Bibá Pitta
«Ser avó é a continuação do maior amor das nossas vidas que são os nossos filhos»

Nacional

Neste Dia dos Avós, Bibá Pitta ‘abre’ o coração e fala-nos do amor imensurável que sente pelos netos Duarte, de quatro anos, e António, de três meses. E conta-nos que tipo de avó é!

Dom, 26/07/2020 - 12:00

Para assinalar o Dia dos Avós, que se celebra este domingo, 26 de julho, estivemos à conversa com Bibá Pitta. Os olhos enchem-se de luz quando fala dos dois netos, Duarte, de quatro anos, e António, de três meses. Ambos filhos de Maria Pitta Paixão. Bibá, de 55 anos de idade, tem mais quatro filhos e é casada com o médico Fernando Gouveia.

Conta-nos, durante a conversa, que foi «completamente apanhada de surpresa» pela gravidez de Maria, que na «altura tinha 21 ou 22 anos». Mas, no mesmo instante, foi a melhor notícia que poderia ter recebido. E hoje, é uma avó orgulhosamente babada, que quer ver a casa cheia de netos. «Quantos mais, melhor. Pois são todos recebidos com muito amor», diz.

O papel de avó é agora o mais importante?

Acho que é. Todos são importantes, mas o papel de avó… ser avó é a continuação do maior amor das nossas vidas que são os nossos filhos. Não quero perder nem um minuto nem um segundo deste amor, desta estrada que é a dos netos, para que eles mais tarde possam saber o que é verdadeiramente o papel de avó. Porque ser avó não é ser mãe. Temos de ter a capacidade, às vezes é difícil, de separar… Lembro-me de quando o bebé chegou a minha casa. O Duarte, que nasceu prematuro, tinha 1,600 kg. Então a Maria foi para minha casa com ele uns tempos. E, ao fim de quase dois meses, disse-me: «mãe vou-me embora». E eu perguntei-lhe: «mas vais levar o bebé?» E depois pensei: que estupidez. Mas estava tão apegada aquele bebé. Mas de facto, mãe é mãe e avó é avó.

Lembro-me de, na altura em que a Maria engravidou, ter dito que foi apanhada de surpresa, que foi um choque…

Fui apanhada completamente de surpresa, mas no mesmo segundo, foi a melhor coisa que ela me poderia ter dito. Ela era muito novinha, tinha 21 ou 22 anos, estava a trabalhar e tínhamos tido, há não muito tempo, uma conversa. Na altura tinham adotado um cão. E eu disse-lhe: «tudo bem, um cão ainda consigo, mas por favor, filhos não, ainda são muito novos.» Então um dia, ela chegou a minha casa, meio de lágrima no olho, um bocado aflita, com a mão na barriga. Eu lembro-me de ter ficado preocupada. Perguntei-lhe, o que se passa, se estava com dores. Ela respondeu: «não, estou à espera de bebé». Eu, no mesmo segundo, consegui respirar e dizer-lhe que foi a melhor coisa que podia ter acontecido. Lembro-me dela ter ficado assim estupefacta a olhar para mim. Foi uma gravidez que não estava prevista. E então? O meu neto é tão feliz, a minha filha e o meu genro são tão felizes. Formaram uma família linda.

E, hoje, são a melhor coisa que tem…

Completamente. É um amor tão grande, tão imenso, que não se explica. Estou com o Duarte e divertimo-nos imenso. Vou com ele para o parque, para a praia, entro nas brincadeiras todas com ele. Ainda ontem, enquanto estavam todos a trabalhar nos computadores, eu, ele e o cão rodávamos à volta da casa, feitos doidos na brincadeira a jogar à apanhada. E depois este bebé pequenino, o António, que é um pote de doçura de tudo o que é bom. Conseguiu pôr-me a reviver quando a Maria nasceu. Olho para eles e são muito parecidos com a Maria.

É daquelas avós que ‘deseducam’?

Isso é um mito. As avós não deseducam. Educam é com uma ternura e com um amor… Alinho nas brincadeiras todas, mas sou exigente na educação. Fui com os meus filhos todos e sou com os meus netos. Sabemos todos que há fases difíceis e de birras. E o meu neto Duarte tem muita energia, sai à avó. Mas tem de se educar. Ralho quando é preciso e também leva castigo!

E respeita as vontades da Maria enquanto mãe?

Sem dúvida. Se ela diz não, é não. Às vezes, vou por trás e digo-lhe: «oh Maria que disparate». E temos umas picardias. Mas mãe é mãe e a mãe é que manda. Mas digo-lhes sempre, a todos os meus filhos, meto-me em tudo, mas depois cada um é que resolve a sua vida e decide. Mas eu não deixo de opinar, lamento. E quando os meus netos vão para minha casa, na minha casa mando eu. Não há recadinhos, nem coisinhas, não. Se tiverem doentes, eu sei o que têm. Horas para dormir e comer, também sei… recadinhos e listinhas à porta, na minha casa é que não. E isso é muito bem aceite pela minha filha e genro, que é fantástico. Ele diz: «a minha sogra é que sabe!»

Passa muito tempo com eles?

Muito. O Duarte fica muitas vezes na minha casa. O António ainda não ficou. Mas todos os dias vou a casa da minha filha. E. quase todos os dias, vou dar banho ao meu neto pequenino e ao Duarte. Só não vou quando não posso. Tenho uma filha fantástica que vive perto e portanto tenho sempre aquela porta aberta. Eu vou e pego, e abraço e beijo, dou colo quase sempre que quero e sem pedir autorização. Mas sempre atenta ao olhar dela.

Disse que o Duarte tem a energia da avó. Então não deve parar quieto um segundo…

A filha diz-me: «isto é um karma. Eu acordo de manhã e ele está aos pulos na minha cama. E eu só te vejo a ti mãe». E se for preciso, às 22h continua com a mesma energia. E não faz sesta. Não se consegue. E tenta-se o surf, a corrida, os desportos, tenta-se tudo. E o miúdo corre, corre, salta, pula e não se cansa. É uma galhofa. Mas é uma canseira para a mãe. Quando chega a parte da canseira, eu já estou cansada, e ala para minha casa. É o bom dos avós (risos). Já o António é um bebé muito calminho. Come e dorme. Mas é melhor não falar muito, não gabá-lo. Agora, ainda falta a menina, vamos ver (risos).

Cinco filhos e dois netos. Há já um sentimento de dever cumprido?

Sim. Mas ainda há muito para cumprir. Quero mais netos e quero ver os meus filhos todos bem. Os netos que vierem, todos, são sempre muito bem-vindos e com muito amor. Tem sido uma experiencia muito boa, é muito gratificante. Olhar para a minha filha maria e vê-la já com a família dela… o que é que uma mãe quer? É isto que nós queremos, no fundo. E está concretizado. O caminho está a andar. E eu já estou num papel de os ver a todos a crescer, a ir. Gosto de sentir aquele conforto de os ter todos ao pé de mim. Só que quando se levantam já é tudo tão grande, tão crescido. Eu tenho uma família fantástica. Ainda bem que tenho uma família que é, de facto, uma família. Somos agarrados, coesos, unidos, não é só para as revistas. Sou muito grata à vida por poder usufruir da minha família.

Texto: Inês Neves; Fotos: repodução Instagram e Paxi Canto Moniz

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