «madura», a agricultora do Fundão decide contar-lhe pormenores inéditos sobre a pior fase da sua vida: a leucemia mielóide crónica que a colocou entre a vida e a morte.

«Fiz transplante. Tinha 12 anos quando apareceu»

«Desde pequena que estou habituada a trabalhar», começa por dizer. «Fiz transplante. Tinha 12 anos quando apareceu, parece que não é a tua juventude. A tua preocupação é mostrares que estás sempre bem para não veres os outros sofrer. Isso fez-me crescer. Também me fez ficar mais dura e ser mais dura como sou hoje».

«Eu tive de crescer mesmo sem querer. Tive de tornar-me numa pessoa responsável, tinha de ter cuidado com tudo o que fazia, tudo o que comia », refere. A mulher de 30 anos relembra todo o sofrimento que teve de «esconder» durante o doloroso processo da luta contra a leucemia. 

«Não posso culpar ninguém por o que me aconteceu»

«Tentava ao máximo não mostrar todas as dores que eu tinha ao longo do meu dia. A minha mãe saía de ao pé de mim por volta da meia-noite e era aí que eu gritava e chorava tudo aquilo que eu tinha a chorar… só para não mostrar o quanto estava a ser difícil», revela. Catarina Manique confessa que, na altura, ficou muito «revoltada» e que não parava de perguntar «porquê a mim». No entanto, e agora mais velha, compreende que teve de passar pela doença para se tornar mais forte: «Não posso culpar ninguém por o que me aconteceu».

Em lágrimas, Catarina relembra o internamento no hospital: «É muito mau nós estarmos num quarto isolados e sabermos que aquela vai ser a nossa casa. Não sabemos por quanto tempo e não temos a certeza se vamos sair de lá pelo nosso próprio pé». «Nesses dias em que estava mal só me lembro de ouvir um zumzum ao meu lado. Era a minha mãe a rezar. Dia e noite, para que eu me salvasse».

Texto: Inês Borges; Fotos: SIC e Reprodução Instagram

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