Caso real
Paralisia do Estado impede João Almeida de ter «uma vida digna»

Nacional

João Almeida é portador de paralisia cerebral desde nascença e tem o sonho de, um dia, poder ter a «oportunidade de uma vida digna».

Dom, 09/02/2020 - 9:00

«Sou o João Almeida. Tenho 29 anos e vivo em Belém com a minha mãe. Sou portador de paralisia cerebral desde nascença. Sou assim, não sei como é ser de outra forma. Como qualquer pessoa, tenho momentos de felicidade e de tristeza.» Da Presidência da República, da Segurança Social, da Santa Casa da Misericórdia, da Junta de Freguesia de Santa Maria de Belém (JFB) e da Câmara Municipal de Lisboa (CML), tal como do programa de Cristina Ferreira, a quem, em desespero, também pediu atenção, «não há respostas». «Não há, sequer, perspectivas» de um sonho simples, o da «oportunidade de uma vida digna». Nem mais, nem menos: «um vida digna».

A paralisia do Estado

Um exemplo da paralisia do Estado em que vive João fica às portas da casa de 40 metros quadrados em que vive, cedida pela GNR, a que chama lar. A viver a pouco mais de 200 metros do Tejo, há anos que não tem como atravessar a linha de comboio que separa a cidade do rio. «Há três anos», foi instalado um equipamento elevatório para permitir a pessoas de mobilidade reduzida atravessarem a linha. Avariou «uma semana depois» de inaugurado. Na JFB dizem-nos que a responsabilidade por manter o equipamento a funcionar é da CML. E da Câmara devolvem a responsabilidade à Junta. João continua a ver o rio à distância. «Gostava de ir à beira-rio tirar uma selfie.»

O pedido de ajuda de João Almeida a Cristina Ferreira

A paralisia do Estado levou João Almeida a enviar uma carta a Cristina Ferreira. É «uma das personalidades mais influentes do País e João quis recorrer às televisões». «Precisava de dar visibilidade ao meu caso», justifica. Depois de uma vida a lutar contra todas as barreiras, de dezenas de reclamações por igualdade de oportunidades, a tentativa de acesso à apresentadora ultrapassa o simples pedido. João Almeida não admite que pede socorro. Mas, de facto, fá-lo. Na carta, explica que atravessa «uma altura difícil». E expõe-se. «Quando nasci, a minha mãe abdicou da profissão de cabeleireira para manter, até aos dias de hoje, a minha qualidade de vida. Tornando-se, assim, doméstica. Escrevo, ironicamente, no dia em que no Parlamento foi aprovado o Estatuto do Cuidador Informal», que a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou já ter assinado, mas que se mantém no emaranhado burocrático do Estado.

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