Cuca Roseta
Assume-se romântica supersensível e apaixonada pela vida

Famosos

“Se não tivesse encontrado o fado não me teria encontrado a mim própria”

Qui, 25/09/2014 - 23:00

Foi educada ao som da música clássica, mas foi no fado que se encontrou. Aos 32 anos, Cuca Roseta é o espelho de uma nova geração de fadistas que promete não deixar morrer o género. Apaixonada pela vida, a jurada do programa da TVI, Rising Star, não identifica a canção nacional com a tristeza. Até porque, hoje, vive um período muito feliz e, se o fado fosse tristeza, não conseguiria cantá-lo. Encontrou o amor ao lado de João Lapa e o filho Lopo, de seis anos, já pergunta se os dois vão casar-se.

VIP – Diz que “o fado vem de dentro, que é o sítio onde se debruça sobre a vida e sobre os sentimentos”. Por que é que diz isto?
Cuca Roseta –
O fado conta uma história que, supostamente, é da tua vida. Escolhes um poema com o qual te identifiques e é como se fosses contar um segredo a uma amiga.

Começou a cantar covers. Como passou ao fado?
O fado é um género musical diferente dos outros todos e, como sou uma pessoa que gosta de desafios, interessei-me por ele. Antes, eu cantava em bares e cansava-me. Quando descobri o fado estava nos Toranja e fui a um concurso no Porto. Percebi que, no fado, tinhas de pôr toda a tua expressão.

O fado é uma canção triste, mas não é preciso viver triste para cantar o fado, é isso?
Não, de todo. Eu não faço essa associação. Sou muito positiva. Aceito a tristeza e o sofrimento como parte da vida, sendo experiências que nos fazem evoluir. Retiro sempre alguma coisa das minhas experiências para cantar o fado. Quando alguém me pede para definir o fado numa palavra eu digo sempre “verdade”. O fado é verdade. Não posso cantar A Menina das Tranças Pretas porque é um fado de um homem para uma mulher.

Licenciada em Psicologia, esta será alguma forma de fazer Psicanálise?
Há muita gente que diz que cantar é uma terapia. Eu, que acredito em energia, penso que cantar, dançar ou fazer exercício físico são formas de libertar energia, tensões. Os puristas do fado tendem a criticá-la, primeiro, por causa de escrever os seus fados; segundo, por causa da sua imagem jovem.

Como reage às criticas?
Nunca me preocupei. Lido muito bem com as críticas, tenho confiança em mim própria. Sei o que valho. Críticas há sempre, sejam boas ou más. Já tive críticas de maldade pura que podiam ter -me deitado abaixo se não fosse uma pessoa confiante. A minha música já fez bem a muita gente.

Compensa?
Sem dúvida. A música toca as pessoas em tudo e em qualquer ocasião. Já tive pessoas a dizer-me que a minha música as fez mudar de vida.

Assumiu recentemente o namoro com João Lapa. Está no bom caminho para voltar a ser mãe?
Sim, está tudo a correr maravilhosamente bem. Namoramos há pouco tempo, mas é a relação mais equilibrada que tive até hoje. Acho que procurei durante muito tempo uma pessoa como ele, sem sucesso. Agora, sinto-me em paz, sinto que ele me complementa. Uma relação perfeita é aquela na qual as pessoas se potencializam. Nós funcionamos assim.

Como se conheceram?
No Clube de Fado. Ele foi lá com uns amigos, nós tínhamos um amigo em comum, e conhecemo-nos. Depois, começámos a aproximarmo-nos. Ele apoia-me em tudo. Nós respeitamo-nos muito e, como é preparador físico do Atlético Clube de Portugal, também viaja muito e percebe a minha vida.

Foi jurada no programa Rising Star, da TVI. Que balanço fez dessa experiência?
Foi uma experiência ótima, completamente nova. No dia em que acabou, passei horas a chorar. Éramos uma verdadeira família. Voltava a repetir, porque é muito bom poder dar conselhos a quem está a começar.

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Bruno Peres; Produção: Manuel Medeiros;
Maquilhagem e cabelos: Vanda Pimentel com produtos Maybeline e L’Oréal Professionnel

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