Casados à Primeira Vista: João acusado de roubar 18 mil euros
600 pessoas indignadas com o concorrente do programa da SIC

Nacional

Comunidade de jogadores portugueses de Airsoft considera João Fernandes o principal culpado por situação que provocou prejuízos avultados a mais de 600 pessoas.

Ter, 13/11/2018 - 18:38

João Fernandes, o noivo escolhido para Sónia, no Casados à Primeira Vista, da SIC, é considerado o principal culpado de uma situação que provocou prejuízos avultados a mais de 600 pessoas, entre a comunidade de jogadores portugueses de Airsoft, uma modalidade desportiva onde os participantes simulam operações militares com armas que disparam projéteis plásticos não letais. 

Esta situação terá acontecido em 2013.

A Associação Lusitana de Airsoft entregou a organização da segunda edição do Oscar Mike II/WW3 ao arquiteto. O evento, onde durante seis dias centenas de jogadores iriam defrontar-se num cenário realista de guerra, reunia jogadores de Airsoft vindos de toda a Europa.

Estavam prometidos um helicóptero, várias viaturas militares, entre as quais blindadas, para transportar os participantes, bem como espaços para acomodar os jogadores, elementos de segurança e staff, para além de bares e um palco para música ao vivo.

Durante meses, João Fernandes terá garantido à Associação Lusitana de Airsoft que tudo estaria a ser tratado. Contas feitas, mais de 600 participantes inscreveram-se para o Oscar Mike II/WW3. O custo da inscrição no evento era de 30 euros por pessoa.

Cenário de caos

Mas a poucos dias do início do evento levantaram-se as primeiras dúvidas quanto à capacidade de organização do jovem de Coimbra. A Associação Lusitana de Airsoft descobre então que o arquiteto não tinha tratado das autorizações camarárias e que a polícia desconhecia por completo o evento que ia decorrer nos pinhais próximos de Ílhavo. Quando, no dia 28 de maio, as primeiras equipas chegaram ao recinto, confirmou-se o que se temia.

A organização era inexistente, não havia staff, não havia veículos, havia falta de água e eletricidade. A confusão estava instalada e a esmagadora maioria dos jogos não puderam ser realizados. João Fernandes estava presente, mas parecia completamente alheado da realidade, incapaz de dar explicações.

Entre ataques de choro e momentos de total letargia, o organizador ia pedindo desculpas aos jogadores, cada vez mais nervosos. Os ânimos exaltaram-se e o evento quase se transformou em motim quando os primeiros jogadores pediram para lhes devolver o dinheiro das inscrições. Eram sobretudo os franceses e espanhóis que se mostravam mais revoltados, pois, para além das inscrições, reclamavam indemnizações pelas viagens e despesas de estadias que haviam realizado.

Onde está o dinheiro?

Um dos participantes, que prefere não ser identificado, garantiu à ANA que o valor das inscrições, cerca de 18 mil euros, já que cada jogador pagou 30 euros, foi transferido para uma conta bancária que pertencia à avó de João Fernandes. Entre pedidos de desculpas e explicações escassas, o organizador terá afirmado várias vezes que não tinha dinheiro para devolver, uma vez que o valor teria sido gasto na totalidade.

Veja, no vídeo, as explicações de João Fernandes a partir do minuto 18:

No relato feito no site 6mm-portugal.com, Telmo Fonseca, outro participante, conta o seguinte: «Aproveitei ainda para ir buscar o debilitado João Fernandes que não consegue responder à pergunta essencial que ainda corre nos dias de hoje, ‘Onde está o dinheiro?’, ficando no ar pouco mais que a informação atabalhoada: ‘as t-shirts do evento custaram 3000 euros, os patches 2000, não estou muito bem da cabeça, e gastei muito dinheiro em fotocópias’.» 

Perante este tipo de explicações, por pouco não aconteceu uma situação de violência generalizada. O que não impediu que ocorressem saques e roubos em várias tendas, chegando a polícia a ser chamada, como se pode ler num comunicado oficial da Associação Lusitana de Airsoft, assinado pelo presidente Luís Silva:

«A ALA-APD não assume quaisquer responsabilidades decorrentes de compromissos assumidos e incumpridos pelo Senhor João Fernandes, o qual continua a ser o único responsável pelo evento (…) Assistiu-se a uma incitação à violência, que não degenerou em violência direta, mas que contribuiu em larga escala para as pilhagens (duas tendas de campanha e um portátil, material da ALA-APD)».

O dinheiro, esse, nunca terá sido devolvido e as contas nunca puderam ser confirmadas, uma vez que João Fernandes não terá chegado a apresentá-las. No forum Ptairsoft.com, quem participou no Oscar Mike II/WW3 não tem dúvidas sobre o que se passou: «Esta tentativa de evento/jogo foi uma fraude, legalmente é isso que se chama.»

(notícia publicada na revista ANA 1118)

Redação ANA | Fotos: Xposed / Shine Iberia

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